O Brasil vem passando por uma das maiores crises econômicas (entre outras) de sua história recente, e seus efeitos ainda devem demorar um certo tempo para passar, mas 2017 tende a ser um ano de inversão de curva – e de retomada de crescimento.
A confiança no País, e a chegada dos primeiros resultados positivos (ainda que de forma tímida e lenta), deve levar ao aumento das operações envolvendo empresas brasileiras, e de seus ativos, contratos e atividades. Tanto no contexto nacional quanto internacional.
A nova realidade mundial, com o início do movimento de saída do Reino Unido da União Europeia, a posse de Trump nos Estados Unidos da América, e a revisão do comércio internacional, bem como de vários acordos regionais e mundiais, deve gerar um grande reajuste global – com efeitos que podem abrir mercado ao Brasil e às nossas empresas.
As empresas brasileiras sofreram muitíssimo nos últimos anos e precisam passar por uma fase de grande revisão de estratégias, projetos, procedimentos, e de operações.
Possivelmente, uma série de ajustes na organização das empresas e de suas áreas de atuação, divisões, produtos e até estrutura comercial, contratual e societária será necessária na maioria dos casos.
Devemos passar por uma forte fase de reorganização empresarial no primeiro semestre, com vistas a um segundo de grande movimentação societária, podendo, em alguns casos, chegar ao mercado de capitais.
Se muitas empresas decidiram aguardar a tempestade passar e aguardar um pouco para que o cenário ficasse um pouco mais claro, para somente então investir em organização e reorganização de suas atividades e estruturas, parece certo que tenha chegado a hora de avaliar novas alternativas e caminhos mais promissores.
Marcas, produtos/serviços, instalações, parcerias, acordos comerciais, estrutura de operações, contratos de forma geral e muito mais devem ser revistos "agora", para que seja possível aproveitar a nova "onda" de crescimento que está chegando ao País.
Toda essa questão precisa ser equacionada pelas empresas, seja do ponto de vista interno, para a sua própria readequação a novos tempos e um novo momento do negócio, seja para avaliar alianças e parcerias, bem como possíveis "Joint Ventures", ou aquisições, como ainda para serem preparadas para receber investimento (dívida ou "equity"), ou mesmo para serem adquiridas.
No campo das aquisições, em especial as que envolvam "ativos estressados", o "day after" e a integração de operações e até de empresas pode ser um desafio, para o qual é preciso estar preparado.
_____________
*Leonardo B. Leite é advogado do escritório Almeida Advogados.