Não é uma novidade que o home office cresceu obstinadamente nos últimos anos, continua a crescer e seguirá assim durante muito tempo. A cada nova matéria sobre o assunto, novas estatísticas mostram a ascensão dessa modalidade de trabalho em novos segmentos e estados do país.
Não faltam números para ilustrar a adesão da prática pelo mercado, mas vamos eleger um deles para comprovar a expressividade. Segundo Álvaro Melo, presidente da Sociedade de Teletrabalho e Teleatividades e da International Telework Academy na América Latina, em entrevista para o Estadão, a estimativa é que 12 milhões de funcionários já trabalhem em casa no sistema 'teletrabalho', adotado por 36% de empresas no Brasil. Álvaro também informa que 'o home office envolve 32,5% da população economicamente ativa, com cerca de 1 bilhão de pessoas'. Detalhe: a entrevista foi concedida em agosto de 2015. É provável que este número já tenha aumentado.
No Direito, muitos tribunais e cortes brasileiras já optaram por essa prática. São os casos do Tribunal Superior do Trabalho, desde 2012 com servidores trabalhando home office, dos tribunais de Justiça de São Paulo e Santa Catarina, desde o ano passado, assim como no Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e outros exemplos.
E a adoção está trazendo um ótimo resultado! Diversos tribunais brasileiros relataram aumento de produtividade dos seus servidores. Um dos reflexos disso foi que na corte, o home office havia sido instituído em 2013, com limite de 30% da lotação efetiva de servidores por unidade, o que já foi ampliado para 40% em 2015.
Tratando-se de advogados, o home office pode ser uma experiência incrível; e para falar a verdade até podemos considerar que alguns advogados trabalham à distância, devido à correria do dia a dia. Principalmente em um mercado de trabalho cada vez mais digital e flexibilizado para novos métodos de realizar os procedimentos jurídicos. Só para citar um exemplo, em Campinas, São Paulo, a juíza Ana Claudia Torres Vianna, do TRT da 15ª região, recebeu uma menção honrosa no prêmio Conciliar é Legal, do CNJ, por utilizar o WhatsApp para realizar audiências.
Além disso, basta reiterar (pois este é um argumento em consenso a respeito do home office) que a prática ainda pode gerar economias em tempo, com as horas no trânsito, e em dinheiro, por questões estruturais. O que o advogado precisa, neste contexto é: disciplina e informatização.
1. A disciplina para conseguir manter o foco e a produtividade nas tarefas, além de evitar, caso o profissional more com sua família, que a vida profissional se misture com a profissional, o que implica na criação de um espaço exclusivo e afastado da TV e outras distrações, por exemplo;
2. Um bom home office só pode acontecer caso o advogado tenha se modernizado o suficiente para isso, desde a utilização de Skype e WhatsApp para se comunicar com o resto dos colaboradores do escritório, e principalmente ferramentas que estimulem e organizem sua produtividade, como um software jurídico que gerencie sua agenda, automatiza o recebimento dos andamentos e organize as pastas de processos e documentos relacionados.
A harmonia entre a empresa e os profissionais precisa existir, mesmo que haja colaboradores trabalhando em casa. Por isso, formadores de opinião sobre o assunto recomendam que o home office não seja 100% e que o colaborador visite pelo menos uma vez na semana o escritório para reuniões de geração de ideias ou a condução de algum grande processo. Outras dicas que podemos oferecer são:
• Decore seu ambiente a fim de trazer seriedade e conforto;
• Continue acordando cedo;
• Se necessário, use a roupa que você iria usar para ir ao escritório;
• Trabalhe longe da TV;
• Organize suas coisas de um jeito moderno (com menos papel).
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*Tiago Fachini é gerente de marketing do ProJuris - Software Jurídico.