Com os grandes escândalos políticos de corrupção que tomaram conta do Brasil nos últimos anos, a palavra compliance se tornou de grande relevância no setor econômico, principalmente para os setores que sustentam a economia brasileira.
Poucos, ainda, associam a importância deste instituto ao setor da saúde, por, muitas vezes, não terem a visão de “negócio” deste ramo. Isso porque muitos associam a ideia de compliance apenas às questões anticorrupção, deixando de lado todo o cunho de elaboração e controle de uma gestão interna e comunicacional dentro das organizações.
O mapeamento de riscos, em seus diversos âmbitos – jurídico e gestorial -, deve ser visto como prioridade dentro de uma organização voltada à saúde, não apenas pelas diversas e rígidas regulamentações brasileiras que existem no ramo, mas também, e principalmente, pelo fato de que neste mercado qualquer organização estará lidando com informações sensíveis, particulares e de cunho extremamente pessoal aos seus consumidores.
Além do mais, como consequências positivas de um programa de integridade é possível verificar a valorização da marca da empresa, maior respeitabilidade e confiança no mercado, reduções de multas e indenizações, facilidades nos requerimentos de financiamentos, aumento no retorno de investimentos, ganhos em efetividade organizacional e gestorial, entre outros.
É importante ressaltar que as instituições que já se preocupam com a ampliação de sua gestão e do seu controle de riscos, saem à frente no mercado brasileiro, tornando-se referência.
O compliance ainda é um assunto obscuro e árido para muitas organizações que mantém resistência em sua aplicação, contudo, dúvidas não restam quanto à sua relevância no mercado atual e à sua ascendência nos próximos anos.
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*Mariana Cardoso Magalhães é advogada sócia do escritório Homero Costa Advogados.