A Crise Financeira Internacional
Editora: Lex
Autores: Ives Gandra Martins e Paulo Rabello de Castro
Páginas: 124
A falência do Banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, "marcou o início da fase mais aguda da crise financeira e colocou o sistema financeiro norte-americano à beira do colapso". Com essas palavras, os autores evocam os acontecimentos que, em setembro de 2008, compunham o cenário financeiro que assustava o mundo. Um vento de más-notícias que por onde passava quebrava instituições financeiras de monta e ameaçava as economias "reais" com desaceleração e recessão.
Na obra em tela um grupo de cinco autores (três portugueses, dois brasileiros, quatro deles profissionais da economia) constrói acurado painel da recente crise financeira mundial, que teria se iniciado em agosto de 2007, ocasião em que o banco BNP Paribas anunciou o fechamento de três fundos de investimento ligados ao subprime norte-americano (que já vinha registrando inadimplências recordes desde 2005), ocasionando a fagulha inicial para o pânico do mercado financeiro.
Os autores registram que a crise financeira coincidiu com uma das crises econômicas cíclicas do capitalismo, e que suas proporções "(...) surpreenderam até os mais pessimistas e são mais um sintoma da maior ignorância relativa [comparada com a quebra de 1929] em que hoje vivem os economistas, gestores de empresas e decisores de política económica".
Em linguagem acessível, traçam os principais pontos da crise: comentam sua origem, suas características, as proporções que alcançou. Frisam, sobretudo, que a crise financeira de 2007 significou uma mudança radical nos rumos que a economia mundial havia tomado desde a década de 70, quando foi possível sentir, no mundo, uma "renovação da fé no laissez-faire", ou uma "redescoberta do poder do capitalismo". O pêndulo, agora, em um mundo ainda chocado com os efeitos e rápida disseminação da crise, está pendendo em favor de ações do Estado no sentido de regular as atividades do mercado financeiro.
Nesse contexto, recomendam cautela: a necessária regulação não deve inibir os efeitos positivos do poder do mercado financeiro – sim, eles afirmam que eles existem! –, que historicamente teriam permitido à sociedade como um todo, "ganhos formidáveis de bem-estar".
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_________________Paulo Tadeu Campos Ferreira, da RFS Brasil Telecomunicações Ltda., de São Paulo/SP
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