Provavelmente, você já ouviu comentários como “o Brasil está envelhecendo” ou “estamos nos tornando um país idoso”. Mas, você sabe o que isso significa e quais são suas implicações? As mudanças no padrão demográfico brasileiro começaram na década de 1940 e foram acentuadas nos anos 1960. Houve redução na taxa de crescimento populacional e alteração na estrutura etária, com crescimento lento do número de crianças e adolescentes versus o aumento da população em idade ativa e idosa.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem aproximadamente 30 milhões de idosos no país, que trazem novas demandas, como estruturar e oferecer serviços adequados às reais necessidades dessa significativa parcela da população. O crescimento da população idosa desafia o país a investir em formação profissional e em novos padrões de atendimento na saúde e gestão pública.
No Brasil, as ações e as práticas de saúde foram pensadas em outro momento, quando o país apresentava perfil jovem, por isso agora estão defasadas. Contudo, envelhecer sem qualquer doença crônica é exceção à regra, então o foco das políticas contemporâneas deve ser a promoção do envelhecimento saudável, com a manutenção e melhoria da capacidade funcional, a prevenção e estabilização das doenças, a recuperação da saúde e a reabilitação.
Na velhice as interferências das predisposições, da história de vida e do meio adquirem proporções ainda maiores. Envelhece bem quem vive bem. Ainda assim, os comportamentos podem ser modificados no curso da vida. Isso depende, dentre outros fatores, da existência e da disponibilidade de serviços apropriados destinados à população idosa, bem como do acesso aos mesmos.
Sendo assim, a demanda do mercado de trabalho por profissionais capacitados para atuarem com o público idoso em suas especificidades, de maneira eficiente e humanizada, é crescente na saúde e na gestão pública. A qualificação na área da gerontologia abrange as dimensões da saúde, questões psicossociais e demais aspectos do envelhecimento.
O especialista em Ciências do Envelhecimento Humano é um profissional em alta porque está apto a atuar com o público idoso de maneira interdisciplinar, contemplando a complexidade e os múltiplos fatores envolvidos no processo de envelhecimento humano, para promover melhor atendimento à saúde, gestão de recursos e políticas públicas mais adequadas ao atual e futuro padrão demográfico nacional.
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*Mariane B. F. Morais é psicóloga e professora do curso de Ciências do Envelhecimento Humano da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Maringá.