O contencioso judicial de alta demanda, também conhecido como contencioso de massa, se fortalece, em constante evolução.
Já se viu na mesma linha de tratamento do contencioso de “boutique”, onde o tratamento dos processos era individualizado, caso a caso, com extrema tecnicidade, astronômicos custos de condução e vultuosos honorários advocatícios.
Grandes e tradicionais bancas de advogados passaram a integrar o contencioso de alta demanda na prateleira de serviços, atraindo para o portfólio de clientes empresas com alta demanda judicial ou servindo como ferramenta de expansão no atendimento dos já clientes.
A pressão por custo, a necessidade de visão empresarial estratégica e forte gestão focada em resultados, o aumento de massificação dos processos, o fortalecimento do CDC e a regulamentação dos atuais Juizados Especiais Cíveis, promoveram a primeira evolução do contencioso de alta demanda.
Grandes e tradicionais bancas de advogados, que antes agregaram em seu portfólio a gestão destes processos, passaram a avaliar o custo benefício para o seu negócio, optando por não mais atender estas carteiras.
Constataram que a especificidade de gestão empresarial exigida para a condução destas grandes carteiras de processos não estava de acordo com o seu tradicional modelo de negócios.
Em paralelo, escritórios modernos e dinâmicos, com ampla visão empresarial e estratégica, passaram a se especializar na condução destas carteiras, tornando este serviço o seu core.
A atuação no contencioso de alta demanda passou a exigir uma gestão profissional e empresarial, focadas em resultados, controles e reportes. A técnica jurídica na condução dos processos passou a ser requisito básico de atuação e não mais o próprio serviço jurídico contratado, como outrora.
O resultado deste processo foi o fortalecimento de uma especialização de serviços jurídicos focada na gestão do contencioso de alta demanda, um verdadeiro oceano azul.
Promoveu-se, então, a segunda evolução do contencioso de alta demanda, tornando-se um serviço jurídico especializado e afeito àquelas bancas com visão estratégica e empresarial; dispostas a entregar além do tradicional tecnicismo jurídico.
As bancas especialistas nesta complexa gestão, tendo como clientes grandes players mundiais e nacionais do mercado de consumo, para manter-se ativas e saudáveis, não poderiam deixar de ter em suas veias uma visão empresarial fortemente focada em resultados. Seus clientes e sua permanência neste mercado exigiam isto.
Conceitos de gestão empresarial nunca antes inseridos no espectro de escritórios de advocacia ganharam importância: missão, visão e valores; posicionamento no mercado; benchmarking; certificação ISO; balanced scorecard; ciclo PDCA; diagrama de Ishikawa; matriz SWOT; gestão de processos; marketing; gestão estratégica; gestão de pessoas; etc.
Este movimento deu início à terceira e atual evolução, surgindo o contencioso estratégico de alta demanda. Sua gestão especializada tem se mostrado uma poderosa ferramenta de melhoria dos resultados empresariais dos clientes.
Muito mais do que a técnica jurídica na condução dos processos, os escritórios são exigidos para entrega de gestão especializada e estratégica que suporte a melhoria de processos e resultados dos clientes.
Fazer parte do negócio do cliente suportando ações que melhorem seu resultado, reduza seus custos e fidelize seus clientes é o core destas novas bancas.
O tecnicismo jurídico e o ideal de justiça de advocacia, aliados a modernas ferramentas de gestão empresarial, metodologia ISO 9001, software de gestão de processos in house, business intelligence na gestão de resultados e produtividade e foco no resultado do cliente tem sustentando esta evolução contínua destes novos escritórios de advocacia.
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*Gustavo Pinhão Coelho é advogado do escritório Pires & Gonçalves - Advogados Associados.