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As sábias lições de Galileu e Shakespeare

Estes homens, de invulgar gênio, demonstraram que é possível, em momentos adversos, transpor o túnel da ignorância e do preconceito e ultrapassar as vicissitudes circunstanciais.

25/1/2006


As sábias lições de Galileu e Shakespeare


Leon Frejda Szklarowsky*

Em plena Idade Média, no ano de 1564, nasce, em Pisa, Galileu, e, neste mesmo ano, na Inglaterra, William Shakespeare. Ambos revolucionaram o mundo em que viviam e conquistaram com suas obras e descobertas a imortalidade.

Galileu Galilei partiu da especulação aristotélica para experimentação e observação, criando, desta forma, o moderno método científico. A concepção de novas teorias sobre o universo contrariava o status quo reinante e ridicularizava a Igreja, que se mantinha firme na velha teoria de Aristóteles a qual se opunha à aplicação da matemática ao reino da física.

Com suas teses inovadoras, destronou, de vez, os velhos conceitos de Ptolomeu, que sustentava ser a Terra o centro do universo, girando o sol em torno dela. Por tudo isto, fora condenado e obrigado a renunciar às suas idéias para não morrer queimado como herege e, assim, publicou mais uma obra, entre tantas, que seria a mais madura de todas que escreveu.

Naqueles tempos de descobertas de novas terras e de um mundo desconhecido, até então, Galileu descobre o céu, jamais visto e estudado, abrindo as comportas para o homem do Século XX atingir o satélite terrestre e aproximar a lua dos homens e dos poetas que vêem nela sua fonte de inspiração.

Shakespeare, em Hamlet, descreve que há algo de podre no Reino da Dinamarca e põe a nu a corrupção e a devassidão da sociedade. As tragédias descritas por ele encontram em Hamlet a dúvida, o desespero e a solidão do príncipe diante da violência de um mundo sórdido e ingrato. Com suas obras imorredouras, exerceu decisiva influência sobre a literatura moderna.

Estes homens, de invulgar gênio, demonstraram que é possível, em momentos adversos, transpor o túnel da ignorância e do preconceito e ultrapassar as vicissitudes circunstanciais.

A corrupção e o obscurantismo sempre existiram, mas não impediram o homem de seguir a sua trajetória, no cumprimento de seus desígnios.

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*Advogado e escritor autor de inúmeras obras literárias e jurídicas






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