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Cibercrime ameaça empresas públicas e privadas

Em plena era da informática, o conceito de segurança da informação está associado a toda uma logística operacional que envolve custos desde o desenvolvimento da necessidade do cliente até a elaboração e confecção do documento. Costumo dizer que o processo de armazenamento e segurança de documento público é dividido em 10 estágios, que permeiam uma longa caminhada.

31/10/2006


Cibercrime ameaça empresas públicas e privadas


Coriolano Aurélio de Almeida Camargo Santos*


Em plena era da informática, o conceito de segurança da informação está associado a toda uma logística operacional que envolve custos desde o desenvolvimento da necessidade do cliente até a elaboração e confecção do documento. Costumo dizer que o processo de armazenamento e segurança de documento público é dividido em 10 estágios, que permeiam uma longa caminhada. São eles:

Só que existem duas ameaças constantes no percurso do caminho. As tecnologias falham2 e a fiscalização nem sempre está treinada para identificar a origem dessas falhas e minimizar ou interferir construtivamente nos riscos derivados delas. E então começa a corrida para retirar os obstáculos e intrusos do caminho. A cada solução surge um novo problema3.

Pesquisa conduzida pela IBM aponta que 100% dos usuários temem o cibercrime mais que delitos físicos4. Foram entrevistados 3000 CIO(s) Chief Information Officers, em 17 países, oito dos quais europeus, e constatou-se que 58% das empresas consideram que o cibercrime gera mais custos do que o crime físico. Relatório da IBM de 2006 prevê a evolução do Cyber Crime5.

Lucro faz cibercrime se estabelecer mundialmente6. Trata-se de um vertiginoso e alarmante crescimento dos cibercrimes, desde o início do século XXI e a Legislação7 em vigor mostra-se ineficiente quanto às normas de controle, especialmente pela falta de proatividade8 na sua atual metodologia de combate. A especialidade destes criminosos é não deixar rastros, dificultando a detecção da fraude e criando novos desafios ao estabelecimento de políticas efetivas de gestão de risco.

As principais conseqüências resultantes deste tipo de criminalidade estão relacionadas com a perda de receitas, de clientes correntes e de potenciais clientes, bem como com a redução da produtividade da força de trabalho, para além dos custos associados a uma imagem denegrida junto dos clientes e opinião pública da empresa.

A comunidade empresarial considerou que, em caso de ataque informático através da Internet, a perda de receitas (72%) e de clientes existentes (67%) seriam duas áreas altamente afetadas a nível econômico. Os executivos estão menos preocupados em perder clientes futuros (33%). No que diz respeito aos danos à reputação (63%), consideram que são um custo-chave associado ao crime informático.

O relatório da Big Blue realça ainda que 84% dos executivos inquiridos consideram que os grupos criminosos não são meros adolescentes que praticam o hacking como passatempo, mas sim de grupos organizados, detentores de técnicas altamente sofisticadas, e cujo objetivo é o lucro. A substituição do tradicional hacker que trabalha de forma isolada no mundo do cibercrime pelo cracker é uma realidade.

A ameaça dos sistemas desprotegidos nos países em desenvolvimento é um enorme desafio para 75% dos inquiridos. Por outro lado, 66% dos CIO(s) que responderam ao inquérito pensam que as atuais ameaças à segurança corporativa provêm de dentro da própria organização. A Nota Fiscal Eletrônica exigirá posturas ainda mais rígidas de contratação de profissionais que estejam ligados diretamente com este processo.

“O cibercrime constitui uma verdadeira ameaça para o negócio empresarial e gestores de todos os níveis estão conscientes da necessidade de dar prioridade à segurança”, concluiu Pedro Galvão, managing consultant, security services da IBM Portugal. Referendou ainda que se trata de uma “batalha constante contra um opositor muito organizado e as salvaguardas tecnológicas como os antivírus e as firewalls não são armas suficientes”, acrescentando que as organizações também têm que considerar o fator humano e «olhar para a segurança como um processo e não como um produto”.

Isso cria um importante momento de meditação9 ao empresariado brasileiro, que precisa analisar fatos e conseqüências ao optar por nova metodologia, fiscal que não será obrigatória, mas opcional, sob pena de impor grave ônus aos contribuintes10. O Contribuinte tem o direito de ser corretamente informado sobre todas as vertentes do tema11.

