Raramente encontramos repositórios sobre os brasileiros construtores da nossa civilização. Aqueles homens públicos, políticos, artistas, juristas, enfim contribuintes desses 500 anos de história e vida brasileiras. Fernando Henrique Cardoso dissertou no precioso – Pensadores que inventaram o Brasil, com a descrição do pensamento (sociológico); Jorge Caldeira escreveu 101 Brasileiros que fizeram história, aí entra toda a gama de contribuição, e agora José Roberto de Castro Neves organizou Brasileiros, Editora Nova Fronteira, 78 heróis nas mais variadas searas. O organizador é um excelente advogado da área empresarial no Rio de Janeiro, professor da PUC/Rio, e já organizara outros livros seminais como Os grandes julgamentos da história, Os advogados vão ao cinema, O que os grandes livros ensinam sobre justiça, e agora, na reta final outro livro sobre – direito e música. Causou outro impacto seu livro sobre Como os advogados salvaram o mundo. Grande conhecedor de Shakespeare – lançou o Direito em Shakespeare. Agora, os Brasileiros estão enfileirados nas suas grandezas, nos seus tempos e espaços. No jornalismo político, o excelente cronista político Merval Pereira, descreve sobre a icônica figura de Carlos Castello Branco, que no período militar era a voz do pensamento político, e crítico das diatribes do momento, com muita autoridade e coragem. Encheu de brilho a coluna do Castello no Jornal do Brasil. No cinema vamos a Oscarito escrito por um rei do humorismo – Renato Aragão, como também Glauber Rocha descrito por outro monstro do cinema brasileiro – Cacá Diegues. Na música, ouvimos Cazuza e Luiz Gonzaga (este após décadas, ainda domina), e Vinícius de Moraes, no retrato pintado por outro conhecedor da música brasileira – Nelson Mota (Como uma onda, Dancing Days). Da política lá estão Getúlio, Pedro I, Ulysses Tancredo Neves, num retrospecto espetacular de Fernando Henrique Cardoso, ao pintar o quadro da abertura política, a candidatura Tancredo, e a Constituinte. É um dos melhores documentários sobre Tancredo. Na ciência, Paulo Niemeyer, grande médico, precursor da neurocirurgia, no Rio de Janeiro, num passeio científico e sentimental de seu filho Paulo Niemeyer Fº, outro ícone da neurocirurgia no Rio de Janeiro. Valor ao grande cientista Carlos Chagas, desbravador de doenças endêmicas, ao lado do grande Osvaldo Cruz, e descobridor da Doença de Chagas, ainda em vigor no Brasil.
Castro Neves, do mundo jurídico, não dispensaria o grande advogado Sobral Pinto – destemido, corajoso, um paradigma da defesa dos mais fracos e desvalidos. Não ficou de fora, San Tiago Dantas, por sua colaboração ao Direito, e a iluminação nas salas da Faculdade Nacional de Direito. Ao arremate neste cenário jurídico o grande Rui Barbosa, numa dissertação magistral do ministro Luis Roberto Barroso. Não é fácil condensar Rui, num artigo, e dizer tudo sobre ele. Aos pensadores ninguém melhor do que Gilberto Freire, e sua Casa Grande e Senzala, na pena de outro pernambucano sempre com brilho no Rio de Janeiro – Joaquim Falcão. Na economia Cairu e Mauá, este o grande gênio do industrialismo brasileiro, e no nosso tempo – Roberto Campos, critiquem ou não, esse foi um grande homem do pensamento econômico. Enfim, a literatura não ficou alheia ao rol de notáveis brasileiros, a começar pelo principal – Machado de Assis. Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Graciliano Ramos, o escritor das agruras nordestinas, dominador da escrita, e da realidade social. José Roberto de Castro Neves merece aplausos, de pé, por essa obra grandiosa de exaltação a grandes brasileiros nas mais variadas situações e afazeres.
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