Migalhas de Peso

O segredo da vitória

Embora as dificuldades e desafios de 2020, muitos saíram sem saldo negativo de qualquer ordem e até positivo. Inclusive, alguns disseram que foi um ano excepcional.

7/1/2021

(Imagem: Arte Migalhas)

Pesquisa do Datafolha, cuja coleta foi realizada entre 8 e 10 de dezembro, constatou que 68% dos entrevistados disseram acreditar que o ano de 2021 será melhor do que o ano de 2020.

Notório que, por conta da pandemia global, o ano de 2020 implicou em um choque de realidade. No ano passado a covid-19 impactou a vida de todos. Um ano de grandes enfrentamentos. Milhões de seres humanos levados a óbito jamais deixaram 2020. Muitos saíram deste ano com sérios problemas a resolver, especialmente de saúde e econômicos. O PIB foi negativo. Inúmeros casamentos foram dissolvidos etc. Entraves e obstáculos não faltaram. Enfim, 2020 foi um ano difícil e desafiador.

No entanto, embora as dificuldades e desafios de 2020, muitos saíram sem saldo negativo de qualquer ordem e até positivo. Inclusive, alguns disseram que foi um ano excepcional. Aliás, o índice do capitalismo humanista – o iCapH – junto à Cidade de São Paulo, com coleta de dados nos dias 5 e 6 de dezembro de 2020, trouxe como resultado que a população, em comparação a 2019, não sentiu queda em seu bem estar econômico.

Pelo contrário, conquanto avaliado em ambos os anos como regular; o iCapH, em 2020, comparativamente ao ano anterior, subiu 174 pontos, ou seja, 4%. A população não foi mais crítica do que no ano de 2019. Pelo iCapH, a taxa de confiança no Governo, acumulada, em suas três esferas, União, Estados com Distrito Federal e Municípios, ficou em 52%, ou seja, a maioria da população; contra 46% que não confia, a qual é alta considerando-se que 43% daqueles que confiam, apurou-se que confiam pouco.

Logo, no que se apegar para entender 2020? Como se programar para 2021? Sugiro o mais sábio dos reis, Salomão. Segundo Eclesiastes:

Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu.

Tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou,

Tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir,

Tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar,

Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter,

Tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de lançar fora,

Tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar,

Tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz.

O que ganha o trabalhador com todo o seu esforço?

Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens.

Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.

Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.

Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus.

De fato, o choque de realidade em 2020, aos meus olhos, alargou meus sentidos. Foi quebrado o frenesi do dia a dia, rasgou-se o véu da ilusão do cotidiano e emergiu aquilo que verdadeiramente importa. O universo e tudo que há nele, ficou mais claro e simples.

Salomão está certo quando escreveu que tudo a seu tempo; poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus; e, que não há nada melhor do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. O iCapH apurou que na avaliação do povo de São Paulo, 45% acredita que o paulistano se comportou de maneira mais solidária; contra 32% que foi mais egoísta.

Então, aprenda com 2020. Assuma para si, como são poderosas e úteis estas máximas de Salomão. À luz desta sabedoria antiga e valiosa, tudo aquilo que era nosso e realmente importa será devolvido e nossos sonhos perdidos serão retomados. Por este duro aprendizado do ano que partiu, receba, para 2021, o Segredo da Vitória!

Ricardo Sayeg
Advogado especialista em superação de crises e contencioso estratégico de demandas complexas. Professor livre-docente em Direito Econômico da PUC/SP. PHD e mestre em Direito Comercial pela PUC/SP. Advogado do escritório HSLAW.

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