Vamos adotar a prevenção como uma repressão. Confrontadas com a crescente ameaça e diversificação do crime informático, 59% das empresas acreditam que estão protegidas de uma forma eficaz contra esta forma de crime organizado. No entanto, estão a endereçar algumas medidas de resposta como a atualização da firewall (74%) ou a implementação de tecnologias de prevenção e detecção de intrusões (69%). Os outros dois fatores que os entrevistados responderam nesta matéria prendem-se com a atualizarão do software antivírus (69%) e com a instalação de um sistema de gestão de vulnerabilidades e de gestão de atualizações de software (58%).

O fator crítico de sucesso deste projeto no Brasil é a falta de cooperação12 entre vários órgãos nacionais e internacionais no combate à importação de ferramentas maliciosas, criptografia de ponta, utilizada por terroristas e criminosos em todo o mundo.

Quando questionados sobre quais iniciativas que consideram as mais importantes a pôr em prática ao longo do próximo ano, os inquiridos indicaram a atualização do software antivírus (30%) e da firewall (28%) como as maiores prioridades, quando deveria colocar em primeiríssimo plano, a segurança da informação como um processo vitalício e não como mero produto.

Os especialistas da IBM em matéria de segurança salientam que, em regra geral, a segurança informática deve ser vista pelas organizações como um gasto necessário para fazer frente às ameaças que colocam em risco a atividade empresarial e até o bom nome de pessoas e organizações. Ao conceito da capacidade operacional de uma empresa rapidamente se adaptar aos riscos e oportunidades, como forma de manter a continuidade do negócio, juntam-se a parceria alicerçada na confiança e a capacidade de agir de acordo com as exigências do mercado, marcando assim o início de uma nova abordagem da IBM junto das organizações.

A capacidade de resistência ao cibercrime envolve um conceito integral do negócio corporativo, que exige repensar as abordagens tradicionais. Esta abordagem consiste numa perspectiva global de gestão das Tecnologias de Informação, Comunicação e Cibercrimes (TICC), que responda aos desafios relacionados à governança corporativa e ao controle operacional, sem perder de vista as pressões orçamentais e posturas internacionais da companhia.

Os especialistas em segurança alertam para o fato dos conceitos de “segurança como confidencialidade, autenticação, integridade, origem e identificação de mensagens autênticas e falsas estarem na base da definição de políticas de segurança eficazes que assegurem os pilares da confiabilidade, integridade e disponibilidade da informação”.

O crescimento do número de ferramentas de colaboração, como o blogging ou o instant messaging, aumenta também a possibilidade de existir uma maior fuga de informação confidencial. Em alguns casos poderá verificar-se a existência de botnets, um conjunto de software robotizado, que permite que um sistema seja controlado sem o conhecimento do seu proprietário. A sua máquina torna-se escrava sem que perceba.

A nova onda nociva do cibercrime pauta-se pela sutileza, rapidez e seleção do alvo, incitando os cibercriminosos a alterar as formas de atuação, à medida que soluções são encontradas, o que mais uma vez reitera a necessidade das empresas em priorizar a segurança da informação como um processo e não como um produto.

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1Informações foram passadas pelo renomado especialista Ricardo Kiyoshi Batori Software & Security,www.batori.com.Br,Fone: (11) 5084-0071

219/09/2006 - 18 razões por que as tecnologias falham

Fonte: Computerworld Veja lista com os principais motivos pelos quais as tecnologias falham, na visão do professor Frank Bannister, da irlandesa Trinity College. Por Camila Fusco, do COMPUTERWORLD.

1) Não funcionam (ou não funcionam bem)

