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Ataques hacker a escritórios de advocacia

Os advogados são os novos alvos dos criminosos virtuais.

5/3/2015

O The New York Times, de 23 de fevereiro deste ano, trouxe a notícias que os bancos de Wall Street e os grandes escritórios de advocacia americanos têm mantido reuniões secretas para tratar de segurança digital e ataques hacker.

Segundo o jornal, está havendo um incremento de atentados cibernéticos às grandes firmas jurídicas dos Estados Unidos da América.

O primeiro motivo para o aumento destes ataques diz respeito à fragilidade das defesas cibernéticas dos escritórios comparada às medidas defensivas existentes nos bancos ou mesmo empresas.

O segundo fator advém dos documentos armazenados nos terminais das firmas. Informações, tais como patentes industriais, comércio internacional, contratos militares possuem valor enorme para empresas concorrentes e estados inimigos.

Ainda segundo o periódico, as reuniões secretas objetivam criar procedimentos de troca de informações sobre Cyber Security entre estas vítimas do setor privado.

A situação levanta dúvida se as bancas de advocacia brasileiras estão preparadas para enfrentar este tipo de ameaça. Os escritórios brasileiros são um verdadeiro depositário de informações sigilosas sobre seus clientes, dentre elas transações comerciais internacionais e escutas telefônicas legais obtidas para defesa legal em juízo.

É possível que haja agravamento de ataques a escritórios menores no tamanho (escritórios boutique), mas enormes na quantidade de informações estratégicas sobre seus clientes. Imagine quanto valem os arquivos versando sobre as estratégias jurídicas/políticas de uma grande empresa multinacional para o próximo ano. Quanto as empresas concorrentes estariam dispostas a desembolsar para obter as informações?

O tema Segurança Cibernética, ou Cyber Security, já é prioridade máxima para a sociedade americana, não estando mais restrita aos meios empresariais. Em terras brasileiras, a segurança cibernética ainda não entrou na agenda dos meios de comunicação e sociedade civil organizada.

Espero que os estragos não sejam muito grandes até o tema ganhar espaço real e amplo nas mídias. Segurança cibernética é algo extremamente importante para o país, empresas, advogados, clientes e sociedade.

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*Frederico Meinberg Ceroy é presidente do Instituto Brasileiro de Direito Digital – IBDDIG. Especialista em Direito Digital/Cyber Law, promotor de Justiça, doutorando em Direito, autor do livro "Coletânea Legislativa de Direito Digital", CHFI.

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