Marketing Jurídico

Não existe jantar de graça

Não existe jantar de graça.

7/2/2020

O amigo Roberto Floriano de Sá pergunta:

"Alexandre, caí no conto do vigário. Fui assistir uma palestra que dizia que ia ensinar aos alunos milhões de informações e mudanças e na verdade a palestra inteira foi dedicada a explicar como seria os resultados de quem comprasse a palestra paga. Uma verdadeira sacanagem. Como faço para me proteger contra situações como essa?"

Roberto, obrigado pela pergunta. Como já se dizia há tempos em minha família, "não existe jantar de graça". Infelizmente essa é a grande verdade que não queremos aceitar. Quando vemos alguém prometer um conteúdo promissor, com qualidade, informação e ainda mais gratuitamente, nosso instinto primeiro é de acreditar que aquela pessoa realmente se importa em ajudar o mercado. Mas na maioria das vezes isso é apenas uma isca para capturar o desavisado ou ingênuo o suficiente para não entender aquilo como uma armadilha comercial.

Não estou falando aqui que não existam pessoas realmente preocupadas em levar informação ao mercado jurídico, mas essas são poucas. A grande maioria está focada em vender algo (seja uma "segunda parte" da palestra, um produto ou serviço) e obter o resultado financeiro em cima das presas que acreditaram no anúncio bombástico (e eles sempre tem títulos bombásticos mesmo, justamente para chamar a atenção).

Mas como se precaver contra isso?

Primeiro de tudo, investigue. Veja a trajetória daquele palestrante ou daquela empresa específica, acompanhe seu site e suas redes sociais e principalmente tente captar informações online sobre os resultados e opiniões das pessoas que já utilizaram o curso, palestra, serviço ou produto anunciado. Fazendo estes pequenos passos, você consegue coletar material suficiente para saber se aquele fornecedor é sério ou se é "furada", como dizem. Você não vai acreditar, por exemplo, no número de pessoas que se envolvem em cursos de palestrantes que tem diversas reclamações no "Reclame Aqui". As pessoas estão lá criticando constantemente, em diversos meios, e ainda tem gente que vai lá e paga muito dinheiro para se tornar mais um dos reclamantes. Não entendo.

Em especial no seu caso da palestra, outra dica que posso dar é saber exatamente qual o conteúdo e programação que ocorrerá no dia. Pergunte especificamente se o curso ou palestra "se encerra nele mesmo" e se não haverá necessidade de compra de material extra ou de outras palestras para se chegar ao resultado esperado. E, se for o caso, seja cara de pau: pergunte explicitamente se aquele evento é de venda de alguma coisa. Isso te dá o poder de desistir ou, se evidenciar a venda, levantar a mão e se pronunciar.

Tudo que é de qualidade tem valor e, portanto, tem preço. Não se engane do contrário. Não acredite que um profissional vai te ensinar "os segredos" da profissão sem ter retorno em troca. Isso é ser ingênuo, mercantilmente falando.

Está com fome de informação? Não existe jantar de graça, infelizmente.

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.