Migalhas de Peso

Proteção aos dados pessoais e os efeitos colaterais da inovação tecnológica

Vivemos um momento ímpar na história e precisamos urgentemente tomar consciência das implicações do uso das novas tecnologias. Toda inovação traz em si um potencial de desenvolvimento e melhoria que não podemos negar. Até por isso mesmo, a inovação é fundamental em todos os processos e é fator estimulante ao desenvolvimento pessoal, social e econômico.

28/1/2020


No dia 28 de janeiro comemora-se o Dia Internacional da Proteção de Dados Pessoais, data instituída em 2006 pelo Conselho da Europa a fim de mobilizar todos os envolvidos na temática e estimular a realização de ações de conscientização e reflexão sobre a utilização dos dados pessoais pela sociedade.

Vivemos um momento ímpar na história e precisamos urgentemente tomar consciência das implicações do uso das novas tecnologias. Toda inovação traz em si um potencial de desenvolvimento e melhoria que não podemos negar. Até por isso mesmo, a inovação é fundamental em todos os processos e é fator estimulante ao desenvolvimento pessoal, social e econômico.

Sendo assim, nada mais eficaz do que estimular nas universidades a contrapartida da inovação. Por si só, o ambiente acadêmico é inovador, através de seus campos de pesquisa, de forma que precisa agora voltar também sua atenção para os efeitos colaterais da inovação tecnológica e propor espaços de reflexão que discutam esses impactos.

Humberto Maturana, biólogo chileno que transita por várias áreas do conhecimento, afirma que o mais importante da inovação é o que se quer conservar e que frequentemente colocamos nosso olhar apenas na transformação, na mudança, esquecendo que sempre existe algo que queremos manter.

Quanto mais a sociedade se torna digital, mais nossos dados pessoais são coletados, armazenados e compartilhados. Em 2018, o Brasil finalmente promulgou sua Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (lei 13.709/18), prevista para entrar em vigor em agosto de 2020. Apenas esse fato já é um grande avanço, mas passados quase 2 anos e praticamente vencendo o prazo de conhecimento e adequação à lei, observamos que ainda há muito que ser feito.

Grupos de pesquisa são muito bem-vindos, eventos que reúnem a academia e a comunidade em geral, ações de integração da universidade com as escolas, pautas informativas junto aos meios de comunicação. Todos exemplos de como a universidade pode e deve contribuir com a conscientização de todos no tocante à utilização da tecnologia, especialmente no que se refere à proteção de dados pessoais, pois nossos dados são o que há de mais precioso para a sociedade atual.

________________

*Patricia Eliane da Rosa Sardeto é coordenadora do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e líder do grupo de pesquisa em Direito e Inovação Tecnológica – GDIT.

  

 

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas de Peso

Entenda a lei geral de proteção de dados pessoais (LGPD)

19/7/2019
Migalhas de Peso

Lei geral de proteção de dados - Por que precisamos dela?

26/6/2019
Migalhas de Peso

Transformando desafios em oportunidades: porque a LGPD e sua empresa podem ser a combinação perfeita

10/6/2019
Migalhas de Peso

O que muda com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)

24/8/2018
Migalhas de Peso

O que você precisa saber sobre a lei geral de proteção de dados

1/8/2018

Artigos Mais Lidos

A evolução médica e jurídica da autodeterminação do paciente Testemunha de Jeová em escolher tratamento médico sem sangue recomendado pela OMS e disponível no SUS

25/7/2024

Juros e atualização monetária no CC brasileiro: As alterações promovidas pela lei 14.905/24 no CC

26/7/2024

Entenda por que a PEC 66/23 pode aumentar o tempo de espera pelo pagamento de precatórios

24/7/2024

Fraudes contábeis: Conceitos, causas e detecção

25/7/2024

O interrogatório do adolescente e a audiência de apresentação

24/7/2024