Ser um economista vai além de uma mera profissão, pois trata-se de um intelectual com apurado senso crítico dotado de ampla capacidade analítica para compreensão dos fenômenos socioeconômicos. E, vale destacar, que as melhores contribuições para a sociedade são laureadas com Prêmio Nobel de Economia todos os anos.
Os economistas estão presentes em todo tipo de atividade econômica e social, desde agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços, governo, organizações não governamentais e em muitos casos são grandes empreendedores e criadores de startups. Mas é preciso apontar duas áreas do Terciário Superior - área do setor de Serviços que emprega alta tecnologia - que vem se destacando: as Finanças e as empresas da Nova Economia (as chamadas companhias “.com”).
Por meio de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Ministério da Economia, aproximadamente 50% dos economistas no Brasil atuam na área de Finanças: nos Mercados Financeiros ou em departamentos de Finanças. A compreensão sobre a dinâmica das políticas dos Bancos Centrais, o sobe e desce das Bolsas de Valores, o risco de um Derivativo, como valorar uma Criptomoeda etc., pede sólido conhecimento em Teoria Econômica, especialmente em Macroeconomia; bem como em Métodos Quantitativos e Mercado de Capitais.
Estes conteúdos são ministrados nos melhores cursos de Economia, o que justifica a forte inserção dos Economistas nesta área. Se é possível atribuir um adjetivo ao capitalismo hoje, sem dúvida é “capitalismo financeiro”. Mas também fazem parte do cotidiano de empresas da Nova Economia como Google, Microsoft, Uber, Facebook e Amazon. A Amazon, recentemente, contratou mais de 150 doutores em Economia. O Google tem como Economista-Chefe um dos microeconomistas mais renomados dos Estados Unidos (Hal Varian). Nessas empresas eles atuam no intuito de solucionar problemas e criar alternativas eficientes por meio de conhecimentos em Microeconomia e Teoria dos Jogos.
Além disso, o volume de informações disponíveis na atualidade, graças à Economia Digital, vem exigindo que economistas utilizem gigantescas bases de dados e de programação para suas análises. Através da Inteligência Artificial aplicada à Big Data, é possível arquitetar uma estrutura mais precisa para a tomada de decisão, tanto em projetos de empresas privadas, como em políticas públicas. E, para atender esta nova realidade, é preciso ter como base uma matriz focada em três clusters de conhecimentos: Teoria Econômica (Micro e Macroeconomia), Métodos Quantitativos e Finanças. Estes clusters solidificam um mindset que, além de atender a demanda do novo perfil de um Economista, o torna um profissional e um intelectual diferenciado na sociedade.
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*Jackson Bittencourt é economista, doutor em Economia Regional e Coordenador do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).