Marketing Jurídico

O mundo das lives

O mundo das lives.

9/4/2020

O amigo Pedro Cantareira pergunta:

"Nestes tempos de reclusão me parece que todo mundo agora está fazendo lives para ajudar. Tem tantas que não sei o que acompanhar. Como faço para saber o que deve ser visto?".

Pedro, obrigado pela sua pergunta. Realmente neste cenário atual, não tem jeito. Todo mundo migrou para a internet, seja nas Lives que você comenta, sejam nos vídeos artigos, seja em uma amplificação de atuação via aplicativos de comunicação como Skype, Zoom e Hangout, entre outros. Realmente é Live em cima de Live, muitas sem conteúdo relevante. Então vamos a algumas dicas pontuais para ajudar.

Saiba quais os assuntos que você menos tem domínio: este é o principal item da lista. Se você frequenta Lives de assuntos que já conhece, você está se entretendo e não aprendendo. Use o tempo para fortalecer assuntos obscuros (e que, logicamente, fazem parte de seu arsenal profissional) e de pouco conhecimento. A ideia é sair desse período tenebroso com mais conhecimento.

Escolha as pessoas certas para acompanhar: não adianta participar de uma Live de um profissional que não tem nada para falar em concreto. Repetindo o que eu sempre falo para quem quiser ouvir, investigue o profissional que você tem interesse, nem que seja superficialmente, através do site e redes sociais. Se este profissional tem relevância no mercado, naquele exato tema que você quer ouvir, perfeito. Se não, parta para outro profissional mais gabaritado. Tenho visto muita gente tentando se vender como guru do apocalipse, em aproveitamento do desespero alheio nesta fase confusa que vivemos.

Cuidado com a venda: se o profissional que está fazendo a Live está usando esta para vender seu produto, serviço ou outro, desista. Toda e qualquer pessoa que se disponibiliza a falar a um público, deveria levar informação de graça e completa e não tentar vender algo. Nesse mundo de Lives que vivemos hoje, o truque usado anteriormente em palestras físicas – bastante usado por picaretas – de oferecer um diálogo com o público no estilo "saiba como fazer isso, sem custo nenhum" e que depois vira "se quer saber mais, acesse essa plataforma paga/compre esse produto/pague pela palestra mais completa/compre esse livro/etc." é bastante batido e, sinceramente, só cai nessa quem quer. Ao meu ver, profissional/palestrante/entrevistado (independente do nome que queira dar à pessoa que está projetando informação) destas Lives só é bom se levar conteúdo completo.

Crie um cronograma: veja quais seus melhores horários para aprender e coloque essa programação no papel. Os horários destas Lives estão espalhados durante o dia inteiro, inclusive à noite (já vi até Live de madrugada). Se organize.

Questione: trate uma Live como se fosse uma aula. Pergunte, coloque casos reais e tente extrair daquele convidado o maior número de informações possíveis. Assim como em uma palestra presencial, aprende mais quem questiona mais.

24 horas: muitas Lives ficam registradas por 24 horas. Se houve conflito entre duas apresentações que você queria ver, ainda tem tempo para buscar a perdida.

E aqui fica uma dica para você que está montando uma Live: a regra de entender seu público alvo continua valendo, independente se estamos em casa ou não. Isso significa que as características tem que ser respeitadas. Nesta semana que escrevo esta coluna vi um anúncio de Live voltada aos idosos que estão em casa que começava às 22h, via Instagram. Obviamente toda regra tem sua exceção, mas geralmente este público mais experiente não tem Instagram ou já está na cama nesse horário. Vamos pensar sempre com a perspectiva do público, não a nossa.

E parabéns, Pedro, por estar usando seu tempo de maneira sábia. Buscar informação através das Lives e da internet é realmente a melhor maneira de sair tecnicamente fortalecido desta fase.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.