Marketing Jurídico

Redes sem foco

Redes sem foco.

12/6/2020

A amiga Juliana Barbosa pergunta:

"Olá Alexandre. Para o jovem advogado, que não tem um nicho ainda definido, como usar a rede social a nosso favor? O que postar? Obrigada".

Juliana, obrigado pela pergunta. Na verdade, minha sugestão é que realmente o primeiro passo seja encontrar seu nicho ou público alvo. Dessa maneira, sem foco, você está navegando no escuro. Sem alvo determinado, você pode postar notícias, artigos e compartilhamentos que não atraem quem você gostaria de agradar e isso não traz benefício nenhum, prospectivamente falando. Além disso, você está fazendo o antimarketing, ou seja, sendo vista como "aquela que chuta para qualquer lado".

Mas isso não responde sua pergunta. Você quer saber o que fazer quando NÃO existe um nicho definido.

A verdade é que, nesse caso, você tem que trabalhar por "percepção dos estabelecidos". Explico. Tenho certeza que você tem, dentro da comunidade advocatícia, seus "heróis" jurídicos, ou seja, aqueles causídicos que você olha e pensa "quero ser como ele" ou "gostaria de ter essa carreira". A ideia aqui é monitorar, estudar, se espelhar e 'pegar emprestado" o direcionamento que eles assumiram para suas atividades. Imagine-se então trazendo aqueles tipos de postagens que seus preferidos fazem para sua realidade e comece a formatar suas próprias criações. Não é copiar, mas sim entender quais conteúdos, formatos e ângulos temáticos seu herói está abordando e trazer para suas redes sociais, logicamente aplicados à sua própria realidade. Muitos advogados em começo de carreira usam este tipo de técnica de benchmarking para ter algum tipo de direcionamento nesse sentido.

Vale lembrar que isso é uma medida paliativa até você entender o seu foco de atuação e prospecção e aí sim focar todas suas atenções para esses nichos e solução de suas respectivas dores. Esse é realmente o único jeito de trabalhar as redes sociais de maneira correta e com menor esforço.

Importante salientar que, dentro de qualquer cenário, com nicho ou não, sempre serão válidas ferramentas como artigos próprios, opiniões em cima dos acontecimentos reais do mundo e sua participação em eventos presenciais (xô corona!) e virtuais. Elas geram comprometimento com sua qualidade intrínseca de "botar a boca no mundo" e ter voz ativa, independente do assunto. Ninguém quer um advogado que não tem opinião sobre as coisas, sejam jurídicas, setorizadas ou em contextos mais amplos.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.