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Advocacia e coworking: uma estratégia competitiva para advogados

O conceito de coworking se consubstancia na capacidade de agregar conhecimento e fortalecer a difusão de negócios entre profissionais e organizações que antes estavam ilhadas por suas limitações.

4/10/2021

(Imagem: Arte Migalhas)

As transformações que ocorreram na advocacia na última década, devido ao desenvolvimento acelerado da tecnologia e, principalmente, ao aumento do número de advogados, remodelaram o mercado de trabalho. Atualmente, o conhecimento técnico jurídico, por si só, não é mais suficiente para assegurar sucesso na carreira.

Nos últimos anos, é possível perceber que o valor de um escritório de advocacia não é mais medido apenas pelo seu ativo imobilizado ou pela capacidade de geração de lucros, mas também pela competência para a absorção de conhecimento e criação de inovação. A elevada quantidade de advogados, atualmente somos mais de um milhão, promove uma concorrência que não dá espaço para quem espera passivamente que o cliente procure seu escritório.  

A advocacia moderna exige a adoção de um modelo de gestão semelhante ao adotado por empresas privadas, tendo como referência a excelência da prestação de serviços, eficiência operacional, redução de custos, geração de lucros e foco no cliente. Nessa linha, a rede de conexões, ou networking, e a habilidade de criação podem influenciar diretamente na capacidade do advogado ou escritório se tornar competitivo.

Ou seja, é imprescindível modelar com rigor e técnica os aspectos essenciais para o regular funcionamento do escritório, sob pena de se deixar a deriva o futuro do negócio.

Assim, a adoção de estratégias competitivas tornou-se uma necessidade tanto para advogados que pretendem abrir seu próprio escritório, quanto pequenos e médios escritórios estabelecidos. Quem pretende se manter competitivo na advocacia precisa ter recursos que possibilitem o desenvolvimento e a melhoria contínua de suas competências, bem como precisa monitorar regularmente o ambiente externo e buscar alternativas estratégicas para aumentar seu tamanho e força no mercado.

Dentro desse contexto, a escolha dos espaços de coworking como ambiente de trabalho surge como uma poderosa estratégia competitiva para o advogado. O termo coworking é utilizado para definir espaços de trabalho compartilhados por diferentes profissionais com o objetivo de reduzirem custos e facilitarem o trabalho colaborativo. Nesses espaços, cria-se um ambiente propício ao relacionamento, troca de experiências, valores e networking.

A expressão coworking foi utilizada pela primeira vez por Brad Neuberg, em 2005 na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos. Neuberg, um programador de computador e entusiasta de software livre, buscando criar um novo modelo de espaço de trabalho, alugou um pequeno espaço para trabalhar e publicou um convite aberto em seu blog para que outros se juntassem a ele. A partir dessa iniciativa, foi concebida uma "terceira via" de trabalho, a meio caminho entre uma vida profissional "padrão" dentro de um local de trabalho tradicional e bem delimitado, e uma vida profissional independente como freelancer, com total liberdade e independência, mas com o trabalhador isolado em casa.

O coworking representa a possibilidade do advogado lançar mão de um ambiente que permita a redução de custos e, ainda, estimule o compartilhamento do conhecimento. Se antes o advogado era obrigado a suportar sozinho diversos encargos e via-se fragilizado pela maior capacidade e conhecimento dos maiores escritórios, agora os usuários dos espaços de coworking podem encontrar nesse novo ambiente a oportunidade de formar alianças estratégicas com parceiros ou até concorrentes para fazer frente a situações que antes seriam incapazes de enfrentar individualmente.

Antônio Lázaro Neto
Consultor da área criminal da Ferraresi Cavalcante - Advogados, Procurador da Justiça Desportiva do Voleibol, especialista em Direito Público e Mestre em Gestão de Organizações.

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