Mulheres e mercado de trabalho. Uma visão diferente

Mulheres e mercado de trabalho. Uma visão diferente

Daniela Pozzetti*

Final de semana prolongado. A família sai para viajar e numa parada para o lanchinho, inicia-se um bate papo sobre a atuação da mulher nas atividades profissionais.

Sabedor de que a filha terá grandes desafios pela frente, o pai questiona em tom provocativo e brincalhão:

- Filha, você acha que os homens são melhores do que as mulheres?

Enquanto fica pensativa e com certo "ponto de interrogação facial", ela é interrompida pelo irmão, que diz com veemência:

- As mulheres vão dominar o mundo, pai!.....eu acho. Bom, pelo menos, foi o que disseram os meus professores...

Achando interessante a conversa, resolvi participar e, uma leve competição tomou força desse debate de conceitos (ou pré-conceitos) quando eles souberam que eu escreveria um artigo sobre o tema. Sentiram-se empolgados em contribuir com seus pontos de vista.

O que se extraiu dessa brincadeira que, aliás, é muito comum entre os sexos opostos é: o que realmente vem ocorrendo com a mulher nos últimos anos e que nos tem colocado tanto em evidência?

Criadas sob o rótulo de somente vir ao mundo para conceber e servir, a mulher tem mudado seu destino a cada ano e mostrado à que veio.

Impulsionadas pela luta por melhores condições de trabalho desde meados do final do século XX com a segunda Revolução Industrial¹, a mulher tem vencido algumas batalhas da vida, em especial, no que tange à sua contribuição para uma mudança cultural e de quebras de paradigmas que colaboram para o crescimento da humanidade e, não unicamente de sua espécie.

A mulher de hoje tem conquistado seu espaço no mercado profissional não somente por necessidade de subsistência ou composição de renda familiar², nem mesmo, somente imbuída pelo desejo de ser independente e autosuficiente.

Acredito que é mais do que somente isso. A mulher tem conquistado seu espaço, por vontade! Vontade de ter conquistas próprias, de ter reconhecimento, pela realização pessoal, pela maravilhosa sensação de ser uma profissional. Trata-se de um orgulho próprio, de auto-estima e admiração que são sentimentos de qualquer ser humano. É isso que, na maioria das vezes³, nos move nessa conquista por um lugar ao sol.

Cientes dos desafios dobrados que enfrentaremos, já os encaramos com naturalidade, nos preparando com muito estudo, dedicação, disposição e disponibilidade para superá-los. E, a cada meta profissional atingida, saboreamos felizes e realizadas!

Isso porque, também é fato que a mulher tem se mostrado determinada em seus objetivos, buscando incansavelmente seu aprimoramento e sucesso profissional.

Vale lembrar que nem tudo são flores. As conquistas também nos fazem abrir mão de algumas delícias da vida, como por exemplo, tempo para ficar horas no cabelereiro, na ginástica, no shopping, tempo para programar um jantarzinho, uma viagem e para a curtição com os filhos. Ah!...filhos! Puxa, eis o nosso enfrentamento mais difícil, pois não há mulher que não fique com o coração apertado quando tem que deixá-los para ir para o trabalho ou quando se questiona se já é tempo de engravidar ou esperar mais um pouquinho até firmar-se na profissão.

Queridas e queridos (sim, vocês homens também!), a bem da verdade, o 08 de março é uma data linda que deve ser comemorada por ambos os sexos!

Trata-se de um momento de reflexão, em que se celebra a vida em ambiente de trabalho sadio, equilibrado e com melhores condições. Uma integração entre homens e mulheres.

Temos muito a batalhar ainda, especialmente no que tange ao equilíbrio de salários entre os sexos e, também, pela distribuição mais equânime dos cargos de liderança⁴. Mas, trabalhemos em conjunto, como uma equipe que deve ter como objetivo o crescimento humano, o equilíbrio social, uma parceria justa sem pré-conceitos de qualquer um dos lados.

Homens, celebrem conosco esta data! E tenham orgulho de suas estimadas parceiras, sejam elas desbravadoras do mercado profissional ou diretoras executivas de lares!

Parabéns meninas, por esta data!

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1 O Dia Internacional da Mulher surgiu justamente nesta época, quando ocorreu a incorporação da mão-de-obra feminina em massa, na indústria e o trabalho, muitas vezes insalubres e perigosos, era motivo de protestos. Após alguns anos, em 1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher, e a partir de 1977, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado em 8 de março. Essa informação está, na super enciclopédia livre Wikipédia, encontrada através do todo poderoso Google, criado por homens e muito utilizado pelas mulheres! Clique aqui.

2 Vide artigo interessante no site do DIEESE: clique aqui.

3 Existem exceções? Claro que sim. Aliás, como toda regra.

4 Quanto a questão da ocupação por mulheres em cargos estratégicos / diretivos, vê-se que na prática, ainda não alcançamos um equilíbrio no preenchimento dessas cadeiras. E, para nós, fica uma provocação: Seria porque não temos tempo para nos preparar para esses cargos? Ou porque ainda precisamos quebrar mais um paradigma?

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Leia mais

3/3/10 - "A mulher e o mercado de trabalho" - Daniella Janoni - clique aqui

2/3/10 - "Mulheres no mercado de trabalho" - Ana Amélia Ramos de Abreu - clique aqui

1/3/10 - "Para filosofar" - Juliana Marques - clique aqui

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*Advogada especialista em assessoria jurídica e contratual corporativa e integrante do grupo Jurídico de Saias

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