Migalhas de Peso

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Migalhas, mais uma vez, presta serviço à advocacia e ao mundo do direito em geral, com a edição de “Memorabilia”, do criminalista Tales Castelo Branco.

16/11/2016

Migalhas, mais uma vez, presta serviço à advocacia e ao mundo do direito em geral, com a edição de "Memorabilia", do criminalista Tales Castelo Branco.

Porém, antes de festejar a obra é preciso falar do profissional de renome.

Sem nenhum demérito aos demais ramos da advocacia, a área penal impõe aos advogados que a ela se dedicam algumas qualidades que, frequentemente, tornam os seus mais destacados exemplos dignos de admiração, personalidades singulares, revelando predicados que merecem ser seguidos por todos.

Essa difícil especialidade profissional legou para gerações, no mundo, figuras como Lachaud, Henri Robert, Clarence Darrow. No Brasil, para citar apenas alguns entre os que já se foram, há nomes de grande expressão, como Sobral Pinto, Evaristo de Moraes, Evandro Lins e Silva, Dante Delmanto, Waldir Troncoso Peres, Raimundo Pascoal Barbosa... Creio que os advogados citados demonstrem bem de quem se tratam os maiores criminalistas, pessoas que se tornaram fonte permanente de inspiração.

Tales Castelo Branco seguramente integra esse rol por enfeixar as qualidades de um criminalista completo. Difícil encontrar num único advogado, ao mesmo tempo, primor, erudição, na escrita e no discurso oral. Alguns opúsculos que editou de defesas memoráveis tornaram-se disputados entre colegas. Ao mesmo tempo, suas atuações perante o Tribunal do Júri são admiradas.

No exercício da advocacia criminal, por quase cinquenta anos, tem sido incansável no exame da prova, gastando tanto tempo quanto seja necessário para o aprimoramento de seus trabalhos, que revisa à exaustão. O pensamento atilado e conhecimento técnico, postos a serviço da causa, fazem a diferença. No sucesso que alcança para os seus constituintes há muita labuta e, sempre, coragem, atributo inseparável do verdadeiro criminalista.

Tales Castelo Branco atingiu o cume da liderança de classe quando foi vice-presidente da OAB nacional, mais recentemente ainda ocupando a presidência do centenário Instituto dos Advogados de São Paulo.

Sua obra “Da Prisão em Flagrante” tornou-se um clássico da doutrina processual penal, espécie de bússola a serviço da liberdade.

Ao longo de sua trajetória vem formando outros advogados criminalistas, sendo generoso em ensinar o ofício. Eu próprio tive a ventura de aprender com ele sobre a arte da advocacia criminal – foram catorze anos de ensinamentos diários (1983/1997).

"Memorabilia" é sua mais recente contribuição aos cultores do direito e da melhor advocacia. Útil, sobretudo, para os que pretendam aventurar-se como advogados na área penal. A obra contém alguns de seus escritos, traz entrevistas que divulgam seus pensamentos sobre os mais diversos temas. Merece lugar na biblioteca de todos quantos se deleitem com as coisas que circundam o mundo jurídico.

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*Antonio Ruiz Filho é advogado criminalista no escritório Ruiz Filho Advogados. Foi presidente da AASP, diretor da OAB/SP e diretor adjunto do IASP.

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