Indústrias 4.0, empresas 4.0, shoppings 4.0 e, por que não, advogados 4.0?
As mudanças no mundo estão se apresentando em velocidade de progressão geométrica e acompanhar o seu movimento é algo que, para este momento, tem se mostrado crucial para o bom andamento das relações comerciais e o pleno atendimento das expectativas de clientes e consumidores.
Até muito pouco tempo atrás, tudo o que se esperava de advogados era uma boa especialização jurídica. Uma pós, um mestrado, um doutorado em alguma das matérias de base do direito. E os advogados correram atrás e fizeram o que lhes era exigido para aquele momento. Hoje o que se espera dos advogados é bem mais do que isso.
Espera-se que se enquadrem no conceito de “Advogado 4.0”, o que, na prática, significa que devem desenvolver conhecimento sobre conceitos como Blockchain, Machine Learning, Data Lake, Data Science, Data Engineer, Big Data Analytics, Internet Of Things, e várias outras coisas bonitas e interessantes deste universo tão distante do meio jurídico e que tem se apresentado tão próximo ao mesmo tempo.
Espera-se ainda que, dentro deste conceito 4.0, os advogados se apropriem das ferramentas tecnológicas e vejam nelas fortes aliadas para tomarem conta de demandas burocráticas e repetitivas, ou mesmo para agregar importante valor de inteligência analítica em massa, gerando não apenas tempo e liberdade para construções jurídicas e acadêmicas de peso, como oportunidades de atuações específicas, proporcionando melhor, mais assertivo e mais rápido atendimento às necessidades dos clientes internos e externos.
A realidade atual não tem permitido mais espaço para discursos de improvisos e sem embasamento. Os clientes esperam soluções sólidas, objetivas e bem fundamentadas para seus problemas. Do mesmo modo que desejam perceber claro controle e organização nas demandas, por parte de quem lhes presta atendimento.
O momento é de aceitar que os tempos são novos e que o envelhecido modelo de gestão da advocacia, onde os advogados buscavam justificativas para falhas e descontroles operacionais já não se mostram mais aceitáveis.
É preciso estudar e aprender sobre o que está surgindo de novo e que vem para apoiar o desenvolvimento, sem medo e com capacidade de enfrentamento e superação. São assuntos que fogem da realidade dos advogados, por certo que sim, mas são os mesmos que geram expansão em todos os sentidos. É preciso inovar para crescer.
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*Deise Steinheuser é superintendente executivo jurídico da Tokio Marine Seguradora S/A.