Abro a coluna com uma historinha de Einstein.
Einstein
Certa vez, Einstein recebeu uma carta da Miss New Orleans onde dizia a ele:
"Prof. Einstein, gostaria de ter um filho com o senhor. A minha justificativa se baseia no fato de que eu, como modelo de beleza, teria um filho com o senhor e, certamente, o garoto teria a minha beleza e a sua inteligência".
Einstein respondeu:
"Querida miss New Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a sua inteligência e a minha beleza".
- Parte I - Panorama...
Qual a taxa?
25%? 28%? 30? Qual será a alíquota do IVA, já considerando o tratamento diferenciado de alguns setores, agro, transporte, saúde, educação, hotéis, restaurantes, parques temáticos, por enquanto? Há quem diga que será o maior IVA do mundo. Outros defendem uma taxa menor que 25%. O debate está no ar. A bola está no campo do Senado. O arcabouço fiscal ainda está inclinado.
Pegando a onda
Lula tem faro apurado. Faz boa leitura do que ocorre no mundo. China crescendo menos. A depender do nosso agronegócio. Rússia metida na guerra contra a Ucrânia até o pescoço. EUA tentando se cacifar ante os países da União Europeia e com um olho na China e outro na Rússia. O Brasil colhendo a maior safra de grãos da história. Deflação mostrando economia sob controle. Juros altíssimos? Sim, é verdade, mas em agosto começarão a baixar. Nesse cenário, Lula comemora sua presença constante nas reuniões dos grandes. P.S. O Brasil comanda os BRICs e, a partir de 2024, comandará o G-20, o clube das maiores economias mundiais.
Serviços, o bode expiatório
Antonio Florêncio de Queiroz Junior, presidente da Federação do Comércio, Bens e Serviços, em primoroso artigo, ontem, 18, em O Globo. Martelou: "...tratar situações diferentes de forma igual gera desigualdades...é o que acontece com o setor de serviços. Com as empresas que terão a mesma alíquota de cobrança, poderão abater créditos, certamente aquelas que os possuem em maior quantidade pagarão menos impostos...como as empresas de serviços, por sua natureza, possuem o seu maior custo atrelado à mão de obra, e essa mão de obra não dá crédito, elas terão menos para abater no pagamento do novo tributo, o IVA. Assim, mesmo tendo tantas despesas quanto outros segmentos, por serem empresas que não dão crédito (isso mesmo, gerar emprego não dá crédito), o setor de serviços pagará mais impostos que os demais".
Falou e disse
Florêncio foi categórico. Os serviços serão castigados se for aprovada in totum a proposta de reforma tributária aprovada pela Câmara. O presidente da Fecomércio-RJ é filho do saudoso deputado e empresário Antônio Florêncio, de Pau dos Ferros, cidade polo do oeste potiguar.
Centrão na mão
Na contramão? Jamais. O Centrão, comandado por Arthur Lira, o comandante das Alagoas, se amarra na árvore do governo Lula. Ganha espaços e até ministérios. Luis Inácio aprendeu a lição que seus mandatos anteriores lhe ministraram. Diminui os carros parlamentares que viriam na contramão para atropelar sua administração. Coisa que Dilma Rousseff não soube fazer.
Haddad, a surpresa
O chamado mercado e seus afluentes até apostavam na entrada de Fernando Haddad na seara do comando da economia. Mas o sujeito está se saindo bem melhor que a encomenda. Entre 0 a 10, ganha um 8, enquanto, antes da caminhada, dava-se a ele um 6. No máximo.
Imagem negativa
O ministro-chefe da Casa Civil, o baiano Rui Costa, ex-governador da Bahia, é a nota mais dissonante do governo. Sua imagem cai na banda negativa da gestão lulista.
Uma reflexão
Vejam este pensamento de Hannah Arendt: "A sociedade burguesa, baseada na competição, no consumismo, gerou apatia e hostilidade em relação à vida pública, não somente entre os excluídos, mas também entre elementos da própria burguesia." Ou seja, a atividade econômica passou a exercer supremacia sobre a vida pública. Os eleitores se distanciaram de partidos, juntando-se em núcleos ligados ao trabalho e à vida corporativa – sindicatos, associações, movimentos. Eis a nova face da política. Se há participação dos aglomerados sociais, ela ocorre dentro das organizações intermediárias.
Nivelando por baixo
Saiu uma pesquisa mostrando que os políticos melhoram sua imagem. Será? Tenho cá minhas dúvidas. O fato é que o discurso institucional, levado a efeito por atores individuais e partidos, não faz eco. A estética da política pontua e remanesce nos sistemas cognitivos, emoldurando a policromia e o polimorfismo do modus operandi dos atores em seus palcos: parlamentares brigando em plenários, encontros mafiosos, dinheiro escondido, negociações por mais espaços na teia dos Poderes e assim vai.
