Amigos da coluna Marketing Jurídico, seguindo nossa temporada de compartilhar o conhecimento dos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados) da qual orgulhosamente sou presidente, hoje trago três perguntas importantes para minha amiga e membro da comissão Kareline Staut.
Coluna Marketing Jurídico: Você sempre está falando sobre o Legal Design e a visualização que os materiais jurídicos hoje devem assumir. De aos nossos leitores e dicas para melhorar o design de documentos jurídicos.
Kareline Staut: Lógico, coloco aqui as principais:
1. Use storytelling: a habilidade de realizar o storytelling (contar a história), otimiza o seu poder de convencimento e eleva as chances de o usuário compreender ou do magistrado “sentir a dor” do seu cliente
2. Use o direito visual: utilizar elementos visuais em suas petições e documentos jurídicos propiciam melhor compreensão de conceitos complexos, que podem ser explicados de forma mais simples, atrativa e satisfatória. Você pode fazer isso usando linhas do tempo, infográficos, fluxogramas, imagens, tabelas etc.
3. Use os resumos (one page): essa estratégia busca resumir em uma única página as informações mais importantes de sua peça. Utilize a linguagem simples, o visual law e o legal design para obter uma síntese eficaz. Esse resumo, deve vir no início de sua petição, facilitando a leitura e compreensão.
Coluna Marketing Jurídico: Na sua visão, qual a nova tendência de inovação da advocacia?
Kareline Staut: Uma nova tendência de inovação jurídica é tornar realidade o uso da linguagem simples e do direito visual em órgãos, tribunais e escritórios de advocacia, para ampliar o acesso da sociedade à Justiça por meio de comunicações mais claras, acessíveis e inclusivas.
O uso da linguagem simples e do direito visual busca desenvolver soluções transformadoras para modernizar as atividades e documentos. A adoção dessas práticas pode ser utilizada em mandados de citação e intimação, audiências, acordos, petições, recursos, procurações, contratos, propostas, apresentações, palestras, cartilhas, e outros documentos jurídicos. Veja alguns pontos:
1. Utilize linguagem simples, de acordo com seu público-alvo. Fique atento (a), pois se você estiver escrevendo para juízes e desembargadores, não deverá usar a mesma linguagem que utilizaria para um contrato que envolva algum leigo, por exemplo.
2. Desenvolva uma hierarquia em seus documentos. Portanto, diferencie títulos, subtítulos e parágrafos através de fonte, tamanho de fonte e cores.
3. Use o minimalismo. Evite utilizar ícones e ilustrações desnecessárias. Entenda os seus clientes e usuários e o que tem dificuldade de entender. Caso seja necessário para melhorar a compreensão do documento, você pode criar uma linha do tempo, tabela, fluxogramas ou infográficos, a depender do tipo de conteúdo.
4. Entenda seus usuários. Você pode fazer entrevistas, pesquisas e questionários para verificar onde está q dificuldade maior de compreensão e persuasão.
5. Crie e use a identidade visual de seu escritório/empresa/órgão. Uma papelaria e documentos padronizados. Aproveite as cores da logomarca para aplicar nos documentos.
6. Entenda o documento inteiro, elimine o que for desnecessário, se adeque à linguagem de seu usuário e anote onde entrarão possíveis recursos visuais. Faça benchmarking (estudo de concorrentes ou inspirações de outros documentos que já possuam design estratégico). Faça esboços. Crie protótipo (documento criado para testar com clientes e públicos-alvo). Faça testes de como os clientes e usuários reagem às mudanças. Refine e aperfeiçoe o que for necessário. Busque sempre melhorar até adquirir expertise e resultados satisfatórios.
Coluna Marketing Jurídico: Alguma outra dica ou algo a comentar?
Kareline Staut: Pesquisas publicadas no Brasil, pelo grupo VisuLaw demonstram o que os magistrados aprovam ou não aprovam nas peças jurídicas, o que achei bastante interessante para nosso ponto de vista.
1. Tanto os magistrados estaduais quanto os federais não aprovam a argumentação genérica, número de excessivo de páginas e redação prolixa.
2. Tanto magistrados estaduais quanto os federais aprovam petições com redação objetiva, bem formatadas e com número reduzido de páginas.
E aí está a contribuição de nossa amiga Kareline Staut. Quer conhecer um pouquinho mais sobre a carreira dela? Acesse um destes links:
A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fiquei chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo às perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real.
Espero ter ajudado.
Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico para e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.
Bom crescimento!