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O que esperar do comércio exterior em 2023?

Entenda melhor sobre o comércio exterior e quais as expectativas do mesmo para o ano que se aproxima.

14/12/2022

O ano de 2022 está sendo um  período de grandes acontecimentos, tanto externos como internos. Ano de guerra, de copa, eleições e muitas mudanças que influenciaram o comércio exterior. Mas o que esperar para 2023?

O diretor-presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE), o embaixador Rubens Barbosa, declarou:

Estamos vivendo um momento muito incerto no contexto internacional, com os efeitos da covid-19 e da guerra na Ucrânia, com perspectivas ainda mais incertas, com rumos difíceis de avaliar e com impactos no comércio exterior. No caso do Brasil, nós temos muitos desafios internos e externos, apresentamos algumas vulnerabilidades e muitas oportunidades a partir do começo do ano que vem.

A situação que se encontra o mundo atualmente sem dúvidas influencia muito nas relações comerciais, você importador, pode se encontrar aflito sem saber o que nos espera no ano que iniciará.

De fato, o comércio em geral e a economia mundial enfrentam diversas crises, o que tem levado ao aumento das taxas e  dificultado o crescimento do comércio mundial.

Mas, estamos aqui para te ajudar e, sabemos que crises podem ser enfrentadas com boa organização e com ajuda eficiente.

Com isso, o artigo de hoje tem como objetivo te ajudar a entender mais sobre o comércio exterior, como ele se encontra atualmente, quais as expectativas para o ano de 2023 e caso surja alguma dificuldade, traremos também algumas dicas de como enfrentar da melhor forma possível. Acompanhe a leitura!

Antes de tudo, o que é o comércio exterior?

O comércio exterior nada mais é que a a relação comercial de produtos entre países, ou seja, as relações de compra e venda entre um Estado e outro. Sendo a compra de produtos estrangeiros, a importação, e a venda de produtos nacionais para outros países, a exportação.

É basicamente um conjunto de operações que proporcionam maior diversidade na hora de adquirir itens de interesse, pela possibilidade de adquirir mercadorias de diferentes qualidades e preços, aumentando com isso a competitividade.

Isso ocorre pois o comércio exterior permite que mesmo as empresas que não atuam na produção de algum produto possam adquiri-los daqueles que os fazem, além disso permite aumentar o leque de clientes pois não se limitam apenas aqueles nacionais, podendo valorizar mais as suas mercadorias.

Além disso, ele proporciona a aquisição de novas tecnologias, antecipando com isso a chegada de novas tendências que podem impactar no comércio interno.

Por conseguinte, iremos analisar o comércio exterior brasileiro. Acompanhe!

Como se encontra o comércio exterior brasileiro?

De acordo com o Monitor do Comércio Exterior Brasileiro, o volume das exportações cresceu 3,9% em outubro deste ano, sendo esse o terceiro crescimento consecutivo, com isso o volume total exportado alcançou o 2° maior resultado em relação a toda a série histórica (atualmente contando com 298 meses). 

A explicação dada pelo monitor foi a seguinte: “Importantes mercados de destino foram responsáveis pelo aumento do volume total exportado, destacando-se os crescimentos do volume exportado para África ( 15,5 %), América Central e Caribe ( 15,4 %) e Ásia (Exclusive Oriente Médio) ( 10,2 %). Já as vendas externas caíram para Oceania (-13,7 %), América do Sul ( -1,4 %), Europa ( -1,5 %), América do Norte ( -1,8 %) e Oriente Médio ( -2,3 %)”.

Já no âmbito das importações, houve uma pequena queda de -2,1% no mês de outubro de 2022, sendo essa a segunda queda consecutiva recente. Porém, apesar da queda, o volume total importado alcançou o 3° maior resultado, levando em consideração a série histórica (atualmente contando com 298 meses). Tendo como explicação:

A queda do volume dos bens com origem nos seguintes parceiros comerciais foram os principais responsáveis pela diminuição do volume total importado: Oriente Médio (-20,7 %), África ( -0,3 %), América do Sul ( -2,1 %) e Ásia (Exclusive Oriente Médio) ( -5,2 %). Já o volume das compras externas aumentaram com origem em: Oceania ( 18,5 %), América Central e Caribe ( 16,3 %), América do Norte ( 10,4 %) e Europa ( 1,3 %).

E para 2023? O que esperar?

O mundo se encontra cada vez mais tecnológico, no comércio exterior  não é diferente, o futuro desse setor está diretamente ligado a tecnologia, que proporcionam processos mais ágeis melhorando a experiência com o cliente.

Para 2023 procure estar aberto a novos aprendizados, será uma das novas tendências, com tecnologias assertivas cada vez mais conectadas aos seres humanos.

Tendo em vista os avanços tecnológicos, as empresas devem estar ligadas às inovações que possam ser aplicadas para o melhor desenvolvimento da empresa. Sendo assim, a seguir veremos algumas das principais tendências tecnológicas alinhadas ao comércio exterior.

Business Intelligence

Também conhecida como “inteligência de negócios” é uma tecnologia inovadora que pode ser implementada em empresas de importação e exportação.

O processo Business Intelligence consiste na extração de informações através da combinação de análise empresarial, mineração de dados, visualização de dados, ferramentas/infraestrutura de dados e práticas recomendadas que tem o objetivo de ajudar as empresas na tomada de decisões, através dessa análise de dados.

Blockchain

O Blockchain foi criado com o intuito de facilitar o processo de registro de transações e o rastreamento de ativos que compõem uma rede empresarial. Trata de uma espécie de livro razão compartilhado que é seguro e imutável.

É uma tecnologia considerada tão segura que nunca houve registro de fraudes dos dados por ele compartilhados.

O Serviço Federal de Processamento de Dados brasileiro juntamente com a Receita Federal, criaram sua própria Blockchain, que ficou conhecida como “bConnet”.

Internet das Coisas

Nada mais é que a interconexão digital entre objetos físicos e a internet, onde é possível coletar e transmitir dados que podem ter inúmeras atualizações. É uma tecnologia importante no comércio mundial, pois ela é utilizada para rastrear e detalhar mercadorias comercializadas diariamente entre portos e aeroportos.

Agora que já vimos algumas das principais tendências do comércio exterior para 2023 e sabendo como esse setor é influenciado pelos acontecimentos mundiais, veremos algumas das dificuldades que podem ser enfrentadas por aqueles que lidam com o mercado global.

As principais dificuldades do comércio exterior em 2023

Em evento organizado pelo Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE) foi abordado diversos temas relacionados ao comércio exterior, dentre eles perspectivas, desafios e oportunidades no âmbito comercial para o governo do Brasil em 2023.

Um dos assuntos abordados foi em relação a posição do Brasil no quesito exportação, onde o Brasil ocupou o 25° lugar como exportador no mundo, com um montante de US$ 281 bilhões, correspondendo a 1,3% do comércio de exportações, e no critério exportação, foi o 27° maior importador, com 1% do total das importações, correspondendo a US$ 235 bilhões.

Entretanto, o evento contou com a participação de alguns especialistas, dentre eles Osmar Chohfi. Para ele, “é pouco para um país de dimensões continentais cuja economia está entre as 12 maiores do mundo. O principal desafio para o próximo governo é o de fazer o Brasil subir nesse ranking, de acordo com seu potencial humano, de recursos naturais e da diversidade da sua base econômica”.

Além disso, expôs que aumentar a posição no ranking pode ser uma tarefa difícil pois o Brasil enfrenta diversas dificuldades internas e externas.

Outro importante nome presente no evento, foi Tatiana Prazeres, executiva na área de relações internacionais e comércio exterior, trazendo a perspectiva da Fiesp para o comércio exterior brasileiro no próximo ano. De acordo com a executiva, o efeito preço afetou tanto exportações quanto importações.

Efeito preço é a mudança na quantidade demandada de um bem quando seu preço muda, enquanto o resto das variáveis permanecem constantes (outros preços, renda ou preferências do consumidor, entre outros).

Com isso, muitas vezes surge a necessidade de aumento de determinados produtos, enfrentando a renda mensal da população que não cresce em conjunto com o preço oferecido no mercado, o que faz com que diminua a busca e compra desses produtos afetados pelo efeito, o que pode levar a queda da competitividade.

Além disso, outro fator influenciador no comércio exterior é a economia, veja quais são as perspectivas econômicas para 2023.

As perspectivas econômicas para 2023

Como já foi dito anteriormente, a situação mundial não é das melhores, com isso a atividade econômica mundial passa por uma desaceleração, com uma inflação mais alta que a esperada nos anos anteriores.

Essa desaceleração foi provocada por algumas ocorrências dos últimos tempos, como a crise do custo de vida, o aperto das condições financeiras na maioria das regiões, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a persistente pandemia de COVID-19.

Com isso, se espera uma desaceleração de 6% em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023, tendo com isso, o menor perfil de crescimento desde 2001.

Entretanto ainda se espera uma diminuição da inflação mundial que pode chegar a 8,8% ao final deste ano mas que pode diminuir para 6,5% em 2023.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional:

A política monetária deve manter o rumo para restaurar a estabilidade dos preços, e a política fiscal deve visar aliviar as pressões sobre o custo de vida, mantendo uma postura suficientemente restritiva e alinhada com a política monetária. As reformas estruturais podem apoiar ainda mais a luta contra a inflação, melhorando a produtividade e aliviando as restrições do lado da oferta, enquanto a cooperação multilateral é necessária para acelerar a transição para a energia verde e evitar a fragmentação.

Apesar dessas dificuldades, existem alguns mecanismos que podem ajudar a manter a competitividade em 2023. Veja mais a seguir!

Como diminuir o impacto das más expectativas para o comércio exterior?

O cenário comercial atual pode realmente ocasionar uma alta nos preços dos produtos, mas existe uma ferramenta que pode ser adotada por importadores que podem diminuir os impactos causados pela má situação comercial, podendo com isso manter a competitividade.

Dependendo da localidade da realização das operações de importação, alguns estados oferecem algumas benesses como forma de incentivo para a fixação de empresas importadoras em seus respectivos territórios, são os chamados benefícios fiscais.

Benefícios fiscais são condições especiais, de tutela estadual, com a finalidade de oferecer descontos, isenção, crédito presumido, redução de taxas, dentre outras vantagens.

Dessa forma, os estados possibilitam a redução da carga tributária de importação, o que se torna muito vantajoso para os investidores do ramo. Leia mais sobre benefícios fiscais em outros artigos disponíveis em nosso site.

Ademais, muitos estados oferecem essas vantagens aos importadores, como Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Rondônia e Paraná. Entretanto, um estado que merece destaque é o estado de Alagoas, pois oferece um incentivo fiscal de grande valia para quem procura uma opção segura e prática na realização de suas operações.

O Benefício Fiscal de Alagoas à importação estabelece a incidência do ICMS-importação mediante compensação tributária e cessão de precatórios.

Você conhece o Benefício Fiscal de Alagoas? Saiba mais sobre ele a seguir!

O Benefício Fiscal de Alagoas

O governo de Alagoas criou em 2003 a lei 6.410/03 com o intuito de quitar uma dívida bilionária que acumulou com os servidores públicos ao longo dos anos. Como o estado não tinha como ressarcir esse débito por si só, sancionou a lei, e assim poderia quitar o débito com os prestadores e ao mesmo tempo poderia incentivar o estabelecimento de novas importadoras em seu território estadual.

O benefício funciona da seguinte forma, o servidor pode colocar os créditos que tem a receber a venda e as empresas importadoras podem adquiri-los com uma depreciação de no máximo 70% e utilizá-los para quitar o ICMS das operações de importação.

Além disso, todos saem ganhando no final, a empresa importadora pode adquirir créditos por um menor preço, o servidor recebe o que tem direito e que anteriormente não tinha nem perspectiva de quando receberia, e o estado pode pagar esta dívida sem causar maiores prejuízos.

Também é importante ressaltar que este benefício não tem limite, ele durará até a quitação da dívida do estado com o prestador, e como a dívida de precatórios do governo só aumenta, podemos dizer que este benefício nunca se esgotará, tendo em vista que esse débito cresce mais a cada ano.

Vantagens dos Benefícios Fiscais Alagoanos

Além dos benefícios no ICMS através da cessão de crédito, Alagoas pode proporcionar outras diversas vantagens:

Você pode conferir mais detalhes sobre o Benefício Fiscal de Alagoas em outro artigo disponível aqui em nosso site.

Vantagens de utilizar uma intermediadora

Agora que já foi visto os benefícios fiscais oferecidos por Alagoas, é importante destacar algumas das vantagens de se utilizar pessoal especializado para a realização dos processos de importação de forma segura e benéfica.

Portanto, o benefício fiscal oferecido por Alagoas  é seguro e vantajoso e pode ser utilizado em diversas áreas da importação, de forma segura, mais simples e dentro de todos os critérios legais. Além da importância de pessoal especializado que possa auxiliar em todos os passos de uma importação.

Cícero Costa
Especialista em planejamento tributário de ICMS normal e em operação de importação por Alagoas, em regimes especiais de tributação e em benefícios fiscais de ICMS em Alagoas.

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