2) São vendidas em excesso

3) Não são confiáveis

4) Falham em atingir massa crítica

5) São lançadas precocemente

6) São lançadas tardiamente

7) Demandam vastos investimentos

8) Caem em desuso rapidamente

9) São deficientes em sua visão comercial

10) Falham em ganhar momento no mercado

11) São superadas logo por outro produto

12) Não são práticas

13) Falham em estabelecer um padrão

14) Falham em atender aos padrões emergentes

15) Têm design fraco

16) Arrastam legados

17) Ficam famosas por seus problemas

18) Não atendem a reais necessidades

Fonte: https://www.d4w.com.br/d4w/noticias2.asp?view=100155

3Sobre o comentário, achamos importante ilustrar que vários golpes são noticiados todos os dias. Novo golpe na web para roubar dados bancários. Clientes de um banco da Califórnia (EUA) receberam recentemente mensagens de e-mail pedindo que ligassem para seu banco devido a problemas em sua conta. Era mais um golpe de piratas virtuais, que tinha por objetivo obter informações financeiras, em um novo método criminoso batizado de vishing. A fraude pela internet conhecida como phishing, na qual as pessoas recebem um e-mail que os direciona a um site falso com a finalidade de obter seus dados financeiros, já existe há anos, mas o novo caso registrado na Califórnia representa um novo tipo de golpe, informaram funcionários do governo norte-americano e especialistas <_st13a_personname productid="em segurança. Diferente" w:st="on">em segurança. Diferente do phishing, o chamado vishing se baseia na telefonia VoIP (voice over Internet Protocol, ou voz sobre IP, tecnologia em que a voz trafega pelo cabo da internet, portanto sem cobrança de pulsos telefônicos). Em vez de levar o internauta a um site falso, o novo golpe o induz a ligar para um número - como uma ligação telefônica, mas pelo sistema VoIP - e declarar seus dados bancários."É um fenômeno bastante novo", disse Lisa Hone, assistente de direção do gabinete federal para a proteção dos consumidores. Os criminosos responsáveis pelos e-mails enviados aos clientes do Santa Barbara Bank and Trust, da Califórnia, ainda não foram capturados, mas o banco alertou seus clientes sobre a fraude. O e-mail pedia aos clientes que ligassem para um número aparentemente local para solucionar um problema em sua conta. Segundo a empresa de segurança na internet Websense, quando ligavam, os clientes ouviam uma mensagem gravada pedindo para que dessem o número da conta. A Websense divulgou uma cópia do falso e-mail, com link para a gravação fraudulenta, em 23 de junho. Dan Hubbard, vice-presidente de investigação sobre segurança na Websense, informou que o grupo avisou o banco, filial do Pacific Capital Bancorp. A instituição não quis comentar o caso, mas o site do banco alertou seus clientes sobre o problema. Definitivamente é uma nova tendência. É algo que está aumentando, mas ainda não é tão grande quanto à ameaça de sites falsos na internet ou atividades criminosas mediante códigos enganosos. Estamos falando de dezenas de milhares contra um punhado de casos, disse Hubbard. Ele advertiu que fraudes similares foram tentadas com usuários da companhia de pagamentos pela internet PayPal e do site de leilões eBay. Uma fraude baseada no sistema VoIP pode ser montado com muita facilidade, segundo especialistas <_st13a_personname productid="em segurança. Há" w:st="on">em segurança. Há relativamente poucas companhias que oferecem esse serviço e, em geral, há menos controle do que quando se abre uma conta em uma companhia tradicional.

Fonte: Folha On Line - 24/07/2006 - 16:52

4IDG NOW, Autor Fernanda K. Ângelo, Título, Com cibercrime, síndrome do pânico chega ao mundo virtual, data 07/04/2006.

5Para ler a notícia, basta clicar no link abaixo:

https://www.tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI848630-EI4805,00.html

621/3/2006 - 15:11 Giordani Rodrigues, O relatório completo da Symantec, em inglês, pode ser encontrado na página www.symantec.com/enterprise/threatreport/index.jsp.

7Ao comentar a atuação da Polícia Federal, o perito criminal da Polícia Federal (PF), Paulo Quintiliano da Silva, explicou que a PF trabalha em conjunto com policiais de outros países para resolver crimes praticados na Internet. "No entanto, sua atuação é basicamente reativa e não preventiva, como deveria ser", lamentou o perito.Quintiliano afirmou que, além da inexistência de normas de controle, o Brasil não dispõe de um número de peritos capaz de realizar um trabalho mais expressivo: são apenas 40 agentes. Para 2005, há a expectativa de se receber mais 105 para atuar nesse setor", comentou. Fonte: Website da Câmara dos Deputados Federais.Disponível em:

https://www.camara.gov.br/internet/agencia/materias.asp?pk=59220, Reportagem – Patrícia Araújo, Edição - Patricia Roedel. Comenta-se no Website pesquisado que a reprodução foi autorizada mediante citação da Agência Câmara - tel. (61) 216.1851/216.1852 fax. (61) 216.1856 e-mail:agencia@camara.gov.br. A Agência utiliza material jornalístico produzido pela Rádio, Jornal e TV Câmara.

