Notória defensora da igualdade de gênero e sempre ao lado de posições progressistas, a Justice Ruth Bader Ginsburg, da Suprema Corte dos Estados Unidos, que faleceu na última sexta-feira, deixa uma memória repleta de força e significado.
Não apenas em razão da brilhante trajetória – na qual mostra o êxito na conquista de relevantes espaços –; ou até pela simbologia de uma mulher na Suprema Corte; mas, em especial, pelo exemplo que deu ao defender – incessantemente – a verdadeira liberdade das mulheres.
RBG, através da conduta e do discurso, muito mais do que fazer por si, fez por toda uma geração. Ao – com coragem – enfrentar questões sensíveis, para além de fixar o sentido constitucional mais adequado à sua linha de pensamento –plantando sua semente para mudanças históricas – também contribuiu no incentivo – mundial – à reflexão sobre as pautas feministas e, ainda, com o crescente movimento por maior participação das mulheres nos espaço de poder, sobretudo no ambiente jurídico.
Não à toa tornou-se ícone da cultura feminista.
À luz de todo esse legado, parece claro o recado que fica: em primeiro lugar, que a defesa da Constituição só faz sentido ao lado das liberdades – e é certo que não é possível pensar em liberdade prescindindo de igualdade; e, depois, que o nosso agir importa - a nossa luta por visibilidade e conquista de espaço é capaz de tirar da invisibilidade outras tantas mulheres.
No fundo, nós somos aquilo que fizemos. Nada mais. Ruth Bader Ginsburg honrou sua história e – com sua forte memória – incentiva a serem contadas ainda mais histórias de protagonismo feminino.
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