Marketing Jurídico

Escritório x emprego

Escritório x emprego.

12/4/2019

Nosso amigo Ronaldo Santos Monteiro inicia nossa coluna com a mensagem:

"Alexandre, inicialmente parabéns pela nova coluna! Tenho uma dúvida: recentemente precisei me mudar de cidade e tive que me desligar do escritório que anteriormente atuava como coordenador jurídico. Deixei pra trás, também, meu networking construído ao longo dos últimos 12 anos de trabalho (tinha uma reputação consolidada em minha antiga cidade). Tenho interesse em tentar, enfim, abrir meu próprio escritório na nova cidade em que estou morando, mas ao mesmo tempo preciso encontrar um novo emprego para me capitalizar e até mesmo fazer novo networking e me tornar conhecido no novo mercado. Dúvida: se eu colocar no meu LinkedIn que fundei um novo escritório de advocacia e consultoria jurídica isso me prejudicará na busca por um novo emprego?"

Ronaldo, obrigado pela mensagem. Se a ideia é apenas entrar no novo escritório para se capitalizar, onde o objetivo é juntar dinheiro e em breve sair para tocar exclusivamente sua banca, talvez você tenha algum tipo de dificuldade em ser aceito por um escritório que entenda que você tem "tempo de validade" dentro da estrutura. Empregadores necessariamente validam pessoas que queiram crescer junto com o escritório. Porém, se a ideia é seguir com as duas atividades, não vejo problema algum em expor nas redes sociais que tem seu escritório ao mesmo tempo que está em busca de novas oportunidades. É importante entender que o mercado tem simpatia e carência por profissionais que sejam proativos. A ideia que você deve levar ao mercado é simples: sou um advogado de conhecimento e responsabilidade. E, posto isso, tenho meu escritório para tocar todas as demandas acumuladas ao logo destes 12 anos ao mesmo tempo que ajudo outros escritórios em suas demandas.

Veja que a ideia por trás disso não é "atirar para todo o lado", mas sim se posicionar como um advogado que tem experiência e, portanto, é bastante procurado, seja em demandas próprias, seja em trabalhos como colaborador interno de um escritório.

Partindo do princípio que um lado das atividades não afetará tecnicamente o outro e que esse novo panorama de estar empregado ao mesmo tempo que inicia um novo escritório seja abertamente conversado com seu novo empregador (até para ele entender que os trabalhos não se cruzarão), não vejo problemas em termos de imagem.

Dica final: vale a pena explorar um pouco mais a fundo o networking que você criou na antiga cidade. Muitas vezes as conexões já estabelecidas podem gerar trabalhos mesmo a distância ou, em muitos casos, contatos na nova localidade que possam acelerar o crescimento de sua nova empreitada. Boa sorte!

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!

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Colunista

Alexandre Motta é consultor e sócio diretor do Grupo Inrise. Com formação e pós-graduação em marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), atuou durante cinco anos em escritório jurídico como responsável pela área de desenvolvimento de negócios e comunicação com clientes. É palestrante oficializado pela OAB (tendo recebido inclusive a Medalha do Mérito Jurídico), escreve artigos de relevância para o mercado atual e é autor dos livros "Marketing Jurídico - Os Dois Lados da Moeda", "O Guia Definitivo do Marketing Jurídico" e "O Novo Marketing Jurídico". Apresenta também o programa de entrevistas Conversa Legal, focado na interatividade dos profissionais do setor jurídico. Desde 2002 mantém, através de sua consultoria, uma clientela de inúmeros escritórios jurídicos sob sua responsabilidade de atuação e crescimento em marketing ético.