A sinfônica mineirice
Zé Abelha registra em Mineirice, um dos seus imperdíveis manuais sobre os mineiros, este anúncio, veiculado no INFORME JB, de 1975. "A Orquestra Sinfônica de Belo Horizonte precisa dos seguintes músicos : cinco violinos, três altos, três violoncelos, dois contrabaixos, uma flauta, um trompete e um trombone. Paga de quatro a cinco mil cruzeiros por mês, 13 vezes ao ano. Custeia a passagem até a cidade e a instalação profissional. Assina contrato de dois anos. Não se pode garantir que a direção da Orquestra, em Minas, garanta tudo isso a músicos brasileiros. No entanto, é certo que o faz para músicos franceses, segundo anúncio publicado no Le Monde do dia 7 de janeiro (1975). Caso a Orquestra mantenha as condições para nacionais, tudo bem. Do contrário, recomenda-se aos interessados que sigam para Paris, onde devem apresentar suas candidaturas na Embaixada".
Reforma ministerial
Ganha força a reforma ministerial que a presidente Dilma intencionaria fazer entre o fim do ano e o início de 2012. Os eventos negativos responsáveis pela queda de ministros e a continuidade de episódios e denúncias, desta feita envolvendo o Ministério do Esporte, embasam a tese reformista. À primeira leitura, a presidente Dilma gostaria de promover uma reforma mais profunda, tratando de fusão e/ou integração de pastas. É muito alto o número de ministérios : 38. Chegará a 39 com a criação do Ministério da Pequena Empresa. Trocar nomes, apenas, não seria suficiente para alavancar o segundo momento do ciclo Dilma.
Nomes mais técnicos
Será muito difícil compor um Ministério com nomes exclusivos das áreas técnicas, quando se sabe que o mando político-partidário é fundamental para a sustentação do governo na esfera congressual. Mas a presidente, conforme se conversa nos bastidores, estaria interessada em nomear perfis de índole mais técnica, mesmo com o carimbo político de indicação dos partidos. Dilma pensa em ter uma equipe mais homogênea, capaz de interagir em projetos integrados. Com raras exceções, as pastas são espaços fechados, sob domínio dos partidos e de algumas lideranças. Parcela acentuada das fogueiras que queimam a imagem de ministros é acesa com a ajuda de gravetos amigos.
Reforma política
O vice-presidente da República, Michel Temer, mostra o caminho para viabilizar a reforma política : um plebiscito em 2014. Com o conhecimento que detém – foi três vezes presidente da Câmara e é presidente do maior partido brasileiro (PMDB) – Michel propõe que a reforma passe pelo crivo popular. Enaltece as missões cumpridas por Ronaldo Caiado, Miro Teixeira e Henrique Fontana – deputados que deram grande contribuição ao escopo da reforma política, por meio de suas ideias aos projetos que tramitam na Câmara – e aponta o impasse de uma reforma que, para muitos, funcionaria como um tiro no pé dos congressistas. Para tirar dúvidas sobre tipologia do voto – distrital, distritinho, distritão, distrital misto – financiamento público de campanha, cláusula de barreira, etc., a proposta precisaria receber o endosso da sociedade. Ante o caráter Federal da reforma, é lógico que o plebiscito seja feito por ocasião de um pleito Federal, ou seja, em 2014. Muito bem argumentada a tese.
Campanha emblemática
O palco mais fosforescente de 2012 será o da capital paulista. Pois em São Paulo, desenvolve-se a mais contundente polarização entre PT e PSDB. Não é a toa que Lula quer impor seu candidato – o ministro da Educação, Fernando Haddad – e os tucanos, sob comando do governador Geraldo Alckmin, pretendem escolher o seu sob o critério de maior viabilidade eleitoral. Ora, não há um grande candidato tucano. Os maiores nomes são os de José Serra e Aloysio Nunes Ferreira. Ambos rejeitam a hipótese da candidatura à prefeitura. Marta Suplicy, com seus 30% de intenção de voto, não desiste e irá às prévias petistas, desafiando Lula. Ganhará ? Pouco provável.
Quatro filhos
"Quatro mães muito formosas geram quatro filhos muito feios. A verdade pare ódio; a prosperidade, orgulho; a familiaridade, desprezo e a segurança, perigo". (Padre Manuel Bernardes)
Briga dos royalties
A briga pelos royalties do petróleo se acirra. Clima emocional envolve todos os atores, os chamados "Estados produtores e não produtores". A União não aceita reduzir sua receita de participação especial de 50% para 40%. Os Estados não produtores esperam que o relatório do senador Vital do Rêgo (PMDB/PB) seja aprovado. Se a confusão aumentar, a situação poderá ser decidida pelo STF.
Caras novas
Ou seja, o candidato do PT deverá ser mesmo Fernando Haddad. O PMDB já escolheu como seu candidato, o deputado Gabriel Chalita. O PTB vai de Luiz Flávio Borges D’Urso. O PDT acena com o nome de sempre – Paulinho da Força. O PC do B, com o vereador Netinho de Paula. Celso Russomano, que saiu do PP e entrou no PRB, deverá sair por este partido. E o PSDB ? O secretário da Energia, José Aníbal, teria condições de ganhar as prévias. Mas o PSDB não fecharia totalmente com ele. O nome que pode desequilibrar o jogo é o de Guilherme Afif. Com boa visibilidade e um portfólio de muitos votos. Sairia pelo PSD de Kassab. Alckmin e o prefeito acenam com uma aliança. Ocorre que PSDB, com tempo de mídia eleitoral, só faria acordo caso conseguisse a cabeça de chapa, cedendo a vaga de vice ao PSD, que não dispõe de tempo de rádio e TV.
Acordo Sescon e OAB/SP
A OAB/SP firmou ontem acordo de cooperação mútua com o Sescon/SP em benefício dos jovens profissionais de ambas as entidades. "O Sescon tem sido um parceiro e nunca nos faltou nas grandes jornadas que caminhamos juntos. O objetivo dessa nova parceria visando os jovens é ressaltar que o futuro está em boas mãos e que o papel das instituições é trabalhar pela renovação", afirmou o presidente da secional da Ordem, Luiz Flávio Borges D’Urso. José Maria Chapina, presidente do Sescon, lembrou que a OAB/SP tem sido parceira fiel e aliada do Fórum Permanente do Empreendedor, que congrega dezenas de entidades. O presidente do Conselho Federal, Ophir Cavalcante, prestigiou o evento. A parceria foi assinada também pelo presidente da Comissão do Jovem Advogado, da OAB/SP, Gilberto Rodrigues Porto, pelo vice-presidente de Desenvolvimento, Sérgio Approbato Machado Júnior, e pelo presidente da Comissão do núcleo dos Jovens Empresários, Eduardo Serbaro Tostes.
Meu Sergipe
Augusto Franco, governador, estava no aeroporto do Galeão, quando uma aeromoça da Varig, reconhecendo-o, jogou a pergunta :
- O senhor é o Dr. Augusto Franco, de Sergipe ?
- Não, minha filha, Sergipe é que é de Augusto Franco.
(Da verve do Sebastião Nery)
PT, mais próximo ?
Se não houver acordo entre PSD e PSDB, o que poderá ocorrer ? PSD vai procurar outros partidos para fazer aliança e, assim, garantir mídia eleitoral. PSDB, idem. Quanto maior o número de candidatos, tanto melhor para o PT. Que é a sigla que alcança maior união eleitoral. O PT começa, sempre, com históricos 30% de votos. Esse índice lhe garantiria o ingresso no segundo turno. E, com o governo Federal funcionando como escudo e emblema, não seria difícil para o PT arrumar um grande acordo para o segundo turno. Claro, essa hipótese leva em consideração a maior dificuldade do PSDB em estabelecer alianças. A orquestra tucana será conduzida pelo maestro Alckmin. Resumo da ópera : o PT terá, em 2012, maiores chances que em pleitos passados. São Paulo é a sonhada cereja do bolo petista.
Ministério do Esporte
O ministro Orlando Silva tomou a iniciativa adequada ante as denúncias que o envolvem : pediu urgente apuração do caso pela PF e PGR. E se dispõe a ir à Comissão de Ética Pública da presidência da República. Na Câmara Federal prestou depoimento. "Coloquei meu sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição. Eu sei qual meu compromisso ético. Da mesma maneira que fiz questão de impetrar a abertura de apuração para desnudar tudo o que está escrito na reportagem". Disse mais : "Creio que é uma ameaça grave à democracia tentar desqualificar a história de um partido. Por isso quero rechaçar a segunda acusação de que há qualquer tipo de esquema para beneficiar um partido político". Vamos ver, agora, os desdobramentos.
Segurança privada
Empresários do setor de segurança privada realizarão um encontro, quinta e sexta desta semana, por ocasião do VII Fórum Empresarial de Segurança Privada do Estado de São Paulo (FESP), em Bragança Paulista/SP – com o objetivo de discutir a atual situação do mercado de segurança privada, as tendências e os problemas inerentes ao setor. "Autoridades e especialistas debaterão as questões jurídicas, trabalhistas e operacionais, com ênfase para a aprovação do Estatuto da Segurança Privada, que prevê uma regulação maior", explica João Eliezer Palhuca, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo (Sesvesp), organizador do evento.
Terceirização evolui
Pesquisa feita pelo Sindeepres, o maior sindicato brasileiro, que reúne trabalhadores terceirizados, mostra que a remuneração média dos terceirizados era de R$ 972,40, em 2010. Em 1985, era de R$ 544,10. O número de terceirizados subiu, em média, 11,1% ao ano entre 1985 e 2010. A quantidade de empresas teve aumento médio de 16,4% ao ano no período. O mercado paulista possui 700 mil terceirizados contratados. Desse total, o Sindeepres representa cerca de 200 mil, abrigados em mais de dez categorias. "A falta de regulamentação dificulta a solução dos problemas de relações trabalhistas precárias que ainda existem no ambiente da terceirização", diz Marcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que realizou a pesquisa. "Melhores condições de trabalho, controle do número de horas de serviço e salários mais altos fazem parte das reivindicações dos trabalhadores terceirizados", defende Genival Beserra Leite, presidente do sindicato.
Mário Sérgio
Mário Sérgio Cutait, ex-presidente e membro do Conselho do Sindicato Nacional da Indústria da Alimentação (Sindirações) e atual presidente da FeedLatina (Asociación de las Industrias de Alimentos para Animales de America Latina y Caribe), foi eleito para o cargo de presidente da International Feed Industry Federation – IFIF. A eleição ocorreu há duas semanas, em Roma, e o mandato é de dois anos. Ao ocupar este cargo, Mário Cutait enfrentará importantes desafios impostos pela indústria mundial de alimentos, a partir da elevação dos padrões de qualidade.
Marketing eleitoral
Questões importantes que deverão florescer no jardim do Marketing Eleitoral de 2012 : Campanhas serão municipalizadas ou tendem a receber inputs Federais ? Micropolítica – política das pequenas coisas – ou macropolítica, temáticas abrangentes ? O discurso da forma (estética) suplantará o discurso semântico ? Campanhas privilegiarão pequenas ou grandes concentrações ? Qual será o papel das entidades de intermediação social (associações, movimentos, sindicatos, Federações, clubes, etc.) ? Telegráficas respostas : 1) Ambiente geral – estado geral de satisfação/insatisfação – adentra esfera regional/local (temas locais darão o tom, mas a temperatura ambiental será sentida); 2) Micropolítica, escopo que diz respeito ao bolso e a saúde, estará no centro dos debates; 3) O discurso semântico – propostas concretas e viáveis – suplantará a cosmética; 4) Pequenas concentrações, em série, gerarão mais efeito que grandes concentrações; 5) Organizações sociais mobilizarão eleitorado.
O coice do jumento
Sócrates caminhava tranquilo quando um atrevido descomedido lhe deu um coice. Estranharam alguns a paciência do filósofo, que arguiu :
- Pois eu que lhe hei de fazer, depois de dado o coice ?
Responderam :
- Demandá-lo em juízo pela injúria.
Replicou :
- Se ele em dar coices confessa ser jumento, quereis que leve um jumento a juízo ?
(Padre Manuel Bernardes)
Conselhos aos partidos
Esta coluna dedica sua última nota a pequenos conselhos a políticos, governantes e líderes nacionais. Na última coluna, o espaço foi destinado ao governador Sérgio Cabral. Hoje, sua atenção se volta aos partidos :
1. Procurem, desde já, mapear e estudar as questões municipais – demandas, gargalos, obstáculos, soluções – para o planejamento do discurso de seus candidatos nos 5.564 municípios brasileiros.
2. Elejam, dentre os temas estudados, entre 5 e 6 áreas prioritárias, que devem merecer atenção central. Esse será o vértice da Identidade dos candidatos.
3. Comecem, já agora em outubro/novembro, as tarefas de articulação/mobilização com vistas a parcerias, eventuais alianças, acordos, etc. Com início do mapeamento dos quadros locais para efeito de apuração do corpo de lideranças municipais.
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