Desvio de papéis
Os conjuntos representativos desviaram-se de seus papéis. Por quê? Ora, a política deixou de ser missão para se tornar profissão. No bojo da sociedade pós-industrial, outros condimentos passaram a compor parte do escopo político, refazendo escopos e reconstruindo práticas. Onde e como o Brasil evoluiu ao longo de sua história? Quais as frentes de progresso e modernidade que pode registrar? E quais os eixos que ainda ligam o país à tradição colonial, ao ethos nacional e à coleção de "ismos"?
Força cresce
É inegável que a moldura brasileira adquiriu atualidade no concerto das Nações. A nação brasileira se posiciona ao lado dos grandes, formando um bloco que provoca profundas mudanças na geopolítica internacional. Não se descartam otimistas previsões sobre a maior influência brasileira no mundo.
O ponto nevrálgico
O patrimônio brasileiro no campo da megabiodiversidade haverá de conferir maior prestígio à Nação. Esse é o ponto sensível que Lula percebeu para impor maior respeito ao país. Vamos acompanhar a trajetória brasileira na política ambiental.
Mais carros
As duas maiores capitais do país, com orçamentos extraordinários e administrações que se vangloriam de êxitos, atravessam um dos mais angustiantes ciclos de sua vida. São Paulo, com 12 milhões de habitantes, é a perfeita imagem do caos. Corredores se entopem de carros em todos os horários. Ao lado dos cerca de 1.000 veículos novos que entram diariamente no trânsito (vindo a se somar aos oito milhões que circulam na Grande São Paulo), ainda está às voltas com o problema de imigrantes. Não é de admirar que o número de mortes no trânsito, em São Paulo seja três vezes maior que as da Inglaterra, EUA e Canadá. E mais, a metrópole terá de suportar a onda de "carros populares" da era Lula.
Compromisso com programas claros
As aflições seriam menores se o processo de escolha dos dirigentes adotasse o figurino racional: candidatos devem ser obrigados a apresentar nas campanhas um programa a ser executado pela prefeitura sob rígido controle das Câmaras Municipais e fiscalizado pela sociedade. A verborragia de cada postulante daria lugar à exposição detalhada de ações para debelar os problemas. Os homens públicos deveriam aprender a lição: suas fogueiras de vaidade não resistem à água em ebulição.
- Parte II
Raspando o tacho
- Ricardo Nunes, o prefeito de São Paulo, conta com o apoio tucano à sua reeleição. Na visão deste analista, os tucanos estão observando sua floresta ser incendiada. Sem votos.
- O futebol feminino começa a aparecer no ranking do prestígio e atenção da sociedade. Tem uma sueca como técnica. Com pouco domínio do português. Mas a seleção feminina não faz feio.
- Como ficarão os salários das moças diante da norma estatuída pelo governo para que homens e mulheres tenham o mesmo salário nas mesmas funções? Ah, no futebol e em outras áreas, é diferente...
- Antônio Furlan, atual prefeito de Macapá, é franco favorito na disputa para a prefeitura. Tem 66,8% das intenções de voto, enquanto José Alcolumbre, irmão do senador Davi Alcolumbre, tem 8,7%. Dados enviados à coluna por Murilo Hidalgo, do Instituto Paraná Pesquisas.
- O cientista político Paulo Kramer tem ministrado interessantes e oportunos cursos de marketing político. O último: Como causar boa impressão? Anotem: @kramer.paulo no LinkedIn. Conheço o cientista político. E atesto sua seriedade.
- Álvaro Dias, escritor e prefeito de Natal, foi eleito para a Academia Norte-rio-grandense de Letras.
- Eleições livres na Venezuela, como pregam Lula e Macron? Mais crível é acreditar que, amanhã, o mundo não terá sol.
- O calor extremo ameaça norte-americanos, que enfrentam semana de calor extremo. São 110 milhões de pessoas sob alerta de altas temperaturas. A situação é mais grave no sul e no oeste do país. Em Phoenix, no Arizona, há 18 dias as temperaturas estão acima dos 38°C. Em Las Vegas, termômetros ultrapassaram os 45. Na Califórnia, a temperatura bateu 56°C no Vale da Morte – um lugar conhecido por ser perigosamente quente. O mundo quase em chamas.
Fecho a coluna com um "causo" de Recife.
Creusa
Joaquim Francisco Cavalcanti era delegado da polícia, em Recife. Uma noite, em um baile de travestis no bairro do Recife velho, a pancadaria come solta. Prisão de todos os participantes. O delegado fichava cada um e mandava embora:
– Nome?
– Greta Garbo.
– Nome?
– Sophia Loren.
– E seu nome?
– Marilyn Monroe.
– E o seu?
– Creusa.
– O que, seu sem-vergonha? Creusa é o nome de minha mulher. Você vai ficar seis meses na prisão de Itamaracá.
Seis meses depois, o delegado Joaquim Francisco manda buscar Creusa para soltá-lo:
– Seu nome?
– Joaquim Francisco.
– O que, imbecil? Como tem coragem, sem-vergonha? Vai ficar mais seis meses na prisão.
E para lá Creusa voltou. Sem piedade.