Com o aumento da circulação de pessoas por conta da flexibilização de medidas oriundas da pandemia, as ocorrências de roubo e furto de carros aumentaram 15% no primeiro semestre de 2021 de acordo com um levantamento da Carsystem.
Independentemente do motivo pelo qual o carro é utilizado, é óbvio que o proprietário vai entrar em desespero e querer avisar o maior número de pessoas possíveis, e por conta disso a rede social tem um papel importante.
É possível atingir milhares de pessoas com apenas uma postagem, o que pode acelerar as buscas pelo automóvel, quando não, até mesmo alguém encontrá-lo.
Como os criminosos acompanham os ocorridos com o cotidiano, este cenário tornou-se favorável para a prática do golpe do resgate.
Funciona de maneira muito simples. Sabe aquele telefone que você colocou para contato? O criminoso te chama e informa estar com o veículo. Utilizando as fotos do seu anúncio, te convence de que irá te devolver o automóvel sem nenhuma avaria, bastando apenas o pagamento de um valor à título de resgate.
E o que ocorre na maioria dos casos? A vítima por desespero efetua o pagamento. Qual o resultado? Mais uma perda.
Primeiramente, vale ressaltar que os criminosos não atuam sozinhos. Existe desde o sujeito que envia as mensagens via aplicativo de conversa, até o que escolhe o automóvel nas redes sociais e por fim o recebedor da quantia paga (geralmente boleto bancário ou PIX).
Os criminosos em geral solicitam valores por volta de R$ 1.000,00, para não chamar tanta “atenção” e não levantarem suspeitas para as instituições.
Por isso, se você possui seguro para o seu veículo e já acionou o mesmo, bem como a polícia, pense duas vezes antes de anunciar fotos nas redes sociais, pois você corre um risco de ser contatado pelo fraudador. Não é recomendável, mas caso sinta a necessidade, importante levantar o alerta.
Contudo, caso você seja vítima deste modelo de fraude, eis algumas considerações se o pagamento foi feito via boleto bancário ou chave PIX:
1) Se o pagamento foi via boleto, repare nas três primeiras posições expostas na linha digitável, repetindo-se na sequência dos primeiros que compõe a aludida linha. São exemplos de códigos de Banco os seguintes: 341 – ITAÚ, 237 – BRADESCO, etc. Ressalta-se que estes códigos não precisam ser decorados, pois o site da FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS BANCOS (FEBRABAN) disponibiliza. Assim, faça contato imediato com a instituição que o emitiu e informe o ocorrido, pois de pronto eles vão avaliar a conta e efetuar as medidas internas cabíveis.
2) Faça um boletim de ocorrência com as informações do recebedor dos valores de fraude, bem como acione um advogado para buscar o devido ressarcimento.
3) Se o pagamento foi via PIX, acione a instituição recebedora dos valores informando o ocorrido, e não se esqueça de pedir o bloqueio da conta do fraudador e se possível, o reembolso.
4) Caso a instituição informe que os valores não estão mais em sua posse, pergunte o destino dos valores para que você possa fazer o B.O, bem como acione um advogado para buscar o devido ressarcimento.
Já são inúmeros os casos de roubo acompanhado desta fraude via resgate, e os criminosos conseguem receber os valores pois eles impactam o psicológico da vítima. Receber a informação via whatsapp: “pague o boleto ou faça o PIX para ter seu carro” faz com que muitos não pensem racionalmente e caiam neste golpe virtual.
Todo cuidado é pouco neste mundo com tantas facilidades digitais, que infelizmente são utilizadas com fins ilícitos.