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Custo de estoque de importados: O que é e como calcular e reduzir?

Saiba mais sobre como acontece o custo de estoque na importação, e como fazer para ocorrer sua redução.

14/7/2022

No processo de importação existem diversas etapas de produção que acabam gerando custos na operação.

Que podem ser desde os custos da produção, quando o importador realiza a compra, até a primeira fase que é o transporte da mercadoria, seu armazenamento, divulgação do produto, e seu destino final.

Como falado, esses custos podem ser variados e o empreendedor que for realizar a operação deve tomar cuidado para não se tornar em uma alta carga tributária.

Dado que, um produto importado é aquele produto que possui um custo mais alto, mas, ao mesmo tempo, tem uma maior qualidade. E desse modo, a alta carga tributária pode ser vista pelos empreendedores como um empecilho em sua operação de importação.

Tendo em vista que essa alta carga afeta inúmeras empresas que precisam resguardar suas economias e investir em seus negócios, os custos na importação interferem e muito nisso.

Por isso, é tão importante antes de importar, que as empresas realizem um planejamento tributário analisando os riscos prováveis e conhecendo as possibilidades de diminuir custos.

Assim, fazendo esse planejamento e entendendo como os custos da importação podem afetar seu lucro, poderá ter uma visão sobre sua operação, alcançando êxito em suas atividades.

Sendo assim, iremos abordar sobre os custos que incidem na operação de importação, dando ênfase em um dos principais, sendo o custo de estoque, e, como fazer para que ocorra a redução dos mesmos. Acompanhe!

O que é o custo de estoque

Para iniciar devemos primeiro entender como o custo de estoque se qualifica, sendo o cálculo que mede o investimento necessário para se manter um estoque a depender do seu volume.

Auxiliando a empresa na determinação da margem de lucro e permitindo uma melhor organização financeira.

E os estoques serão uma garantia de contingências na sua empresa, possibilitando manter a garantia de serviços prestados, porém, o excesso de suprimentos nesse estoque podem não ser benéficos, trazendo prejuízos. Por isso é tão importante um bom gerenciamento dessas despesas.

Ou seja, o custo de estoque nada mais é do que todo o investimento de capital, armazenagem, depreciação, seguro, tributação, obsolescência e encolhimento durante um tempo determinado. E na maioria das vezes é representado por porcentagem.

Normalmente, dependendo do ramo que seu negócio for, os custos de estoque variam bastante sendo na maioria das vezes um número alto.

Por isso, de maneira estratégica e demonstrando inteligência operacional frente aos concorrentes, é importante manter esses custos sob controle para assim potencializar seus resultados, fazendo o dinheiro investido ter seu retorno.

Pois muitas empresas não conhecem com profundidade seus custos totais ligados ao estoque. E nem sempre é possível controlar e estar a par de todos os custos, uma vez que os números relevantes nem sempre aparecem em registros contábeis convencionais.

Dado que, o custo de estoque envolve muitos elementos, indo muito além do custo das mercadorias vendidas ou das matérias-primas adquiridas. Existem as despesas de gerenciamento e manutenção, e ainda mais os seguros, as perdas, e vários outros custos que falaremos mais a frente.

Custos envolvidos com o estoque

Entre os principais custos de estoque, podemos citar seis que se destacam, que de forma geral, são divididos para facilitar a organização de gastos e ser feita a organização dos cálculos.

Entre essa divisão estão presentes o custo de manutenção e armazenamento, sendo um dos mais importantes, o custo de pedido, custo de produto, custo de falta, custo de serviço e por fim o custo de risco.

Custo de manutenção e armazenagem

O custo de manutenção e armazenagem normalmente está associado aos impostos e seguros do espaço físico como o aluguel, IPTU, água, energia, maquinários.

Além de medidas preventivas dentro desses custos contra fatores pontuais como perda, deterioração, dano e furto do produto caso o espaço não seja bem projetado e entre em estado de saturação, onde perde seu fluxo linear de movimentação. Tal custo se concentra apenas nas despesas do estoque parado.

Custo de pedido

Já o custo de pedido está associado ao processo de aquisição dos suprimentos, dividido em duas etapas.

Primeiro, calculam-se as despesas com a comunicação entre empresa e cliente, possíveis cobranças por envio de produto, preparação da produção e movimentação do lote, e custo de reposição de novos itens.

Posteriormente, calculam-se os custos da logística de transporte, como veículo, mão de obra, frete, pedágio, entre outros. Não existe uma referência fixa para o custo de pedido, já que esse cálculo muda de acordo com diferentes modelos de negócios e estratégias específicas de cada gestão, também sendo influenciado diretamente por cada fornecedor selecionado.

Custo de produto

O próximo custo é de fácil entendimento, sendo o mais simples por ser apenas o valor do próprio produto a ser obtido, que você pagará ao fornecedor, mais conhecido como custo do produto.

Custo de falta

No custo de falta, ele está associado à falta do suprimento em estoque e pode ser classificado em duas diferentes formas: vendas perdidas e atrasos. O custo de vendas perdidas se dá justamente pelo lucro perdido quando uma venda não é finalizada, seja pela falta do produto ou pela imagem prejudicada da empresa.

Já o custo de atrasos é a consequência de gastos diretos para reposição dos itens fora do planejamento padrão. Perceba que, quanto maiores os valores de investimento em manutenção e pedido, menores serão os custos de falta.

Custo de serviço

Esse custo está associado à mão de obra utilizada no espaço físico não só do estoque, mas de qualquer setor da empresa que tenha influência direta sobre a mesma, como seguranças, estoquistas, conferentes, profissionais de TI, profissionais de recursos humanos, gerência, profissionais de limpeza, entre outros.

