Raros são os livros sobre a vida profissional jurídica, mas são de uma utilidade histórica importante a revelar uma vida, uma trajetória, e um tempo e suas atividades, mas isso tudo está bem por João José Ramos Schaeffer, em seu livro "O Direito por Ideal" (Carbo editora), ali são perpassadas uma trajetória de 64 anos, na presidência da OAB/SC (3 vezes), conselheiro federal, desembargador, presidente do TJ/SC, do TRE/SC.
Esse lageano foi tudo no mundo jurídico catarinense, e por isso, repercutiu dito de Machado de Assis em Memorial de Aires – só se faz bem o que se faz com amor, e Schaeffer fez com maestria e elegância, e assim invoca-se Oscar Wilde – qualquer um pode fazer história, mas só um grande homem consegue escrevê-la, e Schaefer escreveu toda sua história, que é de um vencedor, e glorioso catarinense.
Fez bem recordar outro ilustre catarinense Luiz Gallotti, com sua notável passagem no STF, e na vida pública. Coloca em destaque outra glória do mundo jurídico catarinense – Jorge Mussi, ali grande advogado, desembargador, presidente do TJ/SC, e agora formidável ministro do STJ.
Schaeffer faz defesa acirrada da urna eletrônica e invoca sua experiência no TRE/SC, aí uma página de civismo, e defesa do estado democrático.
Schaeffer é um exemplo de vida, social, humana e profissional, com o apuro dado pelos anos, a lembrar-nos a lição de Padre Vieira – “Morrer de muitos anos e viver muitos anos, não é a mesma coisa. Ordinariamente os homens morrem de muitos e vivem poucos.” Schaeffer vive muito, e o expõe no seu livro: Durante 20 anos integrei o Conselho Federal da OAB, e lá vi a alta distinção dos representantes de Santa Catarina na defesa dos valores da advocacia, entre eles esteve João José Ramos Schaeffer.
Palmas a Schaeffer por esse guia histórico, não só do mundo jurídico de Santa Catarina, também do Brasil.