O magistrado em pé no jogo!
Lázaro Piunti*
Celeiro de craques é a nação campeã de exportação de atletas. Em 2009 foram catalogados mais de nove mil garotos transferidos para o exterior.
Vendeu mais que soja ou fumo riograndense.
Como se explica, porém, que seus principais clubes tenham dívidas monstruosas?
Antigamente um time de futebol negociava um astro e com o dinheiro comprava ou reformava estádio. E ainda sobrava verba para montar um novo e poderoso elenco.
Em 1954, a Portuguesa de Desportos vendeu Julinho Botelho à Fiorentina. Comprou o Canindé. Em 1958, o Palmeiras negociou Mazzola com o Milan. Formou um esquadrão capaz de enfrentar com êxito a máquina santista liderada por Pelé. Ao vender à Itália o craque Chinesinho (1962), reformou seu estádio, dele emergindo o legendário Jardim Suspenso. E deu ainda para organizar aquela equipe denominada a 1ª academia!
O Santos foi o que mais lucrou em suas excursões milionárias na década de 60.
Reformou o acanhado estádio da Vila Belmiro e aumentou seu patrimônio. Mesmo com o prejuízo ocasionado com a malsucedida compra do balneário.
O São Paulo Futebol Clube após vender o Canindé à Portuguesa investiu no Morumbi e ostenta o mais notável patrimônio sócio-esportivo do país. Só a transação do zagueiro Breno ao futebol espanhol foi suficiente para pagar o custo do CT de Cotia.
Estas considerações se contrapõem à realidade financeira atual, envolvendo os principais clubes do futebol brasileiro. Estão todos eles endividados. Quase quebrados!
Com oceanos de dinheiro jorrando para os cofres dos clubes, como se explica tanta dívida atualmente? Os exemplos em números (dívidas em reais) vêm a seguir:
Flamengo – 295 milhões
Fluminense – 288 milhões
Botafogo – 230 milhões
Atlético/MG – 228 milhões
Vasco da Gama – 192 milhões
Corinthians – 180 milhões
Palmeiras – 175 milhões
Grêmio – 155 milhões
São Paulo – 148 milhões
Internacional – 146 milhões
Santos – 145 milhões
Cruzeiro – 116 milhões
Flamengo e Corinthians são os clubes de maior torcida no país. Com mais de um século de fundação e campeões em arrecadação, são os únicos que não têm estádio próprio!
A corrupção está minando as finanças das grandes associações. Está na hora do Fiscal da Lei - Ministério Público Federal - entrar <_st13a_personname w:st="on" productid="em campo. A">em campo. A figura do Promotor (na definição clássica o "Magistrado em Pé") precisa sair do gabinete, atravessar o túnel do tempo e vasculhar as planilhas. Afinal, o futebol é a paixão maior do povo brasileiro.
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*Advogado
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