Marcas do início e uma lição para toda vida
Márcia Moreno Ferri*
Iniciei minha carreira em jurídico corporativo no final de 2003, em uma empresa multinacional européia. Estava encerrando o terceiro ano da faculdade e pouco - ou quase nada - sabia da vida empresarial. É inegável que comecei com o "pé direito". O departamento continha 5 advogados (sendo apenas uma mulher), uma secretária e 2 estagiárias. E formávamos uma equipe e tanto, modéstia a parte.
Aprendi bastante na prática, estudando e me aprofundando em matérias pouco esmiuçadas na faculdade. Isto se deu em razão da confiança que o Diretor Jurídico depositava em cada um de nós, independentemente do cargo e da experiência.
Três anos depois, já formada, em razão de uma cisão e, consequentemente a formação de um novo departamento jurídico, recebi outro voto de confiança: assumir uma área e, por conseguinte, os assuntos relacionados a uma unidade de negócios da empresa, que se transformou em uma verdadeira paixão. Era um prazer inenarrável e um desafio imenso! Mais uma vez contei com dois advogados que me apoiaram, ensinaram e confiaram, além de um sem número de clientes internos que contribuíram para meu desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional e pessoal.
Em meados de 2007, após uma incorporação e, neste momento, pertencendo a uma multinacional americana, depois de entrevistas, recebi outro "sim". Outra história começava, e, novamente, me deparei com profissionais brilhantes que confiaram, acreditaram e permitiram que eu continuasse avançando em "águas mais profundas".
Confiança, substantivo feminino que significa crédito, familiaridade, fé. Palavra em desuso ou, quando menos, muito questionada nos dias de hoje. Tudo e todos são colocados em "cheque". Aliás, a expressão double check virou senso comum. Fazer um double check virou rotina. A justificativa usada é simples: "é só para certificar".
Será que não é a tal confiança que está em falta em nosso dia-a-dia, nas relações de trabalho, em nossa vida pessoal? Outro dia li um artigo onde uma colega advogada dizia que seu superior imediato não se preocupava com a carga horária que ela trabalhava, mas sim com os resultados que apresentava. Não seria este um exemplar ato de confiança e liderança? Certamente foi necessário primeiro o gestor crer, para que ela pudesse ter a oportunidade de lhe apresentar os resultados.
Ater-se às próprias nossas escolhas é o que chamamos de compromisso. Nos comprometemos com aquilo em que acreditamos e acreditamos naquilo ou em quem confiamos. É um ciclo. Ouso dizer que este pode ser um dos caminhos do sucesso. Como já disse Carlos Drummond de Andrade "a confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio."
E quanto a mim, cabe agradecer cada crédito recebido, esperando ter respondido sempre à altura.
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*Advogada da empresa J.Macêdo S/A e integrante do grupo Jurídico de Saias
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