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Contratos no Brasil exigem poucas apólices de seguros

No momento em que sua empresa for elaborar um contrato ou antes de assinar um contrato, qualquer que seja o lado, lembre-se da importância de identificar os riscos que cercam o negócio.

5/10/2020

Em 2019, apenas no acumulado entre janeiro e outubro, o Seguro Garantia cresceu em 5,8%. Embora não seja um percentual alto, a demanda superou a previsão que era a metade.

A Merit Seguros, especialista em seguros contratuais, realizou um estudo junto aos seus mais de 4 mil clientes, empresas de setores variados e localizadas nas principais regiões do país e constatou que o Seguro Garantia ainda é pouco exigido quando da elaboração dos contratos de maneira geral. Ainda se observa muitos contratos celebrados sem qualquer menção ao Seguro Garantia, muito embora a conscientização da necessidade de contemplar este tipo de cobertura vem crescendo cada vez mais no Brasil. Nos países de primeiro mundo, a cláusula que estabelece a exigência deste tipo de seguro é praticamente obrigatória, isto é, consta em 95% dos contratos firmados.

Veja os percentuais de exigência do Seguro Garantia no Brasil de acordo com:

O tipo de contrato

A nacionalidade da empresa contratante

O porte da empresa contratante

O Seguro Garantia, tem um papel fundamental no mundo corporativo porque é um seguro que busca proteger o relacionamento comercial entre empresas. Costumamos dizer que é um seguro contra fornecedores mal administrados.

Dados da Confederação Nacional das Seguradoras – CNSEG confirmam que o mercado de seguros nacional fechou o ano de 2019 com arrecadação de R$ 270,1 bilhões, excluindo-se saúde suplementar e DPVAT. Os seguros contratuais figuram dentro deste montante, conquistando uma fatia de destaque na medida que os investimentos em infraestrutura feito pelo governo federal se tornam componentes importantes no ciclo econômico.

No ano de 2020, mesmo com a previsão de queda do PIB no mundo todo e consequentemente menores investimentos do governo federal brasileiro, a Merit tem apostado no crescimento de sua carteira de clientes. Isso se justifica porque se por um lado o volume de negócios cai como um todo, por outro lado, face as incertezas econômicas, o risco de inadimplência e a demanda por proteção nas relações entre empresas e seus fornecedores aumenta. Pode-se prever que muitas empresas que até então não obrigavam seus fornecedores a prestarem garantias, começarão a fazê-la diante da insegurança que tomou conta dos mercados.  Proteção ao risco será a palavra de ordem nas relações do futuro.

Além do Seguro Garantia, existem outros seguros que podem ser inseridos como exigência contratual e dentre os principais, destacam-se:

É oportuno dizer que o segredo para avaliação de um risco envolve dois aspectos básicos: informação e experiência. Isto significa que entender o projeto e interpretar as cláusulas de um contrato é o primeiro passo para se dimensionar o risco, definir taxas e formular uma proposta condizente à operação.

No momento em que sua empresa for elaborar um contrato ou antes de assinar um contrato, qualquer que seja o lado, lembre-se da importância de identificar os riscos que cercam o negócio. O fio do bigode serviu durante anos para que as partes honrassem com suas promessas. Hoje os tempos são outros e se sua empresa não estiver atenta a esses movimentos, você e sua empresa poderão viver sempre no fio da navalha

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*Sergio Fasolari é CEO da Merit Seguros.

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