Na discussão anterior, abordamos aspectos mais conceituais sobre inovação, ou seja, o comportamento de sócios, equipe e empresa e nesta, vamos discutir sobre o foco e sua implementação.
Como já dito anteriormente, a nossa dificuldade (nós brasileiros e latinos) não está na inventividade e flexibilidade, que temos de sobra , mas sim em ter métodos e procedimentos organizados para implantação de qualquer mudança e ainda termos a disciplina de segui-los.
A adoção de um modelo inovativo, deve vir acompanhado de um processo de gestão de mudanças, que prevê alguns princípios básicos:
1 - Não cercear ou castrar iniciativas
2 – Criar a sensação da necessidade e urgência
3 – Envolver todos no processo
4 – Comunicar, motivar e treinar
5 – Planejar e acompanhar
6 – Dar suporte e incentivo (sócios gestores)
Apenas como exemplo, pode-se adotar o modelo de “John Kotter” de gestão de mudanças , como na figura abaixo:
Foco
Apenas por razões de organização de raciocínio nesta discussão, vamos dividir a análise do foco em interno e externo. Na minha opinião, o foco interno deve estar voltado ao aumento da eficiência, produtividade e competitividade e o outro, externo, voltado para a satisfação e felicidade do cliente, que está se tornando mais exigente e seletivo, lembrando sempre que inovação não é simplesmente fazer melhor, mais rápido e mais barato e sim fazer diferente.
No âmbito interno o fator tecnologia tem aparecido como um forte componente. Sistemas de predição, que permitem prever com maior precisão o desfecho de um processo, além daquelas palavras jurássicas “provável, possível ou remoto”; análise cognitiva de documentos, que permitem aos computadores identificarem o contexto de um documento escrito; os sistemas de automação de elaboração de documentos, que permitem muito mais rapidez na execução de contratos , petições, etc. desde que tenham um alto grau de repetitividade; sistemas de transformação de texto e voz e vice-versa, que permitem dar comandos em sistemas de busca corporativa, por exemplo.
Os desafios são, de um lado, escolher a correta ferramenta para a sua necessidade, já que esses produtos não são baratos e além disso exigem um grande esforço nas suas implantações e também um tempo grande dedicado ao treinamento tanto do software quanto da equipe. Do outro lado, tentar “sair na frente”, utilizando essas tecnologias antes dos concorrentes e principalmente antes do clientes, lembrando que grandes consumidores de serviços jurídicos também estão nessa disputa por meio de seus departamentos jurídicos internos.
Usando a frase de H. Jackson Brown : Ou você faz poeira ou come poeira !
No âmbito externo, como já citado anteriormente na parte 1 do artigo, tentar descobrir e buscar incessantemente soluções na prestação dos serviços que surpreendam o cliente e criem uma relação empatia com a marca e o contato (sócio). Inovação para dentro ou para fora são dois bichos diferentes.
Gostaria de terminar com duas frases (não minhas) impactantes para estimular ainda mais todos aqueles que estão pesando no tema e nos seus desafios:
Inovação sozinho é arrogância!
Inovação no vácuo não é nada. Necessita de muita conversa !
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