Também está incluído neste custo o profissional para controle de rotatividade do estoque, ele é empregado para verificar e avaliar a movimentação do capital.

Uma vez que o estoque absorve e mantém o capital parado até que a venda seja finalmente concretizada, e ocorrendo a rotatividade do estoque faz com que haja diminuição nos custos de manutenção e armazenagem, desse jeito levando mais lucro à empresa.

Custo de risco

Esse custo está totalmente voltado para o risco de perda de suprimentos, como também falamos nos custos de manutenção e armazenagem, pode ocorrer vencimento de validade, sobrecarga, deterioração, extravio, possível fraude administrativa, obsolência, dano, furto, etc.

É um custo que trará grande prejuízo caso ocorra, por isso pode ser considerado um dos que demandam maior atenção.

Como calcular o custo de estoque?

Para facilitar o cálculo de custo de estoque, que é feito pela soma de todos os custos, foram divididos três grupos.

Sendo eles, o custo do pedido que é composto por todas as despesas envolvidas com a entrega do pedido ao cliente.

Pois, mesmo que você tenha uma loja física, seus funcionários terão que ir até o estoque buscar o produto, que deve ser embrulhado e colocado em uma sacola. Se você trabalha com entregas, o custo com isso também entra na conta.

A segunda divisão de custos é quando a empresa apresenta um ambiente de produção, e é adicionado o custo sobre ajustes para o negócio. Desse modo, produzir um novo lote ou um novo produto exige vários custos como de insumos, administrativos e até de colaboradores que estão na linha de produção que vão demandar de mais tempo para reparar ou refazer o produto.

E por último existem os custos de manutenção, que podem chegar a 75% do total que uma empresa gasta com seu estoque. Ele é o agrupamento das despesas relativas à armazenagem dos itens em si.

Geralmente, o custo mais representativo do grupo é o aluguel de um local de armazenagem adequado. Há, entretanto, outros custos envolvidos, como as medidas de segurança, a desvalorização das mercadorias enquanto elas estão em estoques, o custo do dinheiro “preso” enquanto os itens não são vendidos, entre outros.

Aqui entram também os custos dos riscos de danos ou perdas, podendo ser por problemas no espaço físico da armazenagem ou funcionários mal intencionados

Dessa maneira temos a seguinte fórmula para calcular o custo de estoque:

Custo Total de Estoque = Custo do pedido + Custo Total de Ajuste + Custo de Estocagem.

Como reduzir o custo de estoque?

Como a composição dos custos de estoque são bastante extensos, é possível que ocorra a redução desses valores de maneira significativa, de modo que reduza tanto o custo dentro do estoque, como em outras etapas dentro do processo de importação.               

Um dos passos iniciais será estabelecer todos os custos de serviço que envolvem as mercadorias no estoque, pois, desse modo, não ocorrerá nenhuma surpresa desagradável durante o processo.

Outro modo para ocorrer à redução será fazendo a manutenção dos níveis de estoque, podendo ser uma maneira mais direta de evitar excessos e, como resultado, reduzir os custos.

É fundamental, portanto, fazer o acompanhamento de uma maneira sempre atualizada. Isso ajuda a manter os gastos sob controle e, inclusive, poder atuar em um tempo mais eficiente.

Nos custos de estoque e na operação de importação das mercadorias existem também os impostos e tarifas dentro deste processo, que são os tributos federais divididos em II, IPI, PIS e COFINS, e os tributos estaduais que está voltado para o ICMS e as alíquotas que variam de produto para produto.

Porém, nessas operações de importação você também pode ter grandes aliados na precificação de produtos através da redução de alguns impostos, como exemplo temos o benefício fiscal, como o de Alagoas, em que, através desse benefício é possível reduzir até 90% do ICMS, o que reduz em até 30% os custos totais da operação de importação.

Benefício fiscal

Por isso, que também é necessário avaliar o desembolso que será realizado para arcar com as despesas aduaneiras e com outros custos incidentes durante o processo de importação.

Desse modo, todo importador deve buscar outras opções para redução de custos dentro de sua empresa, e uma das opções que se destaca é o benefício fiscal, sendo um regime aduaneiro especial, no qual os Estados concedem uma isenção tributária.

Para os empreendedores que desejam destaque no mercado é essencial buscar um diferencial competitivo frente aos seus concorrentes, que lhe garanta a possibilidade de reduzir custos e aumentar a lucratividade.

Um dos benefícios que mais se destaca no âmbito tributário é o concedido pelo Estado de Alagoas, o Benefício Fiscal de Alagoas à importação.

Esse benefício pode ser a melhor opção para sua empresa importadora, de modo que trará junto uma maior segurança nas suas operações de importação.

Esse regime de Alagoas encontra respaldo no CTN em seu art. 170, que trata sobre a autorização da compensação de créditos tributários com créditos judiciais, na CF/88 e na legislação estadual 6.410/03.

Como dito anteriormente, é através desse benefício fiscal de Alagoas que é possível reduzir de até 90% do ICMS, o que reduz em até 30% os custos totais da operação de importação.

Utilizar benefícios fiscais pode ser uma boa oportunidade, mas utilizar a sistemática de importação por Alagoas é muito melhor, visto que não se trata de um benefício fiscal e possui mais segurança jurídica e permite um planejamento mais amplo e robusto.

Cícero Costa
Especialista em planejamento tributário de ICMS normal e em operação de importação por Alagoas, em regimes especiais de tributação e em benefícios fiscais de ICMS em Alagoas.

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