8Elaboração de normas claras e fundamentais para a efetiva punição destes criminosos. É necessária a criação de armas preventivas, pró-ativas ao Estado, armas de defesa. As provas aos Contribuintes e ao Estado-Cidadão-Arrecadador, devem ser, o quanto antes, colocadas à disposição das autoridades e empresários. Neste prisma da verdade, o que se observa é que o combate ao “cyber crime ”, em poucas situações, pode ser considerado pró-ativo como nos demais casos de combate ao crime organizado, salvo nos casos de pedofilia, em que a Polícia Federal tem feito uma varredura na rede. As leis que estão por vir não tratam da prevenção e sim da repressão. Engano das sociedades modernas: corrigir erros depois da adoção de métodos errados.

9VERDADE

A Porta da Verdade estava aberta,

Mas só deixava passar

Meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a Verdade,

Porque cada metade trazia o perfil da meia verdade

E sua segunda metade

Voltava igualmente com meio perfil

E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.

Chegaram ao lugar luminoso

Onde a Verdade esplendida seus fogos.

Era dividida em metades

Diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela,

Nenhuma das duas partes era totalmente bela.

E carecia optar. Cada um optou conforme

Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade

ANDRADE, Carlos Drummond de. Verdade. In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. 10ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1987, pp. 41-42.

