O BRASIL NA REAL
Depois deste pesadelo de começo de inverno, a ressaca. Só agora, depois de desfeitas as expectativas, o Brasil cai na real. Para angústia, daqueles que esperavam faturar com a Taça. Lula, entre eles, já tinha fotografado na cachola a foto olímpica no Palácio do Planalto, rodeado da equipe sorridente e técnico esfuziante. Gorou a esperança. No frio dos escritórios, os internautas nos brindam com doses de humor e picardia. Uma pitada: Lula para técnico, Parreira para presidente.
PNBINF CRESCE
Uma verdade se pode extrair da derrota brasileira na Copa: o Produto Nacional Bruto da Infelicidade – fruto dos desesperos e das desesperanças cotidianas – cresceu nos últimos dias. Quer queira ou não, Lula será visto como pé frio.
CAMPANHA VAI ÀS RUAS
A campanha eleitoral ganha as ruas. Teremos massa menor de publicidade nas ruas. Sem outdoors, os muros não exibirão caras políticas. Mas os cartazes serão permitidos. A questão é: onde afixá-los? Os chamados “próprios públicos”, entre os quais os postes, são catalogados como espaços proibidos. O aperto nos parafusos da comunicação propiciará soltar dois eixos da alavanca do marketing político: a articulação com a sociedade organizada e a mobilização de grupos. Lembre-se que os comícios continuam permitidos. A proibição foi para showmícios.
LEMBO EM CARREIRA SOLO
O governador Cláudio Lembo, a cada dia, passa a impressão de que deseja fazer uma carreira solo como barítono do PFL. Não dá bolas para as críticas da cúpula do partido, para quem está distanciado das campanhas de Geraldo Alckmin e José Serra, à presidência da República e ao governo do Estado, respectivamente. Lembo recebeu Lula em São Paulo com pompa, liturgia e muita deferência. O único prócer que parece fazer a cabeça do governador paulista é o senador Marco Maciel, com quem tem históricas ligações.
A POLÍTICA NO LIXO
A se confirmar uma nova lista de parlamentares suspeitos de terem participado da Operação Sanguessuga, cerca de 1/3 dos integrantes da Câmara Federal estariam comprometidos com bandalheira. Some-se esse contingente aos 2.900 nomes que o Tribunal de Contas da União entregou ao Tribunal Superior Eleitoral, e que seriam inelegíveis por terem processos na Justiça, para se distinguir o retrato por inteiro do lixo que suja o Brasil político.
A SUBIDA DE ALCKMIN
Quem acompanha regularmente as análises deste escriba conhece as razões para o crescimento de Geraldo Alckmin nas pesquisas. Além dos martelados argumentos sobre a expansão da visibilidade do candidato, via programas políticos do PSDB e PFL, há de se observar a recuperação do tucano, muito previsível, em nichos considerados mais sensíveis ao seu perfil, como o Sul e o Sudeste, que abrigam um eleitorado mais racional. Aliás, Alckmin, como temos observado, sob o aspecto teórico, ocuparia os maiores palanques do País, na medida em que correligionários seus são favoritos em colégios eleitorais de peso: José Serra, em São Paulo; Aécio Neves, em Minas; Sérgio Cabral, no RJ; Paulo Souto, na Bahia; Mendonça Filho, em Pernambuco, além dos três Estados do Sul (RS, SC e PR), onde já tem votação maior que a de Lula. A questão é: convencerá os aliados a vestir, sem hesitação, a sua camisa?
ZORRA TOTAL
As alianças para as eleições de outubro são uma zorra total. Correligionários do plano federal são adversários na esfera estadual. E coisas mais que esquisitas acontecem. César Maia, do PFL, está apoiando a deputada Denise Frossard, candidata ao governo pelo PPS. Os tucanos da Bahia são inimigos históricos do PFL de ACM e Paulo Souto. Geddel Vieira Lima, ex-trombeteiro-mor de FHC, apóia Lula. Fernando Bezerra, senador do RN, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, é líder do governo Lula no senado. Roberto Requião fez acordo com o PSDB, no Paraná, mas abrirá palanque para Lula. E assim por diante...
TV GLOBO E OS PREJUÍZOS
Qual foi o prejuízo da TV Globo com a derrota brasileira na Copa? A Globo bancou a maior espetacularização esportiva de todos os tempos. Perde grande audiência. E toma prejuízo com a estrutura de cobertura que montou.
CLASSES MÉDIAS NÃO VOLTAM
As classes médias continuam a se desgarrar do colo de Lula. É pouco provável que voltem ao regaço lulista, mesmo com as medidas de agrado que o ministro Tarso Genro anda planejando. A divisão entre pobres e ricos continua no centro do discurso de Lula. Os meios da sociedade não aprovam esta abordagem.
O PT NÃO RECUA
Por mais que seja ameaçado de diminuir drasticamente a bancada no Parlamento, o PT não recua. Tem maior número de candidatos ao governo de Estados que o PMDB. Sem alianças fortes, a previsão é de porteiras fechadas para uma grande representação.
HOMEM-SANDUÍCHE
Pregar cartaz em poste, ponte e marquise será proibido. Mas o cartaz pode ser afixado na frente e nas costas de pessoas. O Brasil avança no campo da propaganda política: o homem-sanduíche.
JINGLES NOS COMÍCIOS
Música também será proibida nos comícios. Só jingles de candidatos poderão ser cantados. Mais um invento tupiniquim: comícios de uma nota só.
ESSA É DE ARREPIAR
Os materiais impressos terão de exibir o CNPJ da gráfica. Mais uma esquisitice desses alegres trópicos: propaganda política de gráficas.
MANDIOCA NO PÃO
O projeto do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, de adição de farinha de mandioca no pão, tem chances de ser aprovado, apesar da oposição dos moinhos. O pãodioca é, pelo menos, uma invenção com rima. Não. Não pensem que a referência tem algo a ver com idiota.
REFORMA GREGÁRIA
Sai Roberto Rodrigues e entra Luis Carlos Guedes, ligado ao PT e ao MST, no Ministério da Agricultura. É o governo Lula fazendo reforma gregária.
QUEM É ATILA, O MANO ?
De Átila, o huno, a história conta grandes proezas. De Átila Russomano, nenhum registro histórico de maior significação. Do que se sabe, é apenas o mano. Alguém sabe de quem? Do deputado Celso Russomano. É o vereador escolhido para ser candidato a vice na chapa de Orestes Quércia. E assim caminha o Brasil....
DE PÁTRIA E DE CHUTEIRAS
Em tempos idos, nossas orações agradeciam aos Céus pelas glórias da “Pátria de Chuteiras”. Em tempos correntes, nossas mentes perplexas não contêm a indignação pela tétrica visão de “Chuteiras sem Pátria”.
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