Migalhas de Peso

Saiba como reconhecer os sinais do relacionamento abusivo

É necessário que a sociedade olhe para essas vítimas com mais empatia e menos julgamento.

31/3/2021

(Imagem: Arte Migalhas)

O relacionamento abusivo sempre existiu. A diferença é que atualmente muito se tem falado a respeito desse assunto tão importante para nós, mulheres.

Primeiramente precisamos deixar claro que a vítima do abuso pode ser qualquer mulher, independentemente da idade, do nível de maturidade, do grau de instrução e das condições econômica entre outros fatores.

É necessário que a sociedade olhe para essas vítimas com mais empatia e menos julgamento.

Com efeito, as estatísticas demostram ter ocorrido um aumento considerável nos números de feminicídios praticados durante o período da

pandemia causada pelo vírus da covid 19 estando esses crimes intimamente ligados a relacionamentos abusivos.

Dessa forma, é preciso realizar um trabalho informativo/preventivo, a fim de que as mulheres vítimas de abusadores possam reconhecer um relacionamento abusivo, pois muitas delas nem sabem que vivenciam essa triste realidade e via de consequência, consigam terminar esse relacionamento, logicamente se necessário.

São sinais de um relacionamento abusivo:

1-    Sedução: o abusador é antes de tudo um sedutor nato; ele se esmera em coletar o maior número de informações, entre elas anseios e sonhos de sua vítima passando a seguir dissimular situações em que a mulher imagine ter encontrado sua alma gêmea;

2-    Adestramento: Alcançado seu primeiro objetivo, o abusador dará início à fase do “adestramento”, de sua vítima, ou seja, passará a impor condições num primeiro momento de maneiras sutis afim de que a mulher aceite suas vontades passivamente, como por exemplo: “essa roupa não lhe cai bem”, “você fica bem melhor sem maquiagem”, “sua amiga não presta, você não deve andar com ela” e etc...

3-    Violência Psicológica: nesta fase da relação o abusador aumentará o quadro de violência psicológica e como motivação a justificar sua conduta passa a alegar que a culpa é da vítima, situação que não rara vezes e acolhida por ela;

4-    Isolamento: nesta fase o agressor passa a isolar a vítima de seu convívio social, já que suas amigas não prestam, os membros da sua família também não prestam, ninguém presta, a não ser ele. Nesse momento acontece o “gatilho” da desordem mental da vítima;

5-    Desprezo e Manipulação:  aqui o abuso psicológico fica mais intenso; o abusador distorce tudo destruindo a autoconfiança da vítima, diz que ela “está louca” até o ponto em que ela se anula como pessoa por completo com sérias consequências mentais que afetam até mesmo sua saúde que restará gravemente debilitada. É como se a vítima fosse uma dependente química (reconhece sua situação, mas não consegue imaginar sua vida sem o agressor) e inicia um processo que a fará duvidar até mesmo de sua própria saúde mental;

6-    Romantização: o sedutor-agressor, é um especialista em promessas não cumpridas e quando ele percebe que sua vítima está tentando abandonar o relacionamento inicia um processo de aproximação onde alega que irá mudar seu comportamento e passa a surpreender a vítima com ações românticas, com uma conduta próxima do normal e com seus atos, leva mulher a acreditar que ele mudou e assim retorna-se ao ciclo de violência sem fim.

Percebe-se que a mulher, numa tendência de natureza cultural, imagina ter a necessidade de achar que ela precisa “carregar aquele fardo”, sempre na expectativa de que aquele homem irá mudar.

Importa frisar que nós, mulheres, não somos mãe do abusador, não somos psiquiatras e nem psicólogas. Sendo assim, NÃO temos responsabilidade alguma sobre aquele homem.

Nesse momento, destaca-se que se a vítima não conseguir findar esse relacionamento abusivo de que é vítima, torna-se imperioso que por conta própria procure a ajuda de um profissional especializado (psicólogo).

Por fim, tratando-se de casos graves como ameaças, agressões físicas ou morais/psicológicos, as vítimas desses relacionamentos abusivos deverão procurar auxílio numa delegacia da mulher da sua localidade ou nos casos onde tais delegacias não existam, podem procurar a delegacia normal de polícia ou até mesmo de um advogado (a) de sua confiança para que solicite junta à autoridade judiciária uma medida protetiva.

A luta é nossa!

Compartilhe essas informações para que possamos ajudar mulheres que estão vivenciando um relacionamento abusivo.

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