"Data máxima vênia", impolutos julgadores, o petitório está desvestido de supedâneo jurídico para a cognoscência dos manejadores do átrio forense, além do que, "ab initio", BLÁ, BLÁ, BLÁ, das conjuminências farmacológicas superlapostas…
Alguém entende, honestamente, a mensagem que se pretende passar na frase acima?
Há quase uma década, a partir de dados estatísticos, encomendados pela AMB, ao IBOPE, que existe um movimento para eliminar essa absurda quantidade de "jurídiquês" entre os profissionais do direito.
Eu, particularmente, não consigo ler dois parágrafos com esses tipos de expressões. Sinto-me até desafiado na minha modesta inteligência.
Embora não tão novo, porém não tão velho, nada sei de latim. Suponho que o mercado da advocacia, majoritariamente constituído de uma população abaixo dos 50 anos, também não tenha sido alfabetiza com o latim.
Cresci dentro da profissão nutrindo verdadeira antipatia por essas expressões complexas. A comunicação, nos tempos modernos, como o que vivemos, não tem espaço para expressões carentes de um dicionário ao lado.
Neste mundo, onde as pessoas são alfabetizadas de forma abreviada, para ganhar tempo, a linguagem rebuscada, de décadas passadas, não se adequa mais.
Naquele tempo, dos meus avós, uma ação judicial, demandava linguagem culturalmente mais sofisticada, tal como as missas, que eram realizadas em latim.
E tenho absoluta certeza de que os fiéis nada entendiam. Uma liturgia cansativa, enfadonha e totalmente incompreensível. Só que ali, para os fiéis, pouco importava o que o padre dizia, desde que todos dissessem "Amém".
Na advocacia as coisas não funcionam assim. O juiz não diz amém para tudo o que dizemos ou queremos se a linguagem não for clara e limpa.
Aliás, o juiz, tal como nós, advogados, não tem tempo para as extensas peças processuais. Não há condições.
Quando vamos nos conscientizar da importância de uma peça enxuta, clara, objetiva, limpa e sem expressões pré-históricas?
Simples assim.