A superação nos sistemas de comunicação e a cultura de massas vivem atualmente um período exponencial na realidade da “nuvem”. Bauman falava sobre a realidade líquida. Estamos vivendo então em uma realidade digital onde as massas também são líquidas?
A instantaneidade e simultaneidade proporcionadas pelas redes permitem a difusão de ideias e notícias em velocidade vertiginosa, nos coloca frente à algo nunca experienciado pelo indivíduo antes: um desafio atemporal, emocional e intelectual diante do bombardeamento de informações.
Se a ciência e arte governamentais através da história foi consolidada a partir de duas calibragens, de democracia e ditadura, centralizando ou descentralizando a administração dos poderes nos mais diversos países, a realidade cibernética, onde há uma micropotência individual no ciberespaço, está criando um novo sistema governamental único.
As chamadas “Fake News”, com manipulações de palavras, imagens, vídeos, notícias, ampliou de forma desmensurada o campo da fantasia sobre conflitos e dessa maneira, auxiliando ou prejudicando formas de poder.
Algumas notícias e paralisações, como “vidas negras importam” são capazes de alterar (ou criar) em alguns minutos posições políticas de massas, que saem as ruas quase diariamente demandando e contestando as formas que o governo lida com sua população.
Etnias, religiões, gêneros, teses científicas, teses não científicas, jornalismo, “Fake News”, todas flutuam juntos dentro do ciberespaço.
É ingênuo acreditar em comunidades passivas diante da tela do celular ou computador. Acreditamos que o cyber seja uma ferramenta, que ainda que não tão nova assim, está mudando a maneira em que a população lida com justiças ou injustiças governamentais. É uma nova era que envia, recebe, fala, escuta, metamorfoseia, uma verdadeira simbiose extraordinária.
A internet e sua população estão colocando à prova formas de governar. A enormidade de tragédias junto com a inoperância de respostas, junto com polêmicas e contradições de autoridades está chegando ao limite do caos.
Basicamente, a forma como as massas estão lidando com os governos, exige atenção e responsabilidade, estando esta no campo da ética e do exercício consciente da cidadania solidária, ainda que diante de uma pandemia, também solitária.
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