Migalhas de Peso

A reputação do escritório no mercado

Os advogados gestores necessitam compreender que a marca jurídica vai além da identidade visual do escritório.

1/3/2017

Construir e agregar valor para uma marca é tarefa árdua no Brasil. Quando transportamos esse desafio para o mercado jurídico, diante do tamanho da concorrência desse segmento, o cenário se torna ainda mais complexo. A grande questão é que boa parte dos profissionais ingressa na área com pouco conhecimento de marketing jurídico.

Nesse cenário, muitos advogados entendem que o que os manterão vivos na profissão é o conhecimento na área de Direito em que escolheu atuar. Todavia, mais que o notório saber, é preciso construir uma excelente reputação entre os prospects e no mercado que atua. Evidentemente, que o profundo conhecimento da área de atuação é um pilar essencial, mas existem milhares de profissionais no mercado na mesma área, concorrendo pelos mesmos clientes.

Ainda nesse contexto é importante salientar que qualidade não é diferencial, mas sim premissa. Ou seja, ao construir uma marca no mercado, impulsiona-la como “a de melhor qualidade”, não deve ser um destaque, já que devemos partir do pressuposto que a linha média do mercado é, ou deveria ser, definida por esse quesito.

Daí surge a necessidade de uma segmentação da área de atuação. Criar uma marca que possa ser distinguida no mercado como a melhor para alguns segmentos. Na Europa é muito comum a segmentação da área jurídica por setores econômicos e essa tendência está chegando ao Brasil porque gera credibilidade. Dentro dessa linha de raciocínio, é crucial analisar o capital humano do escritório. Ou seja, investir em profissionais que atenderão os clientes com a expectativa gerada por aquele que fechou o contrato. Nesse sentido, mais que treinamento, é primordial que o colaborador capte a essência do escritório. Além disso, a construção da marca passa por diversas atividades de comunicação interna e externa que devem fazer parte da rotina dos advogados, como participar de eventos para networking, promover eventos para o nicho de mercado em que atua, convidar os prospects para cafés da manhã temáticos, inserir e aproximar o público do escritório.

Até porque é inegável que, assim como o mercado evoluiu, o cliente também progrediu e, hoje, deseja participar ativamente das decisões, quer conhecer a estrutura e o que o escritório pode fazer para ajudá-lo.

Os advogados gestores necessitam compreender que a marca jurídica vai além da identidade visual do escritório. É preciso criar um mercado ou analisar em qual mercado sua advocacia está inserida, com foco, objetividade e clareza do serviço e do segmento em que o escritório atua. Diante desses apontamentos, você já parou para pensar em como o mercado avalia sua marca?

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*Fernanda Campos é jornalista e sócia da DCMS Estratégia Jurídica.


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