Eu sei que pedir desculpas, na maioria das vezes não basta.
Quando a maldade e a ganância querem se impor, pedir desculpas não basta!
Quando a desfaçatez, chega ao limite do inacreditável, pedir desculpas não basta!
Quando a xenofobia, é replicada nas redes sociais, e o agressor xenofóbico é um político que usa seu mandato para destilar ódio, pedir desculpas não basta!
Eu sou gaúcha, nascida em Passo Fundo, criada em Santa Maria e Viamonense por opção de vida, hoje muito entristecida, inconformada e indignada, e o que me ocorre de imediato, é PEDIR DESCULPAS, não basta, eu sei, mas PEÇO DESCULPAS!!!
Desculpem trabalhadores brasileiros, parece que a maioria Baianos, por terem sido enganados com promessas de trabalho em grandes vinícolas da minha terra, e terem caído numa arapuca do mal, espero que acreditem, nosso empresariado não é todo deste quilate, ou desta falta de quilate .
Desculpem todos os trabalhadores gaúchos, que foram chamados de vagabundos, acusados de viverem de um auxílio de seiscentos reais do governo, por família, pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves- CIC, em nota que repercutiu em todo país. E com esta renda fabulosa, vivem todos sem trabalhar, do assistencialismo!
Desculpem irmãos Baianos, que tocam tambor na beira da praia, gostam de carnaval e festa, e riem, e são felizes, e trabalham, e engrandecem nosso Brasil. Um vereador de Caxias do Sul/RS, Sandro Fantinel, do Patriotas, externou toda sua xenofobia, preconceito miserável, e estreiteza total de conhecimentos ao pretender ofender os trabalhadores baianos .
Desculpe povo baiano, por serem considerados incapazes, pelo despreparado edil, que desconhece estar a Bahia entre os dez maiores PIBs do pais, pelo ranking de 2021.
Obrigada Jorge Amado, por ter me ensinado a amar a leitura, quando me apaixonei aos 14 anos, pelo “Capitães da Areia“, certamente quem não lê, e apenas destila ódio, não sabe quem é Jorge Amado!
Obrigada Caetano! Você me fez dançar, rir e cantar com “É proibido proibir“ e que me sacode até hoje.
Obrigada Gal, por “Chuva de Prata”, choveu amor em minha alma quando a ouvi pela primeira vez.
Obrigada Ana Maria Gonçalves, Paulista de alma Baiana, que conseguiu nas mais de 900 páginas de seu “Um defeito de cor“, descrever o horror da escravatura brasileira (ainda não abolida realmente) e mostrar a importância das lutas libertárias travadas na Bahia de todos os santos e de todos os orixás!
Peço desculpas meus irmãos Baianos, e AXÉ.