Marketing Jurídico

Medo de perder mais clientes

Medo de perder mais clientes

3/7/2020

O amigo Eduardo Buccino pergunta:

"Com esta crise via Covid muitos clientes já cortaram contrato conosco, porém ainda temos uma gama de clientes empresariais que se manteram conosco. Minha preocupação é que muitos outros venham a pedir encerramento ainda. Existe alguma coisa a ser feita para manter essa clientela?"

Eduardo, obrigado pela pergunta. O ideal (não apenas nesta situação de pandemia, mas como regra geral para atuação de um escritório) é que você se mostre como essencial à atuação da empresa. Não apenas como um escritório que a ajuda ocasionalmente, mas sim passar a ideia de que, sem sua ajuda rotineira, a vida e dia a dia da empresa podem ser muito mais difíceis. Isso passa necessariamente por alguns pontos/ideias a serem executados. Podemos dividir estes pontos em 3 fases (passado, presente e futuro) e coloco alguns abaixo para você ver se encaixa na sua rotina.

Passado

Vocês apresentam relatórios a estes clientes que sobraram? Se não, agora é a hora de montar um compêndio de todo tipo de resultados que o escritório já trouxe nos últimos 5 anos. Tudo que foi recuperado, evitado, ganho e que teve impacto positivo na empresa. Mostrem (através de gráficos de fácil entendimento) o que foi feito (situação real) X o cenário provável se vocês não tivessem atuado.

Presente

Na etapa presente é interessante entrar com a operação do item que chamo de “Plano de Fidelização de Clientes”, onde criaremos faixas de benefícios para clientes ativos. O plano de fidelização serve para duas coisas:

1 - Oferecer itens que o cliente não estava esperando de nós, fidelizando-o cada vez mais. A título de exemplificação, seria algo como ser um cliente normal Itaú e, do nada, nos oferecerem a ser um cliente Itaú Personalitté, com diversas exclusividades interessantes. Isso nos faz ver que a instituição pensa no cliente e na sua evolução interna.

2 - Vender mais para o mesmo cliente. Se temos itens a serem trabalhados ainda dentro do mesmo cliente, podemos marcar uma reunião para levar relatórios, mostrando como estão as coisas e ainda levar o plano de fidelização criado para ele. Com esses dois pontos é muito fácil marcar uma reunião e, presencialmente, "tirar da manga" e vender algo novo.

A operação passa pela criação de faixas (por tempo de casa ou valores que o cliente traz para o escritório) de benefícios crescentes. Quanto mais o cliente usa o escritório, mais benefícios pontuais ele tem.

Futuro

Aqui a ideia é apresentar à empresa o entendimento do que a pandemia está presente e como isso vai impactar na realidade dela. Deve ser feito um estudo do cenário atual e cenário provável futuro do nicho específico do cliente, mostrando quais as soluções estamos apresentando hoje à empresa para que o impacto seja minimizado. Dessa maneira mostramos que estamos antenados, antevendo e protegendo nosso cliente.

Obviamente não podemos prever as atitudes dos gestores, mas fica muito mais difícil ocorrer a dispensa de um escritório que comprovadamente está mostrando os resultados bons do passado, fidelizando com um plano diferenciado no presente e protegendo todas as vertentes do futuro da empresa.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.