Menos de um mês após a eleição de Donald Trump, já estamos, nós, os brasileiros, meio perdidos entre notícias de prisões de ex-governadores. Mas o tema da eleição presidencial norte-americana não está esgotado. Nem perto disso.
Já houve um encontro entre o atual e o futuro presidente, e, de fato, pode-se dizer que este encontro serviu para suavizar (um pouco) as muitas polêmicas de Trump.
O muro da fronteira, um dos pilares da campanha eleitoral, já se transformou em cerca, que pode ocorrer em alguns locais. Mas vale lembrar que o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, já afirmou que o muro vai existir sim, nem que seja necessária uma ordem executiva, já que esta era uma promessa de campanha.
A "expulsão" em massa de todos os imigrantes sem documentação (aproximadamente 11 milhões de pessoas, diga-se) transformou-se em ordem de prisão e, talvez, deportação de criminosos com antecedentes, membros de gangues e traficantes, o que reduz o número inicial para aproximadamente 2 milhões de pessoas. Este número, portanto, não é confirmado pelo Instituto de Política Migratória dos EUA.
O impedimento total à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos transformou-se na necessidade de exame extremo e minucioso dos pretendentes a ingressar o país. O mesmo prefeito de Nova York ainda afirma, contudo, que a proibição absoluta de entrada de cidadãos sírios está mantida.
A revogação do chamado Obamacare, mecanismo proposto pelo atual presidente que concede acesso ao seguro de saúde às pessoas que não têm condições financeiras de arcar com planos de saúde privado transformou-se no discurso de que, de fato, as seguradoras não podem negar cobertura a pessoas por condições médicas pré-existentes.
Durante toda a campanha de Trump, uma das frases mais ouvidas, no que diz respeito à sua rival Hillary Clinton, foi: “prendam ela!”. Depois de eleito, ele já mencionou que tem com Hillary uma dívida de gratidão.
As severas críticas à Otan foram rebatidas, pelo atual presidente, que afirmou que Trump manterá os compromissos com a Organização. "Existe uma sucessão permanente de eventos que flui sob as notícias do dia a dia e que torna esse país tão indispensável quando se trata de manter a ordem e promover a prosperidade no mundo", declarou Obama.
De fato, o discurso mudou. Mas ainda é cedo para saber o que exatamente vai acontecer nos próximos anos. Um fato que não se pode negar é que extremistas e xenofóbicos já começaram a se "aproveitar" da eleição de Donald Trump. No Twitter, vários foram os relatos de racismo, postados seguidos da hashtag "#Day1", que mostrava a mudança de atitude já no dia seguinte à eleição.
Por outro lado, o governo mexicano anunciou, em um de seus sites oficiais, uma série de medidas imediatas para assistir os cidadãos mexicanos residentes nos Estados Unidos. Horários de funcionamento das repartições consulares, uma linha direta disponível 24 horas, aumento do número de agendamentos para realizar trâmites de registro consular e até consulados móveis estão incluídos.
Nós, brasileiros, por hora, continuamos aguardando notícias da política mundial, enquanto assistimos, atônitos, aos desdobramentos da política nacional.
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