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"Justiça, Democracia e Capitalismo"

Veja quem ganhou a obra "Justiça, Democracia e Capitalismo" (264p.).

7/2/2011


Justiça, Democracia e Capitalismo

 

 

 







Editora: Campus Elsevier - Campus Jurídico
Autor: Denis Lerrer Rosenfield
Páginas: 264

 

 

 

 

Movido pelo combate aos ideais "socialistas", de "justiça social", de "caridade estatal", o autor declara que a razão pela qual organizou suas reflexões sob a forma desta obra foram os discursos ouvidos durante a crise de 2007/2008, principalmente por parte de organizações sociais, de que "A ladainha de que o mercado resolveria os problemas da humanidade acabou".

Em tom prático, aponta o dedo para o que seriam consequências reais de pregações como essas e critica inúmeros aspectos do governo Lula, que teria aumentado seu controle sobre as operações de mercado, inflado seu próprio tamanho.

É interessante notar a sagacidade do autor ao registrar que o conceito de crise no imaginário da população relaciona-se à ideia de fim de um mundo e nascimento de outro, concepção de fundo religioso a denotar a crença em um recomeço místico, mágico. Demonstra, contudo, que são noções vagas, sem bordas reais, pois que economicamente, "Nada se diz sobre esse outro mundo possível, salvo sob a forma de generalidades, em que todo conteúdo pode caber."

No tom que restou assente no pós-crise, afirma que "Os ciclos de prosperidade e de depressão são constitutivos da economia capitalista", maneira de o sistema lidar com as inovações tecnológicas e de método inerentes ao próprio processo. O que combate, veementemente, é a associação da ideia de reorganização à de "desenlace revolucionário".

À sua profissão de fé reúne ainda o argumento de que o capitalismo contribuiu sensivelmente para a melhora do nível de vida das massas ("As aspirações sociais foram sendo progressivamente atendidas"), um operário contemporâneo vive em mais conforto do que vivia um nobre medieval (não passa frio, vive em condições higiênicas).

Outros postulados condensam seu raciocínio e merecem exame: se o Estado passa a ser associado à 'virtude', a liberdade estaria ameaçada, razão pela qual a democracia só seria compatível com o sistema capitalista; somente a propriedade privada garante a liberdade ao ser humano, pois "Se há um direito indissociavelmente vinculado ao da propriedade é o direito de querer, o direito que cada um tem de dispor de si mesmo em todos os níveis subjetivos e objetivos (...)."

Veemências à parte, restam conceitos sólidos.

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 Ganhador :

Norian Bissoli, de Linhares/ES

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Colunista

Roberta Resende é formada pela faculdade de Direito do Largo de São Francisco/USP (Turma de 1995) e pós-graduada em Língua Portuguesa, com ênfase em Literatura.