Em meio a grave e letal pandemia produzida pelo coronavirus SARS CoV-2 que vem atingindo praticamente todos os países do planeta e se propagando numa verdadeira progressão geométrica e em velocidade astronômica jamais vista antes, cujo número de pessoas infectadas já se aproxima de 2 milhões, com cerca de mais de 100 mil mortos, instalou-se uma lamentável e desnecessária crise política paralela, decorrente de uma inaceitável batalha tão letal e virulenta quanto o próprio coronavírus, referente ao uso ou não de medicamentos com os princípios ativos conhecidos por Cloroquina (chloroquine) e a Hidroxicloroquina (hydroxychloroquine), já existentes para o combate de outras doenças, como a malária, a artrite e o lúpus, etc.
No mesmo sentido, grande parte da mídia traindo o seu direito/dever de informar a sociedade sobre o que há de verdade sobre o uso ou não dessas substâncias, passou deliberadamente a se posicionar de forma contrária ao seu uso, limitando-se, assim, a mostrar apenas as informações que abonam o seu posicionamento político, ao mesmo tempo em que omite praticamente todas as informações em sentido contrário, mesmo com consideráveis histórias de sucesso (notadamente em outros países) ou quando, raramente, se manifesta relativamente ao posicionamento contrário ao seu, o faz de forma demasiadamente critica, totalmente destrutiva, deixando, assim, de informar, com isenção, os dois lados da moeda, prejudicando sensivelmente a população, especialmente nesse momento de pânico generalizado, lockdown, medidas de isolamento social, pessoas sem trabalhar, comércio fechado, queda da economia, aumento de milhares de infectados, com mortes crescentes a cada dia, etc.
A maior crítica daqueles que se posicionam contra o uso da chloroquine e da hydroxychloroquine, é no sentido de que ainda não há estudos científicos definitivos, precisos e seguros quanto à eficácia com relação a covid-19, bem como em razão das referidas substancias apresentam efeitos colaterais, que desautorizariam o uso daqueles princípios ativos, embora haja uma unanimidade de opiniões no sentido de, até o momento, não existir nenhum remédio específico para enfrentar essa nova doença.
Importante destacar, que a referida doença surgiu na cidade de Wuhan, China, no final do ano passado (dezembro) e, obviamente, ainda não houve tempo hábil suficiente para a descoberta de remédios e/ou de vacinas para evitar a contaminação ou mesmo a cura da referida doença.
É bem verdade, que está havendo uma corrida mundial na busca da vacina e desses medicamentos, ainda que seja para diminuir a intensidade da doença, ou pelo menos para reduzir o prazo de recuperação dos enfermos, sendo certo, também, que em perspectivas mais otimistas se espera que se descubra uma vacina contra esse novo coronavirus no próximo ano de 2021.
E até lá, o que deve ser feito? Cruzar os braços e deixar ir aumentando cada vez mais o número de infectados, com cada vez mais mortes? A resposta negativa me parece óbvia.
Sabidamente, nenhum serviço de saúde pública, nem mesmo dos países mais desenvolvidos do planeta, como Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra, entre outros, estão preparados para socorrer um número cada vez maior de pessoas vítimas da covid-19, por absoluta falta de infraestrutura de pessoal material e física, no que parte da mídia, nesse ponto, talvez por sensacionalismo ou para gerar o caos, tem mostrado à saciedade, as dificuldades que vem sendo enfrentadas pelos mais diversos países, como a falta de máscaras faciais, ventiladores pulmonares, oxigênio, espaço físico adequado nos hospitais (leitos, enfermarias e UTI’s), etc., o que vem gerando uma incessante busca por equipamentos em outros países exportadores numa verdadeira corrida mortal contra o tempo, a fim de que cada um possa suprir as suas necessidades emergenciais o mais rápido possível.
Por outro lado e agora sim, uma luz no fim do túnel está surgindo como o uso off-label das substâncias chloroquine e da hydroxychloroquine, até destinada a outras doenças, mas que, ainda nesse curto espaço de tempo, tem apresentado resultados que surgem como uma verdadeira gota de esperança nesse sombrio momento de desespero e pavor de uma pandemia generalizada, com dimensões jamais imaginadas e com rápido e crescente número de mortos, que a cada dia aumenta em verdadeira progressão geométrica.
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*Fabio Uchoa Montenegro, magistrado, atualmente encontra-se em exercício na 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Direito e Ciência Jurídica – especialidade Direito Penal e Ciências Criminais, pela Universidade de Lisboa (Portugal).