Marketing Jurídico

Comemoração do Dia da Mulheres

Comemoração do Dia da Mulheres

11/3/2022

A amiga Juliana Pontes comenta: 

"Bom dia, Alexandre. Gostaria de sua ajuda com alguma dica. Trabalho como administradora em um escritório de pequeno porte aqui em Campinas e estou constantemente tentando ações internas para integrar nossos 12 colaboradores. Porém constantemente sou barrada pelo sócio majoritário que não acredita nessas ações. O que posso fazer para conseguir implementar algo? Os próprios colaboradores me cobram isso. Por exemplo, não comemoramos o  Dia da Mulher esse ano por que, segundo o sócio, isso iria atrapalhar a produtividade. Me ajude com alguma dica".

Juliana, obrigado pelo comentário. Realmente esta é uma barra bastante pesada que você tem que carregar. Por um lado, funcionários que querem ter um ambiente de trabalho mais dinâmico e do outro um dono de escritório que não acredita nesse dinamismo. Pode até parecer que esse é um cenário de outro século, mas, infelizmente, ainda é enfrentado nos dias de hoje em diversos âmbitos jurídicos.

Mas vamos lá. O que você me pediu foi uma dica e não lamentação.

Para reverter essa situação, você vai ter que entrar na cabeça do seu chefe e desacreditar as teorias que estão rodando lá. E para isso, você vai precisar da ajuda dos funcionários, que são os mais interessados nessa evolução.

Explico: por enquanto o sócio não estiver convencido de que o novo cenário cultural de comemorações e outras atividades integratórias, que ele tem tanto medo, não sejam acomodado às necessidades dele, nada vai ser feito. Então vamos provar a ele que isso dá certo?

Primeiro, tenha uma reunião com os colaboradores e explique que a ideia é converter a mente do sócio para algo mais dinâmico através do exemplo real. Depois explique que vai precisar de todos os envolvidos nesse processo, sem exceção. Terceiro, faça eles entenderem que existirá um pouco de esforço, tanto financeiro quanto de tempo, em especial no começo da conversão.

Onde eu quero chegar com isso?

Imagine um cenário onde você possa chegar para o desacreditado sócio e falar (apenas um exemplo): Dr. eu sei que você não acredita muito nisso, mas as pessoas se organizaram internamente e gostariam de comemorar o Dia das Mulheres no final do expediente. Elas mesmo levantaram valores para compra de bolo, refrigerante e salgados e gostaria de poder comemorar na sala de reunião as 17h. Vale lembrar ainda que elas se comprometeram a finalizar todas as atividades antes do horário ou, se necessário, ficar um pouco a mais depois para não deixar que nenhum procedimento seja pausado. O Dr. permite essa ação?

Veja: ele não vai gastar nada e ainda todo o trabalho vai ser executado da maneira normal. Porque ele diria não?

E aí vem a tacada final: quando essa comemoração acontecer, é fundamental que ele seja envolvido na mesma, até para ver o entrosamento que isso proporciona. Chame-o na sala de reunião e o integre nesse espaço harmonicamente. Inclusive o agradeça, na frente de todos, por ter cedido o tempo e o local. Faça ele sentir que é parte proporcionadora do evento. Isso vai fazê-lo entender que essa é uma ação boa de integração, inclusive pelo fato de que está aproximando-o de todos.

Esse será o primeiro – e discreto – passo para ele ir se acostumando à existência de comemorações internas que realmente não atrapalham o desenvolvimento do trabalho rotineiro (que deve ser o maior medo que ele tem).

A partir daí, você vai introduzindo novos detalhes e comprometimentos a cada nova comemoração. Um dia pode entender o tempo, outro pode pedir para o escritório pagar 50% da comemoração. Assim, gradualmente, ele vai entendendo a necessidade e se adaptando à nova realidade.

Agora.... Quer ver todo esse plano cair por terra? Se realmente alguém pisar na bola e não entregar a rotina de trabalho. Essa será a desculpa definitiva que o sócio usará para enterrar essa ideia de uma vez por todas. Então, cuidado, alinhe bem com todos os funcionários para que isso não aconteça.

Boa comemoração e feliz dia das mulheres (atrasado) para todas as mulheres que acompanham a coluna!

Espero ter ajudado.

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.