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Advocacia século 21: como educar a inteligência

A disciplina e comprometimento da organização nesse processo promove um salto de qualidade e confiabilidade em sistemas pré-operacionais e estruturam decisivamente a base de desenvolvimento de sistemas inteligentes, autônomos e, principalmente, confiáveis.

28/10/2019

Muito se fala sobre “educação”, tanto para a nova geração, como para todos os demais. Negligenciada no passado, solução no presente e com perspectivas duvidosas para o futuro.

O consenso é de que sem educação não dá.

A inteligência artificial está aí e cabe também perguntar se a inteligência que a criou está apta a desenvolvê-la, ou como dizem os puristas, se nós humanos somos dispensáveis nesse processo. Em outras palavras, qual é o papel e contribuição da humanidade na formatação e desenvolvimento de sistemas de inteligência autônoma?

Isto porque temos observado que empresas ou empreendedores precisam atingir um certo nível de organização e governança para a implantação de um sistema. Depois, necessitam de uma disciplina corporativa para que toda essa organização e governança se estabilize e a cultura organizacional se sedimente. E, mais adiante, que todos os modelos gerados dessa cultura sejam corretamente implantados e verificados nos ciclos de execução e controles, criando assim um ciclo virtuoso para desenvolvimento do sistema.

O que descrevemos é um estágio prévio à Inteligência Artificial, o pré-IA , o qual permite a automação segura e conforme com os modelos estabelecidos, mais especificamente na área dos contratos e contratações das empresas, por exemplo.

A maioria dos sistemas são utilizados sem o cumprimento das etapas pré-AI e, com isso, antes mesmo de se buscar soluções robotizadas já constatamos diversas situações de desconformidades geradas pela própria organização, ou seja, a própria organização, por sua desorganização, contamina ou interrompe os ciclos estabelecidos, gerando um produto final absolutamente diferente do planejado, desejado e pago pelas organizações.

Se voltarmos aos primórdios da computação, os primeiros dados tinham que ser imputados com marcas certas em um formulário de cartolina. Caso ocorresse um erro de perfuração e posição de dado, todo o processo conduziria a um resultado falso ou erro.

Guardadas as devidas proporções de tempo, espaço e evolução tecnológica, projetos pré-AI têm o propósito de sanear a base para a educação de sistemas e logaritmos. Uma base para a educação da IA aplicada aos processos de geração e conclusão de documentos com efeitos legais, além de ajustar os ciclos de controles e governança desde o centro decisório até o usuário final do documento e serviço, configurará um processo de sucesso no alcance de performance e produtividade desejados na implantação do projeto de pré-IA.

A disciplina e comprometimento da organização nesse processo promove um salto de qualidade e confiabilidade em sistemas pré-operacionais e estruturam decisivamente a base de desenvolvimento de sistemas inteligentes, autônomos e, principalmente, confiáveis.

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*Christian Cardoso de Almeida é sócio do escritório Trigueiro Fontes Advogados.

 

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