10Nota fiscal eletrônica e reforma tributária

Uma verdadeira revolução tributária está em gestação no País, infelizmente, ainda em horizonte distante. Trata-se do projeto de implantação da nota fiscal eletrônica, em desenvolvimento nas Secretarias Estaduais de Fazenda, que deverá revolucionar a administração tributária brasileira ao substituir a nota fiscal de papel por informações eletrônicas, transmitidas via internet, pelo remetente ao destinatário da mercadoria, com 'cópia' para os computadores das Secretarias de Fazenda. Seu principal objetivo é a busca de maior eficácia nos controles fiscais e, subsidiariamente, a redução de custos administrativos para os contribuintes. Quando e se implantado de forma generalizada, disponibilizará ao Fisco uma base de dados sobre a origem e o destino das mercadorias, dificultando enormemente a sonegação fiscal, pois o sucesso dela dependerá da cumplicidade entre os dois pólos da operação comercial. O Fisco terá, então, informações on-line sobre cada 'nota fiscal' emitida, o que exigirá que a operação de circulação de mercadorias ou de a prestação de serviços seja, no destino, efetivamente escriturada, pois estará sendo monitorada pelo 'Big Brother' das Secretarias de Fazenda. Para as empresas, a implementação do projeto reduzirá os custos pela desnecessidade de impressão e armazenamento de notas fiscais <_st13a_personname productid="em papel. A" w:st="on">em papel. A informação digital - sabidamente mais barata que a 'informação papel' - possibilitará, ainda, a escrituração eletrônica e automática dos livros fiscais e, além de evitar erros de transcrição de valores, economizará mão-de-obra administrativa. De outro lado, a economia de milhares de toneladas de papel, hoje gastas na confecção de documentos e livros fiscais, representará importante ganho ambiental: a circulação de mercadorias será acompanhada por singelo documento, em via única, chamado Documento de Auxílio à Nota Fiscal Eletrônica (Danf-e).O acompanhamento on-line, pelo Fisco, de cada operação de circulação de mercadoria ou de prestação de serviços constituirá poderosa ferramenta de combate à fraude. Obrigará o contribuinte a escriturar a entrada e, por conseguinte, também a subseqüente saída da mercadoria. Fraudes como escrituração de entradas fictícias, com 'notas frias', com o objetivo de creditamento falso de ICMS, serão inibidas, pois o Fisco terá o histórico da origem e do destino das operações. A extraordinária evolução da tecnologia da informação e o barateamento dos equipamentos de informática possibilitam, hoje, projetar um modelo dessa envergadura. Naturalmente, o projeto implicará custo de desenvolvimento e implantação tanto para o Fisco quanto para os contribuintes. Para o Fisco, além do custo de desenvolvimento do projeto, haverá despesas de manutenção da infra-estrutura tecnológica para recebimento e armazenamento das informações das notas fiscais eletrônicas. Os contribuintes arcarão com despesas de adaptação de seus processos de trabalho - áreas de contabilidade, faturamento, cobrança, controle de estoque etc. -, necessária à realidade da nota fiscal eletrônica. É interessante observar que esses custos serão proporcionalmente maiores para as pequenas e médias empresas, as quais, sendo pouco ou não informatizadas, terão de investir para cumprir as novas obrigações. As grandes corporações, que, por óbvio, já têm sistemas informatizados, serão pouco afetadas pelas novas exigências fiscais. Nesse sentido, o projeto é regressivo, na medida em que incomodará mais as empresas economicamente mais frágeis. A Secretaria da Fazenda paulista está testando um projeto piloto com 19 grandes contribuintes de ICMS que espontaneamente a ele aderiram. Nesta fase, essas empresas estão adaptando seus próprios sistemas, uma vez que a Secretaria da Fazenda não distribuiu um programa-padrão para o cumprimento dessa obrigação, mas apenas um manual de integração e layout dos arquivos a serem transmitidos. No ano de 2007, o Fisco paulista deve selecionar mais 50 empresas dentre as que se candidatarem para aderir ao projeto de emissão de notas fiscais eletrônicas. Entretanto, a implementação coercitiva da emissão eletrônica de documentos fiscais para a totalidade dos contribuintes ainda é um wishful thinking, dada à heterogeneidade entre eles. É de lembrar que as Secretarias Estaduais de Fazenda vêm tentando desde 1998 exigir dos comerciantes varejistas o uso de equipamento Emissor de Cupom Fiscal, o ECF - imposição essa significativamente mais singela do que a agora pretendida -, e até hoje não conseguiram plenamente o intento. Enquanto, de um lado, os grandes contribuintes já informatizados, supostamente cumpridores das obrigações fiscais, se interessam pela implementação da nota fiscal eletrônica em função da redução de custos administrativos, de outro, os pequenos e médios, que representam maioria, terão de arcar com significativo custo para cumprir essa nova obrigação acessória. De acordo com informações disponíveis, no Estado de São Paulo são emitidos mensalmente cerca de 60 milhões de notas fiscais modelo 1 ou 1A (usadas nas operações entre contribuintes). A Secretaria da Fazenda paulista espera até o final de 2007 estar apta a receber e armazenar metade dessa quantidade. Alguns técnicos fazendários têm sugerido a imposição gradativa dessa obrigação, fazendo-se corte por tamanho de contribuintes, de forma a exigir a nota fiscal eletrônica primeiro dos maiores. Isso punirá comercialmente fornecedores de bens substituíveis ou commodities, que, concorrendo com fornecedores 'não-eletrônicos', cujas operações não estarão sendo monitoradas pelo Fisco, perderão para estes, por 'insondáveis' razões, a preferência de não poucos compradores, e isso representará flagrante quebra de isonomia. Enfim, são muitos os problemas a serem superados para a implantação desse importante projeto, que, coibindo fortemente a sonegação fiscal, permitirá a redução da carga tributária nominal e, monitorando todas as operações, viabilizará o controle virtual de fronteiras interestaduais, necessário à implementação do princípio de destino numa eventual reforma tributária. NOTA FISCAL ELETRÔNICA E REFORMA TRIBUTÁRIA, JORNAL “O ESTADO DE SÃO PAULO”, em 16/10/2006, Clóvis Panzarini, foi Coordenador da Administração Tributária de São Paulo, (*) economista , ex-coordenador tributário da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e sócio-diretor da CP Consultores Associados Ltda (clovis@cpconsultores. com .br)

