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Já chega de golpes no WhatsApp!!!

Com o desenfreado avanço da tecnologia digital os golpes no WhatsApp não param! Todo dia surge um novo “aplique” para tirar o sono do brasileiro, adaptado a cada cenário vivido no momento.

24/8/2022

Com o desenfreado avanço da tecnologia digital os golpes no WhatsApp não param! Todo dia surge um novo “aplique” para tirar o sono do brasileiro, adaptado a cada cenário vivido no momento...

Com o surgimento da pandemia do novo coronavírus em 2020, os criminosos aproveitaram o cenário envolvendo o Auxílio Emergencial - benefício oferecido pelo governo, criado com o objetivo de diminuir os impactos provocados pela crise no país. Até mesmo a distribuição de álcool em gel foi usado como isca para atrair vítimas, utilizando golpes de phishing para roubar dados pessoais e adwares para lucrar com a exibição de anúncios.

Naquele período cresceu também o compartilhamento de golpes com phishing e fake news sobre a Covid-19, manobra essa que perdurou em 2021 e que que ainda existe, em menor escala, neste ano.

Há também o famoso WhatsApp clonado, onde o falsário se passa por uma empresa conhecida do usuário, como sites de compra e venda, ou por um organizador de eventos, oferecendo uma proposta atrativa para a vítima, através de ligação ou mensagem no aplicativo em questão. O safado afirma ter ocorrido um suposto erro, reclamação nas plataformas de anúncios ou oferece ingressos grátis para shows e ato contínuo solicita à vítima que lhe envie o código de verificação do WhatsApp, que é enviado por SMS para validar a operação.

Pronto! De posse do código enviado pela vítima o caos está completo! Agora o criminoso já pode clonar o WhatsApp da vítima e acessar sua lista de contatos e grupos no aplicativo, para solicitar dinheiro para os amigos e familiares da mesma.

Para evitar tamanho infortúnio é muito simples, basta ter atenção, afinal, o próprio SMS enviado pelo criminoso afirma que o código de verificação não deve ser compartilhado com terceiros. Sendo assim, suspeite de mensagens que forem enviadas no nome de empresa e não informe códigos do WhatsApp em troca do que quer que seja, desde ingressos para eventos, shows de famosos até brindes de qualquer natureza.

O uso de contas falsas para enganar contatos é também um golpe muito comum, onde o criminoso cria uma nova conta no WhatsApp e rouba os dados públicos da vítima, como nome, foto de perfil e status e, ato contínuo, entra em contato com os amigos da mesma alegando ter trocado de número, conta uma história qualquer e solicita um empréstimo, via PIX, mediante a promessa de rápido reembolso. Esse tem sido o golpe do momento e tem gente caindo aos montes!

Normalmente o falsário inicia o contato com os parentes e amigos da vítima com os seguintes dizeres: - “Oi, tudo bem? Pode falar, tá ocupado?”

Algumas dicas para evitar esse tipo de golpe são:

  1. ocultar as fotos de perfil do WhatsApp, deixando-a visível apenas para contatos (desta forma previne-se que sua identidade seja roubada);
  2. desconfiar sempre de mensagens deste tipo (o WhatsApp possui um recurso capaz de informar automaticamente quando um contato troca de número); 
  3. não responder a esse tipo de mensagem logo de cara;
  4. fazer contato imediato através de ligação ou mensagem com o número original do contato antes de fazer qualquer transferência (se o seu contato não falar contigo a fraude estará configurada).

O WhatsApp também pode ser clonado por meio de aplicativos espiões, denominados spywares (ou stalkerwares), os quais possibilitam a um hacker desconhecido ou a um cônjuge ciumento (apesar de ser crime previsto em lei), após instalação através de acesso físico ao celular da vítima, monitorar as atividades da mesma em seu aparelho, o que inclui vigiá-la à distância e ter acesso aos seus dados pessoais, incluindo o código de verificação do WhatsApp, usado para clonar contas no mensageiro, conversas privadas em todas as redes sociais, credenciais de banco, senhas de e-mail etc.

Há também a possibilidade de hackers enviarem o malware através de phishing e a própria vítima, inocentemente, instalar o aplicativo espião em seu aparelho, liberando todo acesso ao criminoso.

Sugere-se a todos, por conta disso, a instalação de um bom antivírus, apto a identificar ameaças, instalado no aparelho celular e que não se perca de vista os sinais que o smartphone também pode apresentar, dando indícios de que possa haver algum aplicativo espião instalado, por exemplo:

  1. bateria do celular acabando muito rapidamente; 
  2. dados móveis apresentam picos de uso durante o dia;
  3. aparelho apresenta superaquecimento;
  4. presença de aplicativos suspeitos ou alertas de pop-up invasivos.

Mas os golpes não param por aí... As fake news, além de serem proibidas por lei pelo transmitente das mensagens, também são usadas para fraudes, e a preocupação do WhatsApp é tamanha também nesse sentido, tanto que vem limitando o encaminhamento de mensagens muito compartilhadas para um contato por vez, além de atribuir uma lupa aos balões compartilhados muitas vezes, recurso esse que pode ser usado para pesquisar o conteúdo da mensagem no Google.

Para conferir a veracidade de uma notícia você pode checar o conteúdo acessando o bot FakeCheck antes de compartilhá-lo. Ali sugere-se aos usuários, inclusive, que denunciem fake news na plataforma, já que, devido à criptografia de ponta-a-ponta, o WhatsApp não é capaz de verificar o conteúdo compartilhado nos chats.

Por derradeiro, frise-se que golpes que distribuem o Super Almanaque da Turma da Mônica grátis, assim como o link malicioso que promete a liberação gratuita da Netflix, brindes do Boticário, geladeira da Coca Cola etc., continuam fazendo vítimas há anos... Pessoal, por favor, Papai Noel não existe! Suspeite de promoções "boas demais para ser verdade" e não clique em links suspeitos, por mais que tenham sido encaminhados por pessoas de confiança!

Richard Franklin Mello d'Avila
Graduado em 1988 pela PUC-Campinas. Sócio da MORELLI & D'AVILA SOCIEDADE DE ADVOGADOS desde 1989. Pós-Graduado em Advocacia Consultiva. Relator da Comissão de Ética da OAB/Subseção-Campinas por 4 anos

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