Na obra "Eles, os juízes, vistos por nós, os advogados", de Piero Calamandrei, ele descreve sua longa experiência como advogado.
Calamandrei adverte, por exemplo, que o advogado não deve tomar ares de ensinar aos juízes. O advogado que assim age, falando aos juízes como se estivesse na cátedra, “pode ser um grande jurista, mas é sem dúvida um péssimo psicólogo (logo, um medíocre advogado)”.
O jurista italiano escreve, ainda, que se houvesse um curso de eloquência jurídica ele o faria funcionar assim:
“... Daria ao aluno para estudar, numa manhã, os autos de uma complicada e difícil controvérsia cível, que ele deveria depois referir oralmente, de maneira clara e cabal, no inexorável lapso de uma hora. No dia seguinte, sobre o mesmo argumento, deveria falar meia hora; enfim, no terceiro dia, o tempo concedido para repetir a exposição deveria ser reduzido ainda mais, a quinze minutos.
Nessa terceira prova, que seria a decisiva, deveria estar presente um auditório de estudantes, absolutamente ignaros do caso. Se o relator conseguisse tocar nesse arrazoado concentrado em todos os pontos essenciais da causa, de maneira bastante clara e ordenada para ser seguido e compreendido de imediato por aquele auditório, mostraria ter aprendido o gênero de eloquência necessário para se tornar um bom sustentador oral.”