Na atualidade, podemos perceber a importância dada por escritórios jurídicos na contratação de excelentes profissionais para sua equipe.
Mas o que é um excelente profissional?
Segundo meus conhecimentos como recrutadora para escritórios jurídicos, podemos definir como um excelente profissional aqueles que possuem todas ou a maioria das características abaixo listadas:
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Perfil alinhado com os valores do escritório;
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Boa formação acadêmica;
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Bagagem técnica acima da média;
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Experiência anterior similar;
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Estabilidade profissional;
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Comportamento adequado ao ambiente de trabalho;
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Proatividade;
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Dinamismo;
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Maturidade emocional para lidar com situações de pressões;
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Bom relacionamento interpessoal;
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Vontade constante de se aperfeiçoar e aprender coisas novas;
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Resiliência;
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Responsabilidade com horários e prazos;
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Ser confiável e saber lidar com informações que exigem sigilo.
Muitas dessas características são analisadas em processos seletivos através de entrevistas individuais, testes comportamentais, técnicos e dinâmicas de grupo. E através dos dados obtidos chega-se a um veredito se o candidato é apto ou não a ser contratado pelo escritório.
Mas qual é o maior erro cometido por escritórios jurídicos na busca de profissionais?
Um dos maiores erros cometidos por escritórios jurídicos é a não avaliação da faixa salarial praticada no mercado. Muitos acabam utilizando, para buscar o profissional, dados como porte do seu escritório, estilo de trabalho (estratégico ou volume), nível profissional, conhecimentos técnicos esperados, cursos solicitados, entre outros fatores. Os escritórios veem as características que eles desejam do profissional, mas não tem a mínima ideia de quanto esse profissional vale para o mercado.
Percebo que no mercado existe um despreparo na análise de cargos e salários, sem a verificação de qual faixa é coerente a ser praticada para que possamos ter mais profissionais engajados ao perfil do escritório e que realmente “vistam a camisa”.
Muitos escritórios exigem o “profissional perfeito”, mas não oferecem nenhum atrativo para que esses profissionais realmente se sintam satisfeitos no seu dia a dia profissional. Esse despreparo faz com que o escritório tenha um turnover relativamente alto e faz com que a equipe não esteja totalmente integrada, pois a rotatividade faz com que os laços de trabalho não sejam aproveitados em sua total possibilidade.
Listarei abaixo algumas dicas para que o escritório possa alcançar o tão desejado profissional adequado e minimize os conflitos que possam existir:
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Faça uma análise de cargos e salários. Caso não tenha dados para essa análise, procure uma empresa especializada para o auxiliar. Ninguém gosta de receber uma proposta abaixo do valor praticado no mercado;
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Se sabe qual a faixa salarial adequada e hoje não possui a verba para a contratação desse profissional, aceite desenvolver um profissional com menos requisitos do que o imaginado anteriormente, com o intuito de desenvolver este profissional dentro da casa. Não foque apenas em profissionais “de gaveta”, prontos no mercado. Seja um local que forme profissionais excelentes, pois assim todos podem sair ganhando;
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Analise o perfil profissional adequado ao seu modelo de negócio. Não adianta contratar um candidato acima da média de mercado caso não tenha demandas para mantê-lo interessado.
E o mais importante: o “profissional perfeito” é aquele que é aderente ao perfil da sua vaga e não aquele delimitado pelo mercado. Existem diversos casos de profissionais que são péssimos em determinada estrutura e excelentes em outras mais condizentes com seu perfil e desejos.
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*Daniele Di Marco Serafim é psicóloga e analista de recrutamento do Grupo Inrise.