11Verdades e mitos da nota fiscal eletrônica,Antonio Leopoldo Curi (*) Iniciado em abril como projeto-piloto nos estados de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Maranhão, a Nota Fiscal Eletrônica Estadual (NF-e) vem sendo aclamada como uma panacéia para alguns dos entraves burocráticos que assolam o empreendedorismo brasileiro. Ocorre que, como a NF-e é resultado de uma imposição do Governo e não de um debate amplo no Congresso Nacional, as falhas do projeto logo começaram a aparecer. A NF-e foi vendida como uma solução moderna, que iria desonerar as empresas e, ao mesmo tempo, como uma inovação que garantiria mais eficácia à arrecadação de tributos – algo assim como uma CPMF nas relações comerciais. Na prática, no entanto, o sistema tem revelado várias falhas, resultado da ausência de discussão mais aprofundada, envolvendo as áreas afetas à questão como os consumidores, os gráficos, empresas fornecedoras de equipamentos eletrônicos – enfim, a sociedade. Ninguém nega que a introdução de novas tecnologias é uma realidade inexorável. Porém, a forma como está sendo imposta a NF-e tem mostrado os riscos de se aplicar uma idéia bem-intencionada em uma realidade complexa como é a arrecadação brasileira. Em primeiro lugar, além do fato de se obter, por meio da adesão voluntária das empresas, o controle total da arrecadação pela Receita Federal, o sistema tem como característica operacional a homologado prévia do documento pelo fisco. Isto quer dizer que cada documento fiscal via NF-e Estadual terá de estar previamente autorizado pela entidade fazendária para que possa ocorrer a circulação da mercadoria. Ora, se o emitente da NF-e remeter a informação de venda para algum estabelecimento que porventura tenha pendência com o fisco, a operação não poderá ser concretizada. Em outras palavras, em tese a operação mercantil e a transação teriam de ser canceladas.No entanto, não é preciso ter muita imaginação para perceber que a solução surgirá de forma absolutamente natural – e, na prática, significará exatamente o contrário do que espera o fisco. Para ser mais claro, o obstáculo simplesmente será contornado pela informalidade.Um verdadeiro tiro pela culatra, uma vez que, diferentemente do que almeja a Receita, há grande risco da arrecadação cair mesmo que as empresas estejam plenamente equipadas para emitir a NF-e Estadual.Outro aspecto que escapou às autoridades diz respeito à suposta economia que teriam as empresas ao aderir ao sistema. Ao contrário da NF-e Municipal que começou a ser implantada em setembro na cidade de São Paulo, o sistema eletrônico estadual não prevê qualquer tipo de incentivo, nem para os tomadores de serviços. Estes, <_st13a_personname productid="em São Paulo" w:st="on">em São Paulo, pelo menos estão gerando um crédito de ISS que poderá ser utilizado para abater até 50% do IPTU.

No caso da NF-e Estadual, além de não oferecer qualquer estímulo, está previsto o envio obrigatório de arquivos magnéticos de operações mercantis, assim como a manutenção dos dados por período maior do que a legislação atual exige.Assim, ao invés de desonerar, o governo estará transferindo para as empresas os custos e responsabilidades fiscais advindas da adesão ao sistema. Além disso, também não é verdadeira a argumentação de que as empresas economizariam com a eliminação da emissão e armazenagem de notas fiscais <_st13a_personname productid="em papel. Na" w:st="on">em papel. Na verdade, as empresas que deixarem de emitir a nota fiscal de modelo 1 ou 1-A de quatro vias, produzidas quase sempre no processo matricial, terão em contrapartida de imprimir o documento chamado Danf-e, que deverá acompanhar as mercadorias. Ou seja, ao aderirem ao sistema as empresas terão de arcar com custos de software, hardware e sistemas que podem onerá-las em até dez vezes mais em comparação aos custos atuais, já que haverá também custos de impressão a laser e toner. Todos estes fatos demonstram que o projeto de adoção das NF-e Estaduais, vendido como panacéia de males como a evasão fiscal e os altos custos administrativos das empresas brasileiras necessita, no mínimo, ser melhor avaliado e discutido antes de se tornar uma obrigação entre tantas outras que os empreendedores brasileiros têm de simplesmente acatar.(*) Antônio Leopoldo Curi é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Formulários, Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform).Jornal Perfil Econômico – Seção Opinião – 20/10/06

12Aqui devo excetuar a Polícia Federal que atua em parceria com diversas Agências Governamentais e autoridades dentro e fora do Brasil. A troca de experiências é o caminho para o conhecimento. Coontudo alguns, por vaidade ou medo deixam de lado o tal posição. A luta é pelo Brasil e não individual.

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* Sócio Diretor do escritório Almeida Camargo Advogados









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