Mudanças no cenário das contratações de advogados - Panorama 2005
Alessandra Neves*
Em 2005 observamos um crescimento nas contratações em escritórios de advocacia em mais de 40%. Em geral, essas contratações ocorreram indistintamente em escritórios de grande e médio porte, diferentemente dos últimos três anos, onde os de médio, na maioria compostos de sócios egressos de grandes bancas, eram os que mais efetivavam a abertura de vagas.
Em termos de áreas de especialização, ainda existe uma demanda muito grande para profissionais com “expertise” em tributário e societário. Hoje, são procurados profissionais para a área tributária, por exemplo, que também tenham formação em finanças, amplos conhecimentos em estruturações societárias, além do domínio, pelo menos, do inglês.
Quando falamos de empresas, o mesmo acontece. Existe uma oferta grande de vagas para a área tributária, especialmente com reporte ao financeiro ao invés do jurídico. No entanto, isto não diminui a importância de outras áreas como a societária, contratual e financeira, bastante requisitadas, principalmente para posições sêniores.
Como consultores responsáveis apenas pelo recrutamento de profissionais das áreas jurídica, fiscal e tributária, a Michael Page International Tax & Legal pôde conferir um aumento de mais de 50% em contratações, estando basicamente divididas em 75% para empresas e instituições financeiras e 25% para escritórios de advocacia. Vale ressaltar, contudo, que este percentual não reflete precisamente o mercado, uma vez que a utilização de “head hunters” para contratação de profissionais ainda é mais difundida em empresas do que em escritórios.
Mesmo com mais contratações para empresas, é importante citar que houve crescimento de quase 50% nas contratações via “head hunter” para escritórios de advocacia, o que demonstra uma maior profissionalização nessas bancas. Este fato é reforçado, inclusive, pelas recentes e crescentes demandas por profissionais de áreas financeiras e de recursos humanos, para integrarem esses escritórios.
Para 2006, esperamos uma solidificação deste crescimento, primeiro pelo fato de que as empresas continuam investindo no seu departamento jurídico e segundo, pela retomada dos escritórios de advocacia.
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*Consultora - Gerente da divisão Tax & Legal da Michael Page International Brasil
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