Marketing Jurídico

Dicas sobre Redes Sociais

Na coluna de hoje, o presidente da Comissão Nacional de Marketing Jurídico Alexandre Motta traz o membro Silvia Valverde para dar dicas sobre as redes sociais.

30/9/2022

Amigos da coluna Marketing Jurídico, seguindo nossa temporada de compartilhar o conhecimento dos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados) da qual orgulhosamente sou presidente, hoje trago três perguntas importantes para minha amiga e membro da comissão Sílvia Valverde.

Coluna Marketing Jurídico: Sabendo que, especialmente durante e pós pandemia, o mundo está cada dia mais digital, poderia o advogado utilizar o marketing jurídico nas redes sociais como ferramenta para prospectar clientes? É permitido pela OAB? Quais seus benefícios?

Sílvia Valverde: O Provimento 205/21 da OAB, no último item do seu anexo, traz de forma expressa a possibilidade de o advogado estar presente nas redes sociais, desde que respeitadas as normas do Código de Ética e Disciplina e do Provimento da OAB, utilizando da estratégia do marketing de conteúdo jurídico, com teor informativo/ educativo.

Dentre os inúmeros benefícios do advogado se fazer presente nas redes sociais, através do seu posicionamento estratégico e do marketing de conteúdo jurídico, destaco alguns:

Ampliar sua visibilidade, construir e solidificar sua autoridade para ser visto como referência dentro da sua área de atuação, o que certamente irá proporcionar menos desgaste com fechamento de contratos, maior possibilidade de prospecção de clientes, reduzir ou até eliminar os “leilões de honorários” muitas vezes feitos por clientes que não percebem o advogado como autoridade. Além de atrair a audiência certa é possível cliente certo, o que possibilita o maior percentual de conversão.

Coluna Marketing Jurídico: Quais os fatores que afastam ou impedem que o advogado use o marketing jurídico nas redes sociais?

Sílvia Valverde: São dois fatores, na maioria dos casos. Técnico e emocional.

Técnico, pelo fato de o marketing jurídico ser algo relativamente novo para maioria dos colegas advogados, muitos não conhecem, não sabem usar de forma estratégica, ou temem pelo desconhecimento infringir as regras da OAB, alguns até tentam começar produzir conteúdo, porém por não ver retorno, desanimam e desistem. Aqui a melhor forma para vencer este fator impeditivo, é estudar as estratégias, as regras da OAB, aplicar, ganhar prática caminhando, e não esperar se sentir 100% pronto para começar.

O segundo fator é o emocional, é vencer o diálogo interno, o medo da exposição, medo da possibilidade de errar, sensação de incapacidade, excesso de perfeccionismo, medo do julgamento, do que irão dizer, de perder ou colocar em risco a autoridade construída fora do digital e alguns outros. Muitos deles são camuflados pela justificativa de ausência de conhecimento técnico.

Talvez para alguns não exista estes impeditivos ou ainda, não assumam nem para si mesmo. No entanto, em muitos casos este fator é o grande responsável por não deixar que o advogado comece utilizar o marketing jurídico nas redes sociais para ampliar sua visibilidade, construir sua autoridade e ter a possibilidade de atrair a audiência certa, e aumentar a conversão para cliente.

Neste caso, o primeiro passo para vencer este fator impeditivo, é ter real consciência do que te segura, e estar disposto a vencer.

Coluna Marketing Jurídico: Quais passos seriam importantes para o advogado iniciar seu marketing jurídico nas redes sociais de forma mais segura e assertiva?

Sílvia Valverde: O importante para iniciar nas redes sociais com marketing jurídico, é alinhar seu posicionamento, produção de conteúdo informativo, à audiência que deseja atrair, que esteja alinhada com o cliente que gostaria de ter. Mas como fazer isso? Inicialmente, dentro da área de atuação que escolher, estude seu cliente ideal, aquele que desejar ter, estude e selecione algumas dores e desejos que seja comum dentro do seu nicho, mais precisamente ao possível cliente. Comece seu posicionamento, produção e entrega de conteúdo informativo, com base no O QUE e PARA QUEM. Assim, a distribuição orgânica pelo próprio algoritmo da rede social escolhida irá trabalhar ao seu favor para a entrega do seu conteúdo para a audiência certa.

Por fim, não se preocupe com número de seguidores e sim qualidades, se estão alinhados com seu cliente ideal.

E aí está a contribuição de nossa amiga Sílvia Valverde, que ajuda constantemente na evolução da ética na advocacia.

A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fique